O que é FIV (Fertilização in Vitro) e como é realizada
10/08/2023
A Fertilização in Vitro é uma das técnicas mais procuradas de reprodução assistida. Informe-se sobre o que é FIV, como é o procedimento e outros detalhes neste artigo.
4 min de leitura
Você sabe o que é FIV? Muitas pessoas sonham em ter um filho, mas, encontrando dificuldades em engravidar de modo natural, buscam outras soluções. Determinados tratamentos de reprodução assistida são boas alternativas, como é o caso, por exemplo, da Fertilização in Vitro.
Trata-se de um dos procedimentos mais indicados e conhecidos, mas a falta de informação ainda desperta muitas dúvidas, especialmente sobre como ele é feito.
O Viver Bem, portal de saúde da Unimed-BH, elaborou este artigo especial em que vai explicar o que é FIV, como é o procedimento e trazer outros detalhes importantes a respeito desse assunto.
O que é FIV?
A Fertilização in Vitro é um método de reprodução assistida. Ela consiste em fertilizar os óvulos com os espermatozoides em um ambiente ambulatorial e controlado.
Os embriões são cultivados fora do corpo da mulher e, posteriormente, transferidos ao útero. Quando há sucesso em sua realização, um ou mais deles podem resultar em uma gestação bem-sucedida.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, mais de 45 mil procedimentos de FIV foram realizados, no Brasil, em 2021; os números são maiores que os 34.623 mil registrados em 2020, mas acredita-se no impacto da pandemia sobre esses números.
Quando ela é indicada?
Como citamos no início deste texto, a Fertilização in Vitro é indicada a pessoas que desejam engravidar e não têm sucesso de forma natural.
Ela é recomendada especialmente a casais que tentaram outras alternativas, como a indução da ovulação com namoro programado e a inseminação intrauterina, e não conseguiram obter a gestação.
Na maior parte dos casos, as pessoas que procuram saber o que é FIV sofrem de problemas específicos para engravidar, por exemplo:
- ausência ou bloqueio das trompas;
- endometriose;
- falência ovariana;
- distúrbios de ovulação;
- baixa contagem de espermatozoides;
- ausência de gametas no sêmen.
Mulheres com idade mais avançada e casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos também costumam procurar por esse tipo de tratamento de reprodução assistida.
Saiba mais sobre dificuldade para engravidar neste artigo do Viver Bem:
Dificuldade para engravidar: causas de infertilidade e quando procurar ajuda
O que é FIV: como o procedimento é realizado
A Fertilização in Vitro se dá em quatro etapas, que você vai conhecer melhor a seguir. Continue lendo.
Estimulação ovariana
Nesta primeira etapa, medicamentos são recomendados com o objetivo de estimular o ovário da mulher a produzir a maior quantidade possível de óvulos. As dosagens administradas são personalizadas de acordo com o caso.
Geralmente, os especialistas fazem o acompanhamento por meio de exames de ultrassom. Essa etapa dura, normalmente, entre 10 e 20 dias, período estimado para que ocorra a produção esperada de óvulos.
Coleta de gametas
Nesta etapa, ocorrem duas coletas essenciais para o processo. A primeira é a coleta de óvulos, realizada através de uma agulha fina acoplada a um aparelho de ultrassom.
A agulha é introduzida no ovário e aspira os folículos ovarianos em que os óvulos estão alojados. O líquido que contém os óvulos é levado ao laboratório para análise pelos embriologistas.
Na segunda parte desta etapa, os espermatozoides são coletados a partir do sêmen. Nos casos em que o homem apresenta azoospermia, condição representada pela ausência dos espermatozoides no sêmen, eles podem ser coletados diretamente dos testículos e epidídimos por meio de uma aspiração.
Se ainda assim os espermatozoides não forem encontrados, é feita uma biópsia testicular sob anestesia para levantar a amostra necessária.
Fertilização dos gametas e cultivo dos embriões
Na terceira etapa da FIV, os óvulos coletados são identificados e colocados em placas com líquidos preaquecidos similares ao ambiente natural da mulher e mantidos em incubadoras por algumas horas.
Existem duas maneiras de fazer a fertilização:
FIV convencional
Neste caso, um total de 100 mil espermatozoides de boa mobilidade e qualidade são colocados por determinado período ao redor dos óvulos coletados. Aguarda-se, então, que ocorra a fecundação.
FIV com ICSI
Esta prática é realizada quando não há a quantidade ou qualidade ideal dos espermatozoides para realizar a FIV convencional.
A fertilização, nesses casos, é realizada com a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), em que os espermatozoides são colocados diretamente dentro dos óvulos.
Para que isso seja possível, os óvulos passam por um processo de preparo. O embriologista, então, faz a seleção de um espermatozoide de qualidade e mobilidade e o deposita dentro do óvulo.
Transferência do embrião
Finalmente a última etapa da Fertilização in Vitro: a transferência do embrião. Depois da formação do pré-embrião, chamado de zigoto, ele é separado e deixado em um líquido dentro de uma incubadora por um período que pode variar de 2 a 5 dias.
Quando estão devidamente desenvolvidos, os embriões são avaliados pelos especialistas, que definem qual é o melhor momento de transferi-los para o útero da mulher.
O procedimento de transferência é feito de forma rápida e simples, sem anestesia, através de cânulas finas de plástico introduzidas no útero. Determinados fatores vão indicar a quantidade ideal de embriões a serem transferidos, como a idade da mulher, a qualidade do embrião, entre outros.
Possíveis complicações da FIV
Agora que você sabe o que é FIV e como ela é feita, vale a pena se informar sobre possíveis complicações do procedimento. Caso se interesse por esse tratamento, lembre-se de conversar a respeito com o especialista responsável pelo seu caso e tirar todas as suas dúvidas.
São possíveis complicações:
Síndrome da Hiperestimulação Ovariana
Ela pode ocorrer em razão dos altos níveis hormonais produzidos pelos folículos depois da coleta dos óvulos. Além disso, pacientes com maior sensibilidade à elevação de hormônios no organismo correm o risco.
Tal condição apresenta sintomas como dor abdominal leve, náusea, vômito e inchaço e costuma durar, aproximadamente, uma semana. Nos casos em que a mulher engravida, no entanto, os sintomas podem se prolongar.
Casos mais graves são raros, mas é importante conversar com o médico quando sentir a presença dos sintomas para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
Gestações múltiplas
A FIV aumenta as chances do desenvolvimento de gestações múltiplas em razão dos procedimentos realizados. Por isso, existem regras relacionadas à quantidade de embriões transferidos durante o procedimento.
Outros conteúdos do Viver Bem
O Viver Bem está em constante atualização e tem diversos conteúdos relacionados à maternidade, inclusive para mulheres que estejam planejando engravidar e querem se informar melhor sobre esse assunto.
Confira alguns dos artigos já publicados: