Importância do pré-natal para a saúde da mãe e do bebê
26/03/2021
Atualizado em 11/04/2024
O acompanhamento pré-natal é essencial para a saúde do bebê e da mãe. Saiba o que é, como é feito e o que não pode faltar em uma consulta.
6 min de leitura
A chegada de um bebê é um momento sonhado por muitas famílias, mas, para que ela seja tranquila, o cuidado começa muito antes – em alguns casos, até mesmo na fase anterior do esperado resultado positivo. O pré-natal é fundamental durante a gravidez, marcado por mudanças no corpo da gestante e na rotina dos pais e de todos aqueles que acompanham a futura mãe.
A importância desse acompanhamento é comprovada, prevista em lei e regulamentada pelo Ministério da Saúde. Conhecer mais sobre ele é essencial para que o atendimento seja eficaz e garanta a assistência necessária à gestante e às pessoas que fazem parte de sua rede de apoio.
O que é pré-natal?
O pré-natal é um conjunto de ações assistenciais que têm como objetivo cuidar da saúde do bebê e da gestante até o parto.
Além de promover o desenvolvimento saudável do bebê, esse é um momento para planejar o futuro. É durante as consultas que a família pode montar o plano de parto, esclarecer dúvidas e criar, com a equipe médica e de assistência, um ambiente confortável e seguro para receber o bebê.
A importância do pré-natal
O valor desse acompanhamento vai muito além do desenvolvimento do bebê. Ela passa pela saúde da mãe, pela criação de laços e pelo planejamento que visa receber o novo membro da família.
Entre os principais benefícios desse atendimento, estão:
- Fornecimento de informações sobre a adaptação da rotina durante a gravidez.
- Prescrição de dietas, exercícios e medicações e informações sobre medicamentos permitidos e proibidos durante a gestação.
- Orientações sobre hábitos de higiene, vestuário, sono, atividades recreativas e sexualidade.
- Apoio psicológico e tratamento de sintomas típicos da gestação.
- Prevenção e tratamento de doenças que afetam a mãe ou o bebê.
- Preparação para o parto e esclarecimento sobre os tipos de parto, riscos e benefícios de cada via, como também a construção do plano de parto.
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Quando começar?
Muitas pessoas não sabem quando dar início ao pré-natal, mas a verdade é que, em um cenário ideal, o casal que deseja engravidar deve realizar uma avaliação pré-concepcional. Essa avaliação consiste em uma consulta realizada antes da gravidez, como o nome sugere, com o objetivo de identificar possíveis fatores de risco ou doenças que podem alterar a evolução normal de uma gestação.
Nos casos em que a consulta não é viável, é ideal que os pais iniciem a rotina de pré-natal logo após a descoberta da gestação, idealmente nas primeiras semanas após a concepção.
Quantas consultas são necessárias?
Por se tratar de um período repleto de mudanças na rotina e no corpo da mulher, é fundamental que ela, assim como o pai e todos aqueles que participam da gestação, sejam orientados a respeito de como se adaptarem a essas mudanças, que ocorrem desde as primeiras semanas.
O Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas, no mínimo, seis consultas para acompanhar o desenvolvimento do bebê e o estado de saúde da mãe, com a seguinte periodicidade: mensal até a 28ª semana; quinzenalmente, da 28ª até a 36ª semana; e semanalmente, da 36ª semana até o parto.
Dessa forma, é possível prevenir, detectar e tratar doenças maternas e fetais que possam ocorrer, diminuindo riscos de complicação para mãe e filho.
Entretanto, a periodicidade vai depender do risco gestacional. O caso descrito acima seria considerado uma situação de risco habitual. Vale destacar que a gestante de alto risco pode demandar maior número de consultas.
Exames pré-natais: quais os principais?
Existe uma série de exames pré-natais, e muitos deles já são realizados durante toda a vida. Alguns são repetidos a cada trimestre e outros solicitados apenas na primeira consulta do pré-natal a fim de verificar o estado de saúde geral da gestante.
- Anti-HIV – Recomendado para o início e o final da gravidez, esse teste identifica a presença do vírus causador da AIDS no sangue. Trata-se de um exame muito importante para a gestante, pois a identificação do vírus permite o tratamento com medicação que impede a transmissão vertical da doença (transmissão da mãe para o bebê).
- Sorologia infecciosa para sífilis – Assim como o vírus causador da AIDS, a ocorrência de sífilis na gestação pode ser prejudicial para o bebê, mas, se tratada adequadamente, pode ser evitada a transmissão vertical. Por isso, é recomendado que se faça o exame em cada trimestre gestacional.
