Conheça os principais cuidados com o recém-nascido

Maternidade

12/04/2021

Atualizado em 28/08/2024

Os primeiros meses de vida são cruciais para a saúde do bebê. Descubra quais são os principais cuidados com o recém-nascido.

9 min de leitura

Conheça os principais cuidados com o recém-nascido

Voltar para casa com o bebê nos braços é o momento mais esperado pelos pais. Por outro lado, é também um momento de apreensão para todos os pais, de primeira viagem  ou não, com relação aos cuidados com o recém-nascido (RN).

E não poderia ser diferente: é na saída da maternidade que surgem as principais dúvidas sobre como lidar com esse ser ainda frágil.

Pensando nisso, vamos ajudar a desmistificar os principais assuntos que merecem atenção nos primeiros dias de vida. Continue lendo este post do Viver Bem para conferir!

ÍNDICE

Como cuidar do bebê nos primeiros dias de vida?

Os primeiros 28 dias de vida – quando o bebê ainda é considerado recém-nascido – são os mais sensíveis. Por isso, o primeiro passo para aprender a cuidar do bebê nos primeiros dias de vida é estar atento ao momento correto para cada etapa desse cuidado.

Fazer com que o bebê se sinta acolhido e protegido é uma das coisas mais importantes e isso deve ser feito desde os primeiros dias de vida.

Não tenha medo de pegá-lo no colo e de transmitir carinho em cada gesto. Converse, cante e brinque com o seu bebê. Através do contato físico e dos gestos de carinho é que as conexões se fortalecem já nos primeiros momentos.

Não tenham medo de errar nem de pedir ajuda.

Exames do recém-nascido

Os primeiros exames do recém-nascido são, na verdade, testes para a identificação precoce de algumas doenças. Eles devem ser realizados nos primeiros dias de vida do bebê e variam de acordo com o tipo de exame.

Fique atento. É fundamental que o seu bebê faça os seguintes exames nos primeiros dias de vida:

Teste do coraçãozinho 

A oximetria de pulso é um exame rápido, que deve ser realizado após 24 horas de vida, antes da alta hospitalar, para identificar cardiopatias congênitas críticas.  

Teste da orelhinha  

A triagem auditiva é um teste para identificar problemas auditivos precocemente, possibilitando a prevenção de deficiências na linguagem e no aprendizado. Deve ser feito até um mês de vida.  

Teste do olhinho  

Identifica precocemente alterações como catarata, glaucoma congênito e outros problemas, possibilitando o tratamento no tempo certo. Realizado ainda na maternidade ou na primeira consulta com o pediatra, deve ser repetido no acompanhamento da criança no consultório, com periodicidade a ser definida pelo médico.  

Teste do pezinho  

Deve ser feito preferencialmente entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. Existe mais de um tipo de teste do pezinho, a diferença entre eles está na quantidade de doenças investigadas. Converse com seu pediatra para conhecer as opções.  

Teste da linguinha  

Tem por objetivo a identificação precoce de anormalidades que podem restringir os movimentos da língua, afetando a amamentação e a fala.  

LEIA TAMBÉM: Triagem neonatal: os principais testes para o recém-nascido

Vacinação 

Manter a vacinação em dia é uma das formas mais importantes de cuidados com o recém-nascido. Com as vacinas, o organismo produz anticorpos contra diversas doenças que podem causar danos à saúde do bebê. Existem algumas diferenças entre o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde e o Calendário de Vacinação da Sociedade Brasileira de PediatriaImunizações. Converse com seu pediatra sobre essas diferenças e a melhor opção para o seu bebê. 

Leve sempre o cartão de vacinação às consultas. 

Amamentação

O leite materno é um alimento completo, que fornece anticorpos essenciais para prevenir o bebê de doenças. Essa riqueza de nutrientes faz com que o leite materno seja o único alimento necessário para o bebê até os 6 meses de vida (recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde).

Portanto, até completar os seis meses, seu bebê deverá receber apenas leite materno, não sendo indicado oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos. Depois dessa fase, outros itens podem ser incluídos aos poucos, conforme orientação do pediatra.  

A mãe também é beneficiada com o aleitamento materno, pois, após o parto, a amamentação ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia pós-parto, facilita a perda de peso da mãe após o parto, diminui o risco materno de desenvolver câncer de mama, de útero e de ovário, assim como o risco de desenvolver diabetes.

Por isso, é indicado que seja iniciada logo após o nascimento do bebê, levando em consideração o estado de saúde de ambos. 

Leia mais sobre amamentação setinha Aleitamento materno: afinal, por que ele é tão importante?

Assista também ao vídeo da websérie do Viver Bem, Saber Pra Cuidar, com a Dra Rita de Cássia sobre o tema:

Moleira

A moleira – ou fontanela – é a área mais mole da cabeça do bebê recém-nascido. Ela fica no topo e na parte de trás da cabeça, na área onde os ossos do crânio se encontram. 

A função da moleira é permitir que a cabeça do bebê se adapte ao canal do parto e que o cérebro cresça. Por isso, é importante acompanhar o fechamento dela durante as primeiras consultas do bebê. O fechamento precoce levará a alterações no formato da cabeça e no crescimento do cérebro. Normalmente o fechamento ocorre entre 9 e 18 meses. 

O banho

Na nossa cultura, o banho costuma ser diário, mas pode ter sua frequência aumentada caso seja preciso, por exemplo, se houver: maior atividade e exposição à sujeira do ambiente ou das eliminações de urina e fezes. O ideal é que ele não dure mais do que 10 minutos para que a água não esfrie e o bebê não fique cansado. 

