Planejamento familiar: tudo o que você precisa saber

Maternidade

25/02/2021

Constituir família é uma tarefa que pede muito planejamento, mas com este passo a passo, você vai tirar as principais dúvidas

6 min de leitura

Planejamento familiar: tudo o que você precisa saber

Casar, ter filhos e construir uma família é o sonho de muitos brasileiros, mas, para possibilitar a realização desse sonho, é essencial pensar em um planejamento familiar eficaz. Esse conjunto de medidas vai garantir que as fases da vida do casal sejam bem estruturadas, dando atenção à saúde do homem e da mulher de forma individual e como casal.

O que é planejamento familiar?

O planejamento familiar consiste em um conjunto de ações criadas com o intuito de orientar mulheres e homens quanto a métodos contraceptivos, prevenção de gravidez não desejada e direito de escolha de ter filhos ou não. Para casais que desejam ser pais, o planejamento familiar orienta sobre a importância da organização antes da chegada dos filhos.

O apoio do serviço de saúde e o acompanhamento da equipe médica são peças fundamentais para o planejamento familiar, pois promovem o acesso à informação sobre os métodos mais eficazes e seguros de acordo com o histórico do paciente.

Além de contribuir por meio da orientação para que o casal tenha sua vivência da sexualidade com segurança e saúde, o foco de entender o que é planejamento familiar é também sinônimo de bem-estar físico e mental de mulheres e homens.

Lei do Planejamento Familiar

As medidas para executar esse plano são consideradas um direito previsto em lei para homens e mulheres. De acordo com a Lei do Planejamento Familiar (Lei nº 9.263/1996), vigente há 25 anos, o Estado deve garantir condições de acesso ao planejamento familiar a todo cidadão que queira adotá-lo. Tal planejamento está associado a um conjunto de ações de atenção integral à saúde.

Qual o objetivo do planejamento familiar?

Se você se pergunta qual o objetivo do planejamento familiar, saiba que, em termos práticos, é garantir a mulheres e homens ações de assistência a contracepção, concepção, pré-natal, parto, puerpério e saúde do recém-nascido, controle de doenças sexualmente transmissíveis e de câncer – cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis.

Importância do planejamento familiar

A importância do planejamento familiar vai além da orientação: ele é fundamental para que, individualmente ou como casal, as pessoas tenham acesso às melhores opções para que seus planos se realizem da forma como desejam.

Ao se organizar e planejar o futuro, toda a família sai ganhando, já que a pessoa ou o casal poderá aproveitar cada etapa da vida com qualidade e saúde, além de contar com muito mais segurança em caso de imprevistos, seja financeiro, seja de saúde.

 

Planejamento familiar: guia eficiente

O planejamento familiar eficiente engloba não somente aspectos relacionados à gravidez e a métodos contraceptivos, como também a aspectos financeiros, que vão auxiliar na organização de despesas para a chegada do bebê (caso seja essa a vontade) e na previsão de gastos para imprevistos, por exemplo.

Converse com o seu parceiro

O primeiro passo para definir o planejamento familiar é o diálogo. Durante a conversa, é importante identificar os pontos em comum do casal para que se decida se é de interesse de ambos ter filhos, quando pretendem e se estão preparados para ser pais, além de definir o uso – ou não – de métodos contraceptivos.

O planejamento familiar passa pela definição dos objetivos e desejos do casal e de cada um, individualmente. Por isso, a sinceridade também é peça fundamental. Apenas depois da conversa é iniciada a busca pelas ações de saúde do planejamento familiar.

Procure uma equipe de saúde de confiança

Depois da conversa com o parceiro ou parceira, para executar o planejamento familiar é necessário buscar suporte médico de confiança. É com a equipe médica que você vai transformar os resultados do diálogo em ações práticas.

A equipe médica mostrará todas as informações sobre as opções desejadas, bem como indicará à mulher e ao homem os tratamentos possíveis e necessários para atingir os objetivos definidos durante a primeira conversa sobre planejamento familiar. Para cada cenário, alguns aspectos devem ser considerados:

  • Em caso de definição por métodos contraceptivos, o profissional de saúde vai orientar aquele que trará menores impactos à saúde da mulher e do homem, considerando alergias e efeitos colaterais.
  • Se o objetivo é a gravidez, é recomendado que a mulher faça exames e verifique se há algum problema que impeça ou cause riscos para a gestação. Por meio do planejamento familiar, é possível tratá-lo.
  • Para aqueles que desejam procedimentos de esterilização, é preciso verificar se existe indicação para isso. O atendimento deve ser completo para esclarecer os riscos e efeitos colaterais da cirurgia.

Conheça o seu corpo

Conhecer o próprio corpo também é uma forma de cuidar da saúde. Desde observar, explorar o seu corpo, até fazer consultas e exames de rotina, tudo faz parte do planejamento familiar. Afinal, ao identificar situações que requerem atenção no seu organismo, você atua de forma preventiva e evita imprevistos.

Autoexame da mama, mamografia, controle da menstruação e seus sintomas são algumas das medidas preventivas que a mulher pode tomar para cuidar do seu próprio corpo.

