Gravidez e Covid

15/04/2021

Por Dayane Dias, mãe da Maria Júlia

Este é um relato de parto diferente. Geralmente esse depoimento é contado pela própria mãe, mas inviabilizada de contar o começo dessa história por condições médicas (e óbvias), a jornada inicial dessa mãe e desse bebê será contada parcialmente pela nossa equipe assistencial. E foi no dia 14 de janeiro que a Maternidade Unimed – […]

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Gravidez e Covid

Este é um relato de parto diferente. Geralmente esse depoimento é contado pela própria mãe, mas inviabilizada de contar o começo dessa história por condições médicas (e óbvias), a jornada inicial dessa mãe e desse bebê será contada parcialmente pela nossa equipe assistencial.

E foi no dia 14 de janeiro que a Maternidade Unimed – Unidade Grajaú recebeu a paciente Dayane Dias, de 29 anos. Grávida de 30 semanas, ela testou positivo para Covid-19 e precisou de uma internação imediata na UTI assim que deu entrada no hospital. A partir daí, começou uma luta diária da paciente, de seu bebê e de toda a equipe de colaboradores e médicos da Unidade.

A doença de Dayane evoluiu de maneira muito grave e de forma acelerada. Rapidamente, ela teve 70% de seus pulmões comprometidos e precisou ser entubada. Foram mais de 20 dias em coma induzido, com ventilação mecânica e muito sofrimento para toda a família. Durante o tratamento, além dos medicamentos e sedativos, ela precisou ficar 50 horas na posição de bruços para melhorar sua respiração por três vezes, o que colocava em risco a vida do bebê.

Diariamente médicos e colaboradores lutavam para que a mãe fosse salva da Covid-19 e monitoravam a situação da criança. “A dedicação de toda a nossa equipe multidisciplinar foi fundamental. A situação da paciente era muito grave. Além de salvá-la, a gente queria muito poder salvar a filha e realizar o seu sonho de ser mãe, mesmo depois de tantas dificuldades. A cada dia que o médico entrava no leito e ouvia os batimentos cardíacos do feto era um suspiro de força e coragem para seguirmos em frente”, contou o enfermeiro intensivista Samuel Rodrigues Silva, que faz parte da equipe da Maternidade Grajaú.

Depois de momentos bem difíceis, diversos procedimentos e mais de 30 dias de internação, Dayane começou a dar sinais de recuperação, uma verdadeira luz de esperança. A reabilitação foi a primeira etapa: hora de reaprender a andar, a comer e a sentir de novo a sua gestação, que já estava na reta final. Nesta etapa, o atendimento humanizado fez muita diferença. Todas as tardes, ela conversava com sua família por chamadas de vídeo, o que trouxe muita força para o tratamento.

“Desde o começo, quando cheguei aqui na Maternidade, o atendimento sempre foi muito bom. Só tenho gratidão a toda a equipe. Eles cuidaram da minha família, tomaram as decisões certas e conseguiram nos salvar. Não tenho nem palavras para agradecer o empenho de todos”, destacou Dayane.

“O caso da Dayane foi muito complexo, com várias complicações. Ter a expertise do Serviço de Gestação de Alto Risco amparado por uma equipe multidisciplinar foi fundamental para que tudo desse certo. Juntos tomamos decisões acertadas, entre elas, o momento para o parto. Estamos felizes com o sucesso do tratamento”, destacou Clóvis Antônio Bacha, coordenador do Serviço de Gestação de Alto Risco e médico cooperado da Ginecologia e Obstetrícia.

Com Dayane fora de risco e em processo de recuperação, o bebê passou a ser a principal preocupação. Como ela precisou receber medicamentos como sedativos, por exemplo, havia um risco de perder a criança ou de ela nascer prematura com sequelas.

A nossa equipe cuidou de tudo, e, no dia 16 de fevereiro, nasceu Maria Júlia com 34 semanas. Ela foi encaminhada para a UTI Neonatal com um desconforto respiratório leve, se recuperou e recebeu alta da UTI no dia 25 de fevereiro.

“Ela é minha maior alegria, e sei que está sendo muito bem cuidada. A notícia de que Maria Júlia tinha saído do oxigênio foi muito marcante para mim. Outra alegria foi quando ela saiu da UTI, uma vitória depois de tudo que passamos juntas”, contou Dayane.

O nosso colega Samuel, que acompanhou a história de perto, é só felicidade: “Estou muito feliz por ter feito parte dessa vitória. Eu pude estar no lugar certo, na hora certa e fazendo o que amo, que é cuidar das pessoas. Toda a equipe envolvida nesse tratamento foi fundamental para conseguirmos trazer o sorriso de volta para essa família, que passou por momentos complicados. Agora é só celebrar a vida”, completou.

Depois de 48 dias de internação, chegou a hora de voltar para casa com segurança. A equipe da Maternidade fez uma surpresa para celebrar a alta de Dayane. Veja como foi:

Dayane Dias, mãe da Maria Júlia
Dayane Dias, mãe da Maria Júlia

Parto cesáreo, em 16 de fevereiro de 2020, 34 semanas, na Maternidade Grajaú.

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