Parto vaginal após uma cesárea (VBAC I)
15/04/2021
A história do nascimento da Luísa começou há sete anos, em 2014, no nascimento da Sofia. Sofia chegou através de uma cesárea; apesar de eu ter atingido a dilatação completa, após quase oito horas de trabalho de parto, ela não se encaixou, por isso, foi preciso interromper as tentativas de parto normal e partir para […]
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A história do nascimento da Luísa começou há sete anos, em 2014, no nascimento da Sofia.
Sofia chegou através de uma cesárea; apesar de eu ter atingido a dilatação completa, após quase oito horas de trabalho de parto, ela não se encaixou, por isso, foi preciso interromper as tentativas de parto normal e partir para a cirurgia.
Da experiência do parto da Sofia, ficou em mim a sensação de gratidão por ter recebido minha filha bem, saudável, na hora e da forma que tinha que ser. Vivenciei um parto seguro e respeitoso. Ficou também o sentimento de que eu era capaz, apesar de não ter concretizado o parto normal. Fiquei feliz e grata por ter passado pelo trabalho de parto, por Sofia ter nascido quando ela escolheu, de forma segura, nada mais importava.
Quando veio a notícia da espera pela Luísa, na primeira consulta com meu obstetra, ele perguntou quais minhas expectativas em relação ao parto. Minha resposta foi: quero outro parto seguro, quero ficar bem e que minha bebê também fique bem! Ele explicou que era possível tentarmos um parto normal, e, ao longo do pré-natal, fomos tendo vários sinais de que poderia mesmo acontecer.
O tempo foi passando, a gestação trouxe algumas surpresas, mas foi tranquila. No dia 28 de janeiro de 2021, com 39 semanas e quatro dias, Luísa decidiu que era hora de chegar. E foi como eu tanto desejava… a primeira grande alegria: a bolsa se rompeu! Isso aconteceu às 16h40, tomei um banho, liguei para meu obstetra e fui junto com meu marido encontrá-lo no consultório. Já estava com 6 cm de dilatação e ainda não tinha sentido dor. De lá, partimos para a maternidade! Finalizamos o processo burocrático da internação por volta das 19h, e fui direcionada ao quarto PPP. Ambiente acolhedor, sem a frieza do bloco cirúrgico, mas muito próximo dele de forma a possibilitar uma intervenção rápida caso fosse necessário.
As quase quatro horas que passamos nesse local pareceram voar… o tempo corria sem eu perceber. Recebi toda a assistência de uma equipe muito competente. Tive ao meu lado profissionais humanos e respeitosos. Obstetra, pediatra, anestesista e enfermeira, que, de forma atenciosa e tranquila, realizaram suas funções; tivemos vários momentos de bate-papo, uma conversa leve, que ajudava a distrair e amenizar as preocupações e os anseios. Pude contar com meu marido presente o tempo todo, o que foi essencial para que eu seguisse em frente.
O restante da dilatação aconteceu rapidamente. Na etapa final, optei pela anestesia, que foi feita de forma com que eu conseguisse continuar sentindo as contrações e fazendo força no momento certo. Fazer a força certa foi uma dificuldade, mas, após várias tentativas, encontramos uma posição que me deixou mais confortável; aos poucos, Luísa foi descendo e se encaixando e, às 22h50, ela chegou!
Meu tão sonhado VBAC aconteceu! E, o mais importante, de forma segura; minha bebê chegou bem e pude acolhê-la em meus braços. O papai cortou o cordão umbilical. Ela foi recebida com muito carinho pela nossa pediatra, que já cuida da irmã e continuará cuidando dela. Foi tudo tão lindo, emocionante!
Acho que todos que estavam lá perceberam o quanto eu estava em êxtase! Foi difícil dormir naquela noite: além de ficar admirando minha pequena, a adrenalina do momento tomou conta de mim, eu ficava repassando as cenas e ria sozinha de tanta felicidade.
O que eu senti no nascimento da Sofia se concretizou na chegada da Luísa. Eu consegui… fui capaz!