Cuide da saúde sexual e reprodutiva

Para executar o planejamento familiar, é necessário cuidar da saúde sexual e reprodutiva, que gera não apenas bem-estar físico, mas também emocional, mental e social.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde sexual como um dos pilares da qualidade de vida e destaca algumas dicas essenciais no dia a dia para contribuir com a melhoria da vida sexual. Se exercitar, cuidar do sono e fazer acompanhamento médico são algumas delas.

Para as mulheres, o cuidado deve ser ainda maior. O sistema reprodutor não é apenas responsável pela gestação, mas está diretamente associado aos processos hormonais do organismo. Qualquer desgaste ou desequilíbrio impacta a saúde física e psicológica da mulher.

Com os homens, o cuidado também não pode deixar de acontecer. O conjunto de órgãos reprodutores devem ser acompanhados regularmente.

A proteção durante relações sexuais é fundamental, não apenas como método contraceptivo, mas também, para reduzir os risos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Faça acompanhamento do pré-natal, parto e pós-parto

Mulheres que desejam ser mães precisam iniciar o acompanhamento muito antes da gravidez, e isso faz parte do planejamento familiar. O envolvimento do futuro pai nesse processo – gravidez, parto, pós-parto e acompanhamento da criança – também é essencial e faz parte da regulação da fecundidade, prevista por lei.

Durante a gestação, diversas mudanças hormonais acontecem no corpo da mulher e na vida do casal; por isso, é necessária a adaptação para receber o novo membro da família. Entre as medidas de saúde definidas para garantir a saúde da mãe e da criança, o pré-natal é a mais importante delas e deve acontecer desde o resultado positivo dos exames.

Dentro do planejamento familiar, as consultas e visitas programadas da mulher e sua família ao médico são essenciais. Durante esse momento, toda a família será preparada para o nascimento e para os cuidados com o recém-nascido. Uma boa assistência na hora do parto também é importante, pois garante uma chegada saudável para o bebê e para a mãe.

O puerpério, ou seja, os primeiros três meses após o parto, é o momento no qual o corpo da mulher se adapta às mudanças pós-parto. Também é um período delicado e de alterações psicológicas; por isso, requer apoio da família, além de acompanhamento médico constante da mulher.

Nas primeiras semanas após o parto, mãe e bebê devem fazer uma consulta com o objetivo de avaliar a saúde de ambos, a amamentação, a cicatrização pós-parto, a vacinação do bebê e o teste do pezinho. Nessa consulta, deve ser discutido se a mulher deseja ou não uma nova gravidez e quais os métodos contraceptivos recomendados para cada cenário.

Planejamento familiar e métodos contraceptivos: conheça os principais

Os métodos contraceptivos têm papel fundamental no planejamento familiar, pois ajudam a prevenir a gravidez não desejada e contribuir para a vivência sexual do casal com segurança e saúde. No caso de procedimentos reversíveis, eles podem ser pausados quando é do desejo do casal ter filhos.

Antes de escolher qualquer método, é recomendada uma consulta com a equipe médica responsável pelo planejamento familiar.

  1. Métodos hormonais: trata-se de pílulas, implantes, adesivos ou injetáveis anticoncepcionais. Tais métodos têm como base a introdução de hormônios que impedem a gravidez. O que varia entre um e outro é a frequência de utilização para eficácia do método.
  2. Métodos mecânicos: o Dispositivo Intrauterino (DIU) e o Endoceptivo Hormonal (DIU com hormônio tipo progesterona) são os métodos mecânicos. Ambos criam um “ambiente hostil” no colo uterino, impedindo que os espermatozoides cheguem às trompas.
  3. Métodos de barreira: a camisinha masculina é o método de barreira mais popular e tem grande eficácia não só para a prevenção da gravidez, mas também para a de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Existe também o diafragma e a camisinha feminina, que também têm o intuito de criar uma barreira e que devem ser introduzidas antes do início da relação sexual.
  4. Métodos cirúrgicos: trata-se de métodos irreversíveis, que podem ser realizados em mulheres e homens. A laqueadura tubária consiste no fechamento das trompas, que impede o encontro do espermatozoide com o óvulo. Já a vasectomia é um corte no canal de passagem dos espermatozoides sem que seja afetada a ejaculação.
  5. Métodos comportamentais: o coito interrompido e a tabelinha são os métodos de contracepção naturais. O primeiro consiste na interrupção do ato sexual antes da ejaculação; o segundo, no acompanhamento do ciclo menstrual (quando regular) e no cálculo do dia provável da ovulação, a fim de evitar relações nesse período.

Planejamento familiar financeiro

O planejamento familiar financeiro requer organização, principalmente para aqueles que pretendem ter filhos. As crianças geram despesas, que vão desde o enxoval até o desenvolvimento e a educação formal.

Uma boa estrutura financeira prévia à gravidez evita que os imprevistos se tornem problemas por falta de dinheiro e faz com que a chegada da criança seja marcada por tranquilidade e comemoração.

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Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
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