Hepatite B – O exame que detecta a presença dessa doença na gestante deve ser feito no primeiro e no último trimestre da gestação, com o intuito de adotar, em caso de diagnóstico positivo, medidas que reduzam a possibilidade de transmissão vertical. - Sorologia para toxoplasmose – O toxoplasma gondii é um microrganismo extremamente perigoso para o desenvolvimento do feto, visto que pode causar danos ao sistema nervoso e à visão do bebê. Por isso, é fundamental detectar, no primeiro trimestre da gestação, se a mulher está ou já foi infectada. Caso a gestante seja susceptível, deve ser repetido em cada trimestre.
- Rastreamento de estreptococos do grupo B – Trata-se de um exame que deve ser feito algumas semanas antes do parto visando identificar a presença dessa bactéria na região vaginal. Se der positivo, devem ser adotadas medidas no momento do parto, procurando evitar problemas como a infecção generalizada no bebê.
- Tipo sanguíneo – Um dos exames mais relevantes no início da gravidez é a tipagem sanguínea. É essencial para identificar uma possível incompatibilidade sanguínea materna e intervir de forma oportuna sem que haja prejuízos à gestação.
- Pesquisa do diabetes – Exame imprescindível para detectar se a gestante desenvolveu diabetes gestacional. É realizado no primeiro e no segundo trimestre.
Hemogramas podem ser solicitados, com o objetivo de verificar e garantir que a hemoglobina esteja sempre em taxas normais. A ultrassonografia obstétrica, por sua vez, também é feita para acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do bebê.
Lembrando que o seu médico de referência no pré-natal poderá solicitar outros exames, conforme a conveniência de obter mais informações sobre a saúde da mamãe e do bebê. Assim, faça as consultas de pré-natal regularmente e esteja informada sobre as necessidades de exames com o seu médico.
Assim, é muito importante que a mãe faça as consultas de pré-natal regularmente e realize os exames recomendados pelo médico. A presença da parceria durante as consultas também é muito indicada, inclusive para tirar dúvidas e oferecer apoio à grávida em meio ao processo da gestação.
Informe-se melhor sobre diabetes gestacional neste artigo do Viver Bem:
Diabetes gestacional: o que é, como diagnosticar e tratar
Como funciona o pré-natal
Como você viu neste artigo, o pré-natal é fundamental e deve ser realizado em todos os períodos da gestação, até a chegada do bebê.
As informações principais da mãe e de seu filho devem ser anotadas no Cartão da Gestante, a cada consulta, para que a evolução da gravidez esteja sempre à mão.
Algumas etapas que devem ser consideradas em todas as visitas do pré-natal:
- Acolhimento da gestante, identificando se há alguma queixa.
- Exame clínico e obstétrico (bem-estar materno fetal).
- Avaliação dos resultados de exames.
- Verificação do calendário de vacinação.
- Esclarecimentos de dúvidas.
- Orientações e prescrições pertinentes à idade gestacional da gestante ou demanda apresentada.
- Registro das informações no prontuário da gestante.
- Atualização da caderneta de vacinação da gestante.
- Agendamento das consultas subsequentes.
O papel da equipe no pré-natal
A enfermeira que acompanha a gestante poderá exercer as seguintes funções:
- Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação.
- Fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta).
- Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a presença do médico.
- Orientar a vacinação das gestantes conforme calendário vacinal.
- Estar atento às gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica.
- Realizar exame clínico das mamas.
- Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos (grupos ou atividades de sala de espera).
- Orientar as gestantes quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade.
- Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas.
O médico, além de exercer algumas atribuições compartilhadas com o profissional de enfermagem, é responsável por:
- Coordenar a assistência ao pré-natal, direcionando condutas em prol do desenvolvimento gestacional saudável para mãe e bebê.
- Fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta).
- Realizar consulta de pré-natal de alto risco, direcionando a gestante aos serviços de referência conforme necessidade.
- Avaliar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme.
- Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário.
- Prescrever medicamentos padronizados para o pré-natal.
- Orientar a vacinação das gestantes.
- Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes aos serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário.
Conheça a Cartilha da Gestante
Conforme salientado, a gestação é um processo muito especial para uma mulher. É necessário que a gestante comece a se preparar e a levar uma série de questões em consideração, sempre pensando na sua saúde e na do bebê.
Neste contexto, o Viver Bem produziu a Cartilha da Gestante, ou seja, conteúdo gratuito que traz as mais variadas orientações sobre esse período, como:
- Informações sobre o pré-natal.
- Alimentação e atividades físicas na gravidez.
- Cuidados com o corpo.
- Enxoval do bebê.
- Parto, puerpério e cuidados com o recém-nascido.
- E muito mais.
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