Vacinação infantil: qual a importância das vacinas para crianças?

Prevenção e Controle

29/04/2021

Atualizado em 14/03/2024

A vacinação infantil garante a proteção contra várias doenças. Listamos aqui o calendário vacinal e a importância do acompanhamento dos pais.

7 min de leitura

Vacinação infantil: qual a importância das vacinas para crianças?

A vacinação infantil é uma das medidas mais importantes de prevenção contra diversas doenças. A vacina protege a criança de vírus e bactérias que provocam enfermidades que podem trazer complicações de saúde, deixar sequelas e até levar à morte.

Crianças estão mais suscetíveis a doenças porque a defesa imunológica ainda é fraca. Por isso, é importante seguir corretamente o calendário de vacinação infantil. Quanto mais as vacinas são aplicadas no período correto, mais cedo as crianças estão protegidas.

Manter a carteira de vacinação da criança em dia é primordial. Descubra o porquê neste artigo.

Vacinação infantil: por que é tão importante

A vacinação infantil é de extrema importância para proteger as crianças contra várias doenças infecciosas, proporcionando benefícios tanto para a saúde individual quanto para a saúde pública. Aqui estão algumas das razões pelas quais a vacinação infantil é crucial:

  1. Prevenção de doenças graves: as vacinas protegem as crianças contra doenças graves e, em alguns casos, potencialmente fatais, como sarampo, caxumba, rubéola, poliomielite, difteria, coqueluche, hepatite B, entre outras.
  2. Imunidade coletiva: a imunidade coletiva, também conhecida como imunidade de grupo ou imunidade populacional, diz respeito à proteção indireta contra uma doença infecciosa quando uma porcentagem significativa da comunidade se torna imune a essa doença. Isso ocorre quando um nº suficiente de pessoas desenvolve imunidade.

    O que ocorre, na prática é que uma pessoa vacinada não transmitirá a doença para outros não imunizados por razões como: são muito novos para tomar alguma vacina; têm algum problema que impede a vacinação; foram vacinados antes, porém, não produziram níveis ideais de anticorpos, logo, não ficaram devidamente imunizados.

    É importante ressaltar que, caso a criança não seja vacinada, sua proteção é incompleta e pode prejudicar a comunidade. Por isso é fundamental que o máximo de crianças sejam vacinadas

  3. Prevenção de epidemias: a vacinação em massa ajuda a prevenir surtos e epidemias de doenças infecciosas. A erradicação ou controle eficaz de certas doenças só é possível pelas altas taxas de vacinação.
  4. Proteção duradoura: algumas vacinas proporcionam imunidade duradoura, reduzindo significativamente o risco de infecção ao longo da vida. Entretanto, algumas vacinas não geram proteção permanente, necessitando doses de reforço , para que os anticorpos — agentes de defesa — continuem em níveis adequados.
  5. Redução da gravidade: a vacinação ajuda a reduzir o risco de contrair algumas doenças ou de suas manifestações mais graves, que podem levar a complicações e até mesmo à morte . Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação chega a evitar três milhões de mortes.

Saiba mais: Caderneta de Saúde da Criança: para que serve e como usar?

Calendário de vacinação infantil

O calendário de vacinação infantil é uma ótima ferramenta para acompanhar e conferir o esquema de imunização da sua criança. Neste arquivo, organizado pelo Ministério da Saúde, estão detalhadas as vacinas infantis, permeando a faixa etária até <10 anos.

Vacinas para crianças: saiba quais são e o que evitam

A seguir, acompanhe a descrição detalhada das vacinas para crianças, com os respectivos períodos de aplicação, conforme o Calendário Nacional de Vacinação:

1. BCG

A sigla BCG significa Bacilo de Calmette e Guérin, que imuniza contra as formas graves de tuberculose..

Quando vacinar?

A dose é única e deve ser aplicada o quanto antes, ainda nos primeiros 30 dias de vida.. Na ausência da cicatriz no local da aplicação, não é necessário revacinar. A Organização Mundial da Saúde aponta que a ausência da cicatriz da BCG após a vacinação não é um indicativo de ausência de proteção.

2. Vacina Hepatite B (HB recombinante)

A hepatite B é uma infecção grave que acomete o fígado. Para manter seu pequeno longe dessa doença, a HB recombinante é uma das principais vacinas para crianças.

Quando vacinar?

Para crianças, a recomendação é que se façam quatro doses da vacina, sendo: ao nascer, aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses de idade (vacina pentavalente).

3. Vacina contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus tipo b e hepatite B (Vacina Pentavalente)

É uma composição combinada que previne contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B, doenças graves e que muitas vezes podem ser fatais.

Quando vacinar?

São três doses, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade; e dois reforços, aos 15 meses e aos 4 anos, feitos com a vacina DTP (vacina tríplice bacteriana, que previne difteria, tétano e coqueluche).

4. Vacina Poliomielite (VOP / VIP)

Poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos. Em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores.

Quando vacinar?

A VIP injetável, deve ser aplicada em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade. A VOP oral (gotinha), em duas doses de reforço: a primeira aos 15 meses de idade e a outra aos 4 anos.

No Brasil, todas as crianças menores de 5 anos de idade devem receber a vacina durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, independentemente de já estarem em dia com as doses anteriores.

5. Vacina Rotavírus Humano G1P1 (VORH)

O rotavírus é um dos principais agentes virais causadores das doenças diarreicas agudas (DDA) e uma das mais importantes causas de diarreia grave em crianças menores de cinco anos no mundo.

Quando vacinar?

