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Dupla jornada: Saúde no trabalho e maternidade

Maternidade

17/03/2025

Nossa médica cooperada, a psiquiatra Ana Carolina Figueiredo Correia compartilha sua experiência sobre os desafios da dupla jornada e a importância de estabelecer limites, delegar tarefas e buscar uma rede de apoio. Leia seu depoimento completo!

3 min de leitura

Dupla jornada: Saúde no trabalho e maternidade

Conciliar carreira e maternidade é um desafio enfrentado por muitas mulheres. Entre a pressão profissional e as demandas familiares, a sobrecarga pode impactar a saúde física e emocional. Encontrar um equilíbrio entre esses papéis exige planejamento, apoio e, acima de tudo, um olhar mais compassivo para si mesma. O autocuidado, muitas vezes negligenciado, deve ser prioridade para garantir bem-estar e qualidade de vida.

Nossa médica cooperada, a psiquiatra Ana Carolina Figueiredo Correia compartilha sua experiência sobre os desafios da dupla jornada e a importância de estabelecer limites, delegar tarefas e buscar uma rede de apoio. Leia seu depoimento completo!

Depoimento 

A maternidade é um dos momentos mais transformadores da vida de uma mulher, trazendo alegrias, realizações, desafios e mudanças profundas na rotina. Quando somada à vida profissional exige equilíbrio constante entre carreira e cuidados com os filhos. Conciliar trabalho e maternidade é uma realidade para milhões de mulheres e envolve desafios como a exaustão física e emocional, a sobrecarga mental e a necessidade de uma rede de apoio eficaz. Para garantir a saúde e o bem-estar, tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal, é essencial adotar estratégias que promovam uma rotina mais equilibrada.

A exaustão é uma das maiores dificuldades da dupla jornada. Além do expediente profissional, muitas mulheres acumulam a responsabilidade pelo cuidado com os filhos, a organização da casa e a gestão da vida familiar. Isso pode levar ao esgotamento físico e emocional, afetando a produtividade no trabalho e a qualidade de vida.

O sentimento de culpa é frequente entre mães que trabalham fora, pois muitas sentem que não estão dedicando tempo suficiente aos filhos. Ao mesmo tempo, há cobranças no ambiente de trabalho, onde a dedicação integral muitas vezes é vista como um requisito para o sucesso profissional. É uma conta que nunca fecha.

Este estresse contínuo, somada à privação de sono, muito comum nesta fase, podem levar a quadros de ansiedade, depressão, dores musculares e fadiga crônica. Muitas mulheres acabam negligenciando o autocuidado por falta de tempo, por não se permitirem ou por priorizarem as necessidades da família.

A importância de priorizar o autocuidado

Neste contexto, ter consciência das nossas vulnerabilidades e priorizar o autocuidado é fundamental. A metáfora do avião, nos ensina, sabiamente que é preciso colocar a máscara de oxigênio primeiro em nós mesmas, para estarmos disponíveis para cuidar.

Cuidar da própria saúde física e mental deve ser uma prioridade. Isso inclui manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, reservar momentos de descanso e buscar atividades prazerosas. O autocuidado não é um luxo, mas uma necessidade para garantir energia e bem-estar.

Abrir mão do perfeccionismo é fundamental. Cada mãe tem sua própria realidade e limitações, e o mais importante é encontrar um caminho que funcione para a sua família e sua carreira. Ao adotar um olhar mais compassivo para si mesma e aceitar que nem tudo estará sempre sob controle, a jornada dupla pode se tornar mais gratificante e menos desgastante. Estamos sempre fazendo o melhor que podemos.

Estabelecer prioridades e saber delegar tarefas é uma necessidade. É fundamental reconhecer que não é possível fazer tudo sozinha. Contar com a ajuda do parceiro, filhos (quando possível) ou contratar uma ajudante pode aliviar a carga mental. No trabalho, estabelecer prioridades e dividir responsabilidades com a equipe evita sobrecarga.

Contar com uma rede de apoio faz toda a diferença na rotina da mãe que trabalha. Essa rede pode incluir familiares, amigos, vizinhos ou até mesmo profissionais contratados para auxiliar nos cuidados com os filhos. Ter alguém de confiança para ajudar em momentos de necessidade reduz a pressão e proporciona maior segurança emocional.

Além do suporte familiar e social, é fundamental buscar apoio no ambiente de trabalho. Empresas que valorizam o bem-estar das mães colaboradoras costumam oferecer benefícios como licença-maternidade estendida, creches no local de trabalho e horários flexíveis.

Também é válido buscar grupos de mães que compartilham experiências semelhantes. Comunidades online ou presenciais podem proporcionar apoio emocional e trocas valiosas sobre os desafios da maternidade e da carreira.

Cada fase tem seu tempo

Por fim, é importante lembrar que na vida, tudo é transitório e nenhuma fase dura para sempre. O bebê que hoje demanda atenção integral logo cresce e se torna mais independente. A carreira, que em certos momentos parece exigir dedicação absoluta, pode se transformar à medida que novas oportunidades surgem. O segredo está em reconhecer que cada fase tem seu tempo e que a busca por equilíbrio deve ser contínua, mas sem a pressão de alcançar a perfeição.

Ao aceitar que a vida é movimento e mudança, podemos lidar melhor com os desafios da dupla jornada, enxergando-os como parte de um ciclo e não como um peso permanente.

Planejamento, flexibilidade e uma rede de apoio são essenciais para atravessar esse período com mais leveza, lembrando sempre que, assim como as dificuldades passam, também os momentos de alegria e realização devem ser vividos plenamente.

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Dra. Ana Carolina Figueiredo Correia
Por Dra. Ana Carolina Figueiredo Correia

Psiquiatra – Médica cooperada da Unimed-BH  

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