Importância do pré-natal para a saúde da mãe e do bebê
26/03/2021
Atualizado em 04/01/2024
O acompanhamento pré-natal é essencial para a saúde do bebê e da mãe. Saiba o que é, como é feito e o que não pode faltar em uma consulta.
6 min de leitura
A chegada de um bebê é um momento sonhado por muitas mulheres, mas, para que ela seja tranquila, o cuidado começa com muita antecedência – em alguns casos, até mesmo antes do esperado resultado positivo. O pré-natal é fundamental durante a gravidez, marcada por mudanças no corpo da gestante e na rotina de todos aqueles que acompanham a futura mãe.
A importância desse acompanhamento é comprovada, prevista em lei e regulamentada pelo Ministério da Saúde. Ter mais conhecimento sobre isso é essencial para que o atendimento seja eficaz e garanta a assistência necessária à gestante e às pessoas que fazem parte de sua rede de apoio.
O que é o pré-natal?
O pré-natal é um conjunto de ações assistenciais que têm como objetivo cuidar da saúde do bebê e da gestante até o parto. O Ministério da saúde e Unimed-BH adotaram a seguinte periodicidade de acompanhamento: mensal até a 28º semana, quinzenal até 36ª semana e semanal da 36º até o parto. Dessa forma, é possível prevenir, detectar e tratar doenças maternas e fetais, diminuindo riscos de complicações para a mãe e seu filho.
Além de promover o desenvolvimento saudável do bebê, esse é um momento para planejar o futuro. É durante as consultas que a família pode montar o plano de parto, esclarecer dúvidas e criar com a equipe médica um ambiente confortável e seguro para receber o bebê.
Por isso, manter o pré-natal em dia é de grande relevância, visando garantir que a chegada da criança seja marcada por alegria e tranquilidade.
A importância do pré-natal
Ressalta-se que esse acompanhamento vai muito além do desenvolvimento do bebê. Ele passa pela saúde da mãe, pela criação de laços e pelo planejamento para receber o novo membro da família.
Entre os principais benefícios desse atendimento, estão: fornecimento de informações sobre a adaptação da rotina durante a gravidez; prescrição de dietas, exercícios e medicação; informações sobre medicamentos permitidos e proibidos durante a gestação; orientações sobre hábitos de higiene, vestuário, sono, atividades recreativas e sexualidade; apoio psicológico e tratamento de sintomas típicos da gestação; prevenção e tratamento de doenças que afetam a mãe ou o bebê; preparação para o parto e esclarecimento sobre os tipos de partos, riscos e benefícios de cada via, podendo ser escrito o plano de parto.
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Quando começar?
Muitas gestantes não sabem quando começar o pré-natal, mas a verdade é que, em um cenário ideal, a primeira consulta com o obstetra escolhido deve ser agendada antes mesmo da notícia da gravidez – a chamada “consulta pré-concepcional”.
Esse atendimento é destinado a pessoas que tenham planos de engravidar. O objetivo é analisar minuciosamente o estado de saúde e o histórico clínico, ginecológico e obstétrico da futura gestante.
Durante a consulta pré-concepcional, é realizado um exame físico – com aferição de pressão arterial, peso e altura da paciente – e solicitados alguns exames laboratoriais. É uma espécie de checkup, com o intuito de preparar o corpo da mulher para receber o bebê.
Nos casos em que a consulta não é possível, é ideal que os pais iniciem a rotina de pré-natal logo após o descoberta da gestação. Ressaltando ainda a necessidade, se possível, de ser ainda no primeiro trimestre.
Quantas consultas são necessárias?
Por se tratar de um período repleto de mudanças na rotina e no corpo da futura mamãe, é fundamental que ela e todos aqueles que participam da gestação sejam orientados a respeito de como se adaptarem a essas mudanças, que ocorrem desde as primeiras semanas.
O Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas, no mínimo, seis consultas para acompanhar o desenvolvimento do bebê e o estado de saúde da mãe.
Entretanto, a periodicidade vai depender do risco gestacional. O caso descrito acima seria considerado uma situação de risco habitual. É importante destacar que a gestante de alto risco pode demandar um maior número de consultas.
Exames pré-natais: quais os principais?
Existe uma série de exames pré-natais, e muitos deles já são realizados durante toda a vida. Alguns são repetidos a cada trimestre e outros solicitados apenas na primeira consulta do pré-natal, a fim de verificar o estado de saúde geral da gestante.
- Anti-HIV – Recomendado para o início e o final da gravidez, esse teste identifica a presença do vírus causador da AIDS no sangue. Trata-se de um exame muito importante para a gestante, já que a identificação do vírus permite o tratamento com medicações que impedem a transmissão vertical da doença.