São duas doses, sendo a primeira aos 2 meses (de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 15 dias) e a segunda aos 4 meses (de 3 meses e 15 dias a 7 meses e 29 dias). O intervalo entre as duas doses deve ser de, no mínimo, 30 dias.

6. Vacina Difteria, Tétano, Pertussis (DTP), Difteria e Tétano (dT) e Difteria, Tétano, Pertussis acelular

É uma composição combinada que previne contra três doenças: difteria, tétano e coqueluche, doenças graves que se configuram como importantes problemas de saúde pública.

Quando vacinar?

O uso da vacina acelular (DTPa) é preferível ao de células inteiras (DTP), já que os eventos adversos associados com a sua administração são menos frequentes e intensos. O reforço dos 4 aos 6 anos pode ser feito com DTPa-VIP, dTpa-VIP, DTPa ou DTP. O reforço seguinte deverá ser feito com a vacina tríplice acelular do tipo adulto (dTpa), cinco anos após, preferencialmente entre 9 e 11 anos.

7. Vacina Pneumocócica Conjugada (10-Valente)

Proteção contra infecções invasivas (como meninigite, pneumonia e otite média aguda), causadas por 10 sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae.

Quando vacinar?

A primeira dose deve ser aplicada aos 2 meses de idade, a segunda aos 4 meses e o reforço aos 12 meses.

8. Vacina Meningocócica C Conjugada

Previne contra as doenças causadas pelo meningococo C (incluindo meningite e meningococcemia).

Quando vacinar?

São duas doses: aos 3 e 5 meses de idade. O reforço deverá ser aplicado aos 12 meses.

9. Vacina Febre Amarela

Transmitida por mosquitos em regiões de matas, o contágio por febre amarela foi reduzido graças à vacinação infantil e também à de adultos, de acordo com o esquema vacinal atualizado.

Quando vacinar?

A primeira dose deve ser aplicada aos 9 meses de idade e o reforço aos 4 anos. Em regiões endêmicas, a primeira dose deve ser antecipada para os 6 meses de idade.

10. Vacina Sarampo, Caxumba, Rubéola (Tríplice Viral - SCR) + Varicela (Tetraviral - SCRV)

Aqui está uma das vacinas de crianças com cobertura abrangente, no sentido de proteger contra várias doenças, conforme o nome já diz.

Quando vacinar?

A primeira dose da tríplice viral (SCR) deve ser aplicada aos 12 meses de idade e o reforço aos 15 meses (com a tetraviral – SCRV).

11. Vacina Hepatite A

Assim como a hepatite B, a hepatite A é uma doença altamente contagiosa que pode ser evitada com a vacina.

Quando vacinar?

A dose é única e deve ser aplicada aos 15 meses de idade.

12. Vacina Papilomavírus Humano (HPV)

O papilomavírus humano (HPV) é uma infecção que pode ocasionar graves consequências. A vacina protege contra infecções persistentes e lesões pré-cancerosas, causadas pelos tipos de HPV 6,11,16,18. Também previne o câncer de colo do útero, da vulva, da vagina, do ânus e verrugas genitais (condiloma).

Quem deve receber a vacina?

Meninas e meninos de 9 a 14 anos podem tomar a vacina gratuitamente.

Quando vacinar?

Administrar 2 (duas) doses, com intervalo de 6 (seis) meses entre elas, de 9 a 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias) para meninas e meninos.

A vacina oferece maior eficácia na proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais presentes em sua composição; por isso, é mais indicada para meninas e meninos que ainda não iniciaram a vida sexual. Para outros grupos etários, caso haja indicação médica, a vacina está disponível em serviços privados.

13. Influenza

A influenza, comumente conhecida como gripe, é uma doença respiratória viral aguda causada pelos vírus influenza.

Quando vacinar?

É recomendada para todas as crianças a partir dos 6 meses de idade. A orientação é aplicar uma ou duas doses da vacina anualmente. Quando administrada pela primeira vez em crianças menores de 9 anos, aplicar duas doses com intervalo de 30 dias.

14. Varicela (Catapora)

A varicela, também conhecida como catapora, é uma doença infecciosa causada pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ). Ela é altamente contagiosa e é mais comum em crianças, embora adultos também possam ser afetados.

Quando vacinar?

É considerada adequadamente vacinada a criança que tenha recebido duas doses da vacina após 1 ano de idade. Em situação de risco – por exemplo, surto de varicela ou exposição domiciliar –, a primeira dose pode ser aplicada a partir dos 9 meses de idade. Nesses casos, a aplicação de mais duas doses, posteriormente ao primeiro ano de vida, ainda será necessária.

15. Vacina Covid-19 (3 doses)

Proteção contra as formas graves e complicações pela Covid-19

Quando vacinar?

A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de 3 doses (aos 6, 7 e 9 meses de idade). Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 9 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até os 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal, respeitando os intervalos mínimos recomendados (4 semanas, entre a 1ª e a 2ª dose;, e 8 semanas, entre a 2ª e a 3ª dose).

Opções de vacinação na rede particular

A vacina particular é uma opção para os que pretendem ampliar a cobertura para alguns patógenos e diminuir as reações a vacinas. A decisão sobre quais vacinas sua criança deve tomar (na rede pública ou na rede privada) deve ser discutida com o pediatra.

Como você pode perceber, a vacinação infantil é fundamental para a proteção das crianças. Daí a relevância de evitar a propagação de doenças por meio do cumprimento adequado do calendário de vacinação das crianças. É uma forma de os pais assegurarem o crescimento saudável, maior bem-estar e qualidade de vida às suas crianças.

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Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
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