Vacinas para idosos: saiba quais são e quando tomar cada uma
20/04/2021
O Brasil tem 14,8 milhões de idosos hoje, e a vacinação na terceira idade é muito importante para garantir que a longevidade venha acompanhada de uma boa qualidade de vida.
7 min de leitura
O brasileiro vive hoje, em média, 75 anos. Com o aumento da expectativa de vida, surge a necessidade de promover um envelhecimento sadio, em que a longevidade esteja associada à qualidade de vida. Além de viver mais, todos querem viver bem. E as vacinas para idosos são aliadas a esse propósito.
Por isso, é muito importante manter o calendário vacinal em dia. A vacinação na terceira idade é uma medida fundamental que ajuda a evitar doenças sérias e/ou agravamento de doenças crônicas de base, comuns nessa faixa etária.
Pessoas vacinadas têm mais condições de enfrentar adversidades associadas à ação de vírus e bactérias. Portanto, independentemente da idade, todos devem estar com a vacinação em dia. Entenda tudo sobre a vacinação para idosos neste artigo.
Calendário de vacinação do idoso
A Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) elaborou um calendário de vacinação do idoso, especialmente criado para a terceira idade. Para te ajudar, o Viver Bem preparou um e-book gratuito para tirar as suas dúvidas. Ao baixa-lo você também recebe um calendário para acompanhamento. Baixe gratuitamente:
E-book: Calendário de Vacina do Idoso
Campanha Nacional de Vacinação do Idoso
Ainda em andamento, a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso foi inaugurada com a vacina contra a Covid-19.
Recentemente, o Ministério da Saúde, por intermédio da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde de todo o Brasil, abriu o calendário de vacinação contra gripe, tétano e difteria para a população a partir dos 60 anos.
Em 2020, a meta era imunizar, no mínimo, 70% deste público-alvo contra a gripe, o que equivale, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 10,4 milhões de pessoas. A população de idosos no Brasil é de 14,8 milhões.
Vacinas para idosos: quais são?
É importante ficar atento ao calendário nacional de vacinação do idoso e às campanhas divulgadas ao longo do ano. Mais que isso, é necessário manter-se atualizado sobre o esquema vacinal, buscando saber quais são as vacinas para idosos e quando receber cada dose. Confira:
1. Vacina Influenza (gripe) - Trivalente ou quadrivalente
Indicação:
– Para todas as pessoas a partir de 6 meses de vida, principalmente aquelas que têm maior risco de infecções respiratórias, que podem ter complicações e a forma grave da doença.
Esquema vacinal:
A partir de 9 anos, dose única anual.
Onde pode ser encontrada:
Na rede pública, a vacina trivalente está disponível para grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde em função do maior risco de adoecimento e de evolução para quadros graves. Entre eles, os adultos a partir dos 55 anos.
2. Vacinas Pneumocócicas (VPC13) e (VPP23)
Indicação:
– Para pessoas a partir de 60 anos.
Esquema vacinal e recomendações:
- A primeira dose dessa vacina para idosos deve a imunizante VPC13. A próxima dose, aplicada de 6 a 12 meses depois, deve ser da VPP23. Cinco anos após, deve ser aplicada uma dose de reforço da VPP23.
- Se o idoso recebeu primeiro uma dose de VPP23, deve-se aplicar a VPC13 após 1 ano e agendar a dose de reforço da VPP23 para depois de 5 anos da primeira dose.
- Quem já recebeu as duas doses de VPP23 pode tomar uma dose de VPC13 com intervalo mínimo de um ano após a última dose de VPP23. Nos casos em que a segunda dose de VPP23 tenha sido aplicada antes dos 60 anos é indicado que o idoso receba uma terceira dose, desde que se respeite o intervalo mínimo de cinco anos da última dose.
Onde pode ser encontrada:
- Nos serviços privados de vacinação.
- Nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), para crianças a partir de 2 anos de idade, adolescentes e adultos com condições de saúde especiais que as tornam propensas a ter doença grave causada pelo pneumococo.
3. Vacina Herpes-Zóster
O que previne:
O herpes-zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”, tem como principal complicação a neuropatia pós-herpética, responsável por dor crônica prolongada, de difícil controle e extremamente debilitante.
Indicação:
- Licenciada para pessoas com 50 anos ou mais, a vacina é recomendada como rotina para maiores de 60 anos de idade.
- A imunização é recomendada para todos, mesmo que o idoso já tenha desenvolvido a doença. Nesses casos, é importante aguardar intervalo de no mínimo um ano entre o quadro agudo da doença e a imunização.
- No caso de pessoas com histórico de herpes-zóster oftálmico, ainda não existem dados científicos que possam corroborar para a indicação ou não da vacina.
- A vacinação para idosos imunodeprimidos deve ser avaliada pelo médico (consulte os calendários de vacinação SBIm para pacientes especiais).
Esquema vacinal: Uma dose.
Onde pode ser encontrada: nos serviços privados de vacinação.
