Parto Adequado
O Projeto Parto Adequado traz o procedimento mais seguro para que a futura mãe dê à luz, combinando o protagonismo da mulher, suas crenças e preferências, com as práticas comprovadamente recomendadas.
O cenário de partos no Brasil
Um estudo publicado em 2021 aponta que o Brasil está em segundo lugar no ranking mundial de cesáreas, com cerca de 55,7% de todos os partos nesse grupo. Na saúde privada, esses números chegam a ser maiores, atingindo até 89% dos partos totais. A Organização Mundial da Saúde preconiza que os índices de partos cesáreos razoáveis sejam de apenas 15%.
A cesariana pode ser necessária em alguns casos, em especial naqueles que existe risco de hemorragia para a mãe ou quando a placenta impede a saída do bebê do útero. Entretanto, nos casos em que não há indicação e necessidade clínica, o parto cesáreo pode aumentar em cerca de 25% os riscos de agravos na saúde da criança durante a infância, quando comparado com partos vaginais. Para a mulher, os riscos incluem sangramentos, infecções e outros desfechos mais graves, triplicando o risco de morte da mãe.
Parto Adequado
O que é um parto adequado?
Um parto adequado é aquele que combina o protagonismo da mulher com as práticas comprovadamente recomendadas. Isso significa que a futura mãe está no centro das decisões de como o parto deve ser conduzido, com base em evidências científicas que garantem a intervenção médica somente quando necessária. O conceito de parto adequado não está ligado à via de parto, podendo ser tanto um parto normal quanto uma cesariana com indicação clínica.
O Projeto Parto Adequado
Com o objetivo de identificar modelos inovadores de atenção à saúde da gestante e do neonato, valorizando o parto normal, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), juntamente com o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), desenvolveu o Projeto Parto Adequado.
Iniciado em 2014, visa oferecer ao binômio mãe-bebê, em todo o percurso gestacional, o cuidado certo e no momento certo, por meio de estrutura, preparo da equipe multiprofissional e medicina baseada em evidências durante o pré-natal, parto e pósparto, respeitando e validando aspectos socioculturais da família e da gestante.
A Unimed-BH fez parte de todos os ciclos do projeto, e continua aplicando políticas e processos desenvolvidos para a valorização do parto.
A Unimed-BH e o Parto Adequado
A Unimed-BH apoia e incentiva o parto adequado, mas reconhece que essa é uma decisão que só a mulher pode tomar. Seja qual for a escolha, estamos ao lado das nossas clientes para prestar toda a assistência necessária.
Mesmo com o fim do projeto no início de 2022, a Unimed-BH mantém as políticas de atenção à saúde do binômio mãe-bebê, adotadas durante os ciclos do projeto, e continua trabalhando para ampliar a qualificação da atenção perinatal oferecida aos seus clientes em suas maternidades: Maternidade Unimed Grajaú e HospitalMaternidade Unimed Betim. Sobretudo, na valorização do parto normal e do apoio à autonomia da mulher durante toda a experiência da gestação, em especial nas escolhas e preferências durante o parto.
A equipe multidisciplinar da Unimed-BH
Composta por enfermeiros obstetras, pediatras, neonatologistas, anestesiologistas e técnicos de enfermagem, a equipe multidisciplinar da Unimed-BH amplia a humanização da atenção na gravidez e no parto, fortalece o apoio e a autonomia da gestante e melhora a experiência da mulher e da família durante todo o processo.
Referências
- BETRAN, Ana Pilar; YE, Jiangfeng; MOLLER, Ann-Beth; SOUZA, João Paulo; ZHANG, Jun. Trends and projections of caesarean section rates: global and regional estimates. Bmj Global Health, [S.L.], v. 6, n. 6, p. 1-8, jun. 2021. BMJ. http://dx.doi.org/10.1136/bmjgh-2021-005671.
- MASCARELLO, K. C.; HORTA, B. L.; SILVEIRA, M. F. Maternal complications and cesarean section without indication: systematic review and meta-analysis. Revista de Saúde Pública, [S. l.], v. 51, p. 105, 2017. DOI: 10.11606/S1518-8787.2017051000389. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/140980. Acesso em: 6 mai. 2022.
- LARANJEIRA, Antônio H. C.. Cesariana sem indicação pode aumentar risco de óbito na infância. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/cesariana-sem-indicacao-pode-aumentar-riscode-obito-na-infancia-0. Acesso em: 04 maio 2022.
- BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Ministério da Saúde. Parto Adequado. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/gestaosaude/parto-adequado1#:~:text=Conhe%C3%A7a%20o%20Movimento%20que%20estimula,cesarianas%20desnecess%C3%A1rias%20na%20sa%C3%BAde%20suplementar. Acesso em: 04 maio 2022.
- Organização Pan-Americana de Saúde. Taxas de cesarianas continuam aumentando em meio a
crescentes desigualdades no acesso, afirma OMS. 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/16-6-2021-taxas-cesarianas-continuam-aumentando-emmeio-crescentes-desigualdades-no-acesso. Acesso em: 04 maio 2022