Os bebês costumam relaxar quando estão na banheira e dormem bem após o banho. Por esse motivo, alguns pais preferem dar o banho à noite para favorecer o sono da criança.  

Antes de começar o banho, é importante verificar se portas e janelas estão fechadas para evitar as correntes de ar. A temperatura da água sempre deve ser verificada antes de colocar o bebê na banheira. Para isso, mergulhe seu antebraço na água ou use um termômetro de água.  

Mantenha todos os itens necessários por perto – sabonete infantil suave, toalha, algodão, fralda e roupas – e, após terminar, seque com suavidade, sem esfregar o bebê. Lembre-se de secar as dobrinhas e o umbigo. 

Trocas de fralda

A troca de fralda deve acontecer sempre que estiver suja ou molhada. A exposição da pele do bebê à urina e às fezes provoca irritação, sendo a principal causa da assadura.

Você pode fazer a higiene na troca de fralda com algodão e água morna, de maneira suave e simples para evitar qualquer irritação na pele. Após a limpeza, deve-se secar a área suavemente, sem esfregar.

Não é recomendado utilizar talco. Pode-se também aplicar um creme de barreira, geralmente à base de óxido de zinco, após a limpeza da área, para formar uma película protetora. 

Muito importante: nunca se afaste do bebê e mantenha sempre uma mão em cima dele, de modo a evitar quedas. 

Cuidados com o coto umbilical

O coto umbilical é a porção restante do cordão umbilical após ser cortado estrutura que liga o feto à placenta e permite com que ele receba oxigênio e nutrientes durante a gestação.

Normalmente é clampeado por um grampo de plástico, não tem inervação, portanto o bebê não sente dor no manuseio. No princípio, o coto é esbranquiçado, úmido e gelatinoso, com o tempo, torna-se seco e escuro, podendo cair até o fim da segunda ou da terceira semana. 

É importante garantir que o coto umbilical esteja sempre limpo e seco. Durante o banho, faça a higiene com água e sabão e seque suavemente. É recomendado proteger o coto com uma gaze limpa.

Não se esqueça: é fundamental higienizar as mãos antes e depois de manipular o coto umbilical. Após a queda do coto, os cuidados devem ser mantidos até a completa cicatrização. 

Em caso de sinais que possam representar infecções, como pus ou vermelhidão, é preciso fazer uma avaliação com o pediatra. 

Banho de sol

A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta, para menores de seis meses, evitar a exposição direta ao sol. Aconselha-se utilizar protetores mecânicos, como bonés, sombrinhas, guarda-sóis e roupas. 

A exposição ao sol com as devidas proteções é importante para a produção de endorfinas, a atividade da serotonina e a regulação do ritmo circadiano, porém deve ser realizada evitando-se os horários de pico (das 10h às 16h) e com protetores mecânicos adequados. 

Depois dessa idade, é permitido expor o bebê ao sol, com cautela. A regra é a mesma dos adultos: antes das 10 horas e depois das 16 horas, período em que a radiação ultravioleta é menor. 

Os filtros solares químicos podem ser utilizados a partir dos 2 anos de idade. Prefira produtos específicos para crianças, pois, além de apresentarem menor potencial para causar alergias, possuem regras mais rígidas para liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  

Cuidados durante o sono

Nos primeiros dias, o bebê tende a manter o mesmo ritmo que tinha dentro do útero, podendo ser mais ativo durante a noite do que de dia. Por isso, vários pais e mães costumam dizer que os bebês “trocam o dia pela noite”.  

Os recém-nascidos podem dormir de 16 a 20 horas por dia, acordando apenas para mamar. Mantenha uma rotina diária antes do sono da noite, como banho morno, massagem, música ou outra coisa que mostre a seu bebê que está na hora de dormir. 

As principais recomendações são:  

  • evitar que o bebê durma de bruços;  
  • garantir que cobertores não cubram nem a boca nem o nariz dele, optando por roupas mais quentes para agasalhá-lo. 
  • protetores de berço, almofadas e bichos de pelúcia não devem ficar no berço do recém-nascido; 
  • o colchão não deve deixar vãos laterais no berço e que seja firme.  
  • não dormir em cama com outras pessoas, isso oferece inúmeros riscos ao seu bebê. 

Como aliviar as cólicas

As cólicas em recém-nascidos são mais comuns do que se pensa. São várias as possíveis razões relacionadas à cólica do bebê: imaturidade do sistema digestivo- os movimentos ainda descoordenados, provocam dores na região- oferta de outros alimentos que não o leite materno, presença de tensão e ansiedade no ambiente, a deglutição de ar durante a amamentação também pode ser fator agravante. 

O principal sintoma da cólica no bebê recém-nascido é o choro inconsolável. Mas, para que seja confirmada, é preciso descartar outros fatores que podem gerar incômodo no pequeno como frio, calor, fraldas que necessitam de troca e fome são alguns deles. 

Quando o choro não desaparece após “resolver” as outras demandas, é sinal de que a causa pode ser cólica. Se essa situação permanecer, o pediatra deve ser consultado para maior avaliação da criança. E, independentemente de qualquer coisa, nunca dê nenhum medicamento ao bebê sem a orientação do pediatra.

A boa notícia é que a tendência natural é que elas diminuam após os três primeiros meses de vida.

Existem medidas de conforto que ajudam a aliviar as cólicas:

  • Deitar o bebê de bruços em seu braço ou colocar a barriguinha dele em contato com o seu abdome. Calor, aconchego e tranquilidade são medidas bem eficazes para o alívio da dor.  
  • Enrolar o bebê com uma manta também pode ajudar.  
  • Evitar amamentar neste momento