4. Tríplice Bacteriana Acelular do Tipo Adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa ou dTpa-VIP e Dupla Adulto (difteria e tétano) – dT
Esquema vacinal:
A atualização da dTpa é recomendada independentemente de intervalo prévio entre dT ou TT.
Com esquema de vacinação básico completo: é recomendado que se faça o reforço com dTpa de dez em dez anos.
Com esquema de vacinação básico incompleto: recomenda-se que o idoso tome uma dose de dTpa a qualquer momento e, a partir daí, complete o ciclo de vacinação básica com uma ou duas doses de dT (dupla bacteriana do tipo adulto), de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico.
Não vacinados ou idosos com histórico vacinal desconhecido: A partir da primeira dose de dTpa, vacinar o idoso dentro de 2, 4 a 8 meses com as duas doses seguintes de dT.
- A imunização é recomendada para todos, mesmo que o idoso já tenha tido coqueluche, já que a proteção conferida pela infecção não é permanente.
- Para as pessoas que tiveram contato com lactentes com a doença, é recomendado a antecipação do reforço com dTpa para cinco anos após a última dose de vacina contendo o componente pertussis.
- Recomenda-se a vacina dTpa combinada à da pólio inativada (dTpa-VIP) no caso de idosos que desejem viajar para países em que a poliomielite é endêmica
- A dTpa-VIP pode substituir a dTpa.
Onde pode ser encontrada:
dTpa-VIP e dTpa
– Nos serviços privados de vacinação
dT e dTpa
– Na Rede Pública de Saúde para gestantes a partir da 20ª semana de gestação, puérperas até 45 dias após o parto e profissionais da saúde que atuam em maternidades e serviços de atendimento a recém-nascidos.
5. Vacinas Hepatites A e B
Indicação:
Hepatite A: Nos casos da não existência de anticorpos verificada em exame sorológico após exposição à doença ou em casos de surtos.
Hepatite B: Rotina.
Hepatite A e B: Em casos em que as duas vacinas são recomendadas.
Esquema vacinal:
Hepatite A: Duas doses. A segunda dose deve ser aplicada 6 meses após a primeira.
Hepatite B: Três doses. A segunda dose deve ser aplicada 1 mês após a primeira; a terceira, 6 meses após a primeira.
Hepatite A e B: Três doses. A segunda dose deve ser aplicada 1 mês após a primeira; a terceira, 6 meses após a primeira.
Considerações:
Hepatite A É incomum encontrar idosos com mais de 60 anos suscetíveis à doença. Nesse caso, não há prioridade na vacinação. A avaliação sorológica pode ser solicitada para identificar a necessidade. Em casos de contato com doentes com hepatite A, ou durante surto da doença, a vacinação deve ser indicada.
Hepatite A e B A vacina combinada para os dois tipos de hepatite pode substituir a imunização isolada para as hepatites A e B.
Onde pode ser encontrada:
Hepatite A e A B – Nos serviços privados de vacinação (para essa faixa etária).
Hepatite B – Nas Unidades Básicas de Saúde.
6. Vacina Febre amarela
Quando indicar:
É importante que se avalie o risco e os benefícios da vacinação em idosos que já não tenham sido imunizados e que vivam em zonas de vacinação.
Esquema vacinal e recomendação:
- Dose única. Dependendo do risco de epidemias, uma segunda dose pode ser considerada, já que existe um risco de falha vacinal.
- Já foram registrados casos de eventos adversos graves na primeira vacinação de idosos com mais de 60 anos. Neste caso, a avaliação deve ser feita pelo médico.
- A vacina para idosos imunodeprimidos também deve ser avaliada pelo médico (consulte os calendários de vacinação SBIm pacientes especiais).
Onde pode ser encontrada: nos serviços de vacinação privados e públicos.
7. Vacinas Meningocócicas conjugadas ACWY/C
Indicação:
- Para adultos e idosos com condições que aumentem o risco para a doença meningocócica ou de acordo com a situação epidemiológica.
- Para viajantes com destino a regiões onde há risco aumentado da doença.
Esquema vacinal:
- Para adultos, dose única, a depender de risco de epidemias ou da condição de saúde do idoso.
- Não havendo vacina meningocócica conjugada ACWY, ela pode ser substituída pela vacina meningocócica C conjugada.
Onde pode ser encontrada: nos serviços privados de vacinação.
8. Vacina Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola
Indicação:
A vacina deve ser indicada para pessoas com risco de contaminação aumentado. A indicação dessa vacina para idoso dependerá do risco epidemiológico e da situação individual de cada um.
Esquema vacinal: dose única.
Considerações:
Doenças como sarampo, caxumba e rubéola não são muito comuns em pessoas com mais de 60 anos. Para esse grupo, portanto, a imunização não é feita de forma rotineira. Contudo, a critério médico (em situações de surtos, viagens, entre outros), ela pode ser recomendada.
Onde pode ser encontrada: nos serviços privados de vacinação.
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