- Sorologia infecciosa para sífilis – Assim como o vírus causador da AIDS, a ocorrência de sífilis na gestação pode ser prejudicial ao bebê, mas, se tratada adequadamente, pode ser evitada a transmissão vertical. Por isso, é recomendado que se faça o exame no primeiro e no último trimestre da gestação.
- Hepatite B – O exame que detecta a presença dessa doença na gestante deve ser feito no primeiro trimestre da gestação, com o intuito de adotar, em caso de diagnóstico positivo, medidas que reduzam a possibilidade de transmissão vertical.
- Sorologia para toxoplasmose – O toxoplasma gondii é um microrganismo extremamente perigoso para o desenvolvimento do feto, visto que pode causar danos ao sistema nervoso e à visão do bebê. Por isso, é fundamental detectar, no primeiro trimestre da gestação, se a mulher está ou foi infectada.
- Rastreamento de estreptococos do grupo B – Trata-se de um exame que deve ser feito algumas semanas antes do parto para identificar a presença dessa bactéria na região vaginal. Caso dê positivo, devem ser adotadas medidas no momento do parto para evitar problemas como a infecção generalizada no bebê.
- Tipo sanguíneo – Um dos exames mais relevantes no início da gestação, a testagem do tipo sanguíneo é fundamental para a saúde do bebê. Se o fator Rh for negativo na mãe e positivo no pai, é necessário fazer um tratamento para evitar que o feto desenvolva anticorpos prejudiciais para o próprio corpo.
- Glicemia – Exame importante para detectar se a gestante desenvolveu diabetes gestacional. Deve ser feito nos três trimestres da gravidez.
Hemogramas podem ser solicitados com mais frequência, com o objetivo de verificar e garantir que a hemoglobina esteja sempre em taxas normais. A ultrassonografia obstétrica, por sua vez, também é feita com frequência, com o objetivo de acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do bebê.
Lembrando que o seu médico de referência no pré-natal poderá solicitar outros exames, conforme necessidade de obter mais informações sobre a saúde da mamãe e do bebê. Assim, faça as consultas de pré-natal regularmente e esteja informada sobre as necessidades de exames com o seu médico.
Informe-se melhor sobre diabetes gestacional neste artigo do Viver Bem:
Diabetes gestacional: o que é, como diagnosticar e tratar
Como funciona o pré-natal
Como você viu neste artigo, o pré-natal é crucial e deve acompanhar a mulher em todos os períodos da gestação, até a chegada do bebê.
As informações principais da mãe e de seu filho devem ser anotadas no Cartão da Gestante a cada consulta para que a evolução da gravidez esteja sempre à mão.
Algumas etapas que devem ser consideradas em todas as visitas do pré-natal:
- Acolhimento da gestante, identificando se há alguma queixa;
- Exame cínico e obstétrico (bem estar materno fetal);
- Avaliação dos resultados de exames;
- Verificação do calendário de vacinação;
- Esclarecimentos de dúvidas;
- Orientações e prescrições pertinentes a idade gestacional da gestante ou demanda apresentada;
- Registro das informações no prontuário da gestante;
- Atualização da cartilha da gestante;
- Agendamento das consultas subsequentes.
Com um pré-natal regular e o acompanhamento dos principais pontos de atenção da gravidez, a chegada dos pequenos será ainda mais alegre e tranquila.
O papel da equipe no pré-natal
A enfermeira que acompanha a gestante poderá exercer as seguintes funções:
- Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação;
- Fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta);
- Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a presença do(a) médico(a);
- Orientar a vacinação das gestantes conforme calendário vacinal;
- Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica.
- Realizar exame clínico das mamas;
- Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos (grupos ou atividades de sala de espera);
- Orientar as gestantes quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade;
- Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas;
O médico, além de exercer algumas atribuições compartilhadas com o profissional de enfermagem, é responsável por:
- Coordenar a assistência ao pré-natal, direcionando condutas em prol do desenvolvimento gestacional saudável para mãe e bebê;
- Fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta);
- Realizar consulta de pré-natal de alto risco, direcionando a gestante para os serviços de referência conforme necessidade.
- Avaliar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme;
- Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário;
- Prescrever medicamentos padronizados para o pré-natal;
- Orientar a vacinação das gestantes;
- Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário;
Conheça a Cartilha da Gestante
A gestação é um processo muito especial e importante para uma mulher. É necessário começar a se preparar e levar uma série de questões em consideração, sempre pensando na saúde da mãe e do bebê.
Neste contexto, o Viver Bem produziu a Cartilha da Gestante, um conteúdo gratuito que traz as mais variadas orientações sobre esse período, como por exemplo:
- Informações sobre o pré-natal.
- Alimentação e atividades físicas na gravidez.
- Cuidados com o corpo.
- Enxoval do bebê.
- Parto, puerpério e cuidados com o recém-nascido.
- E muito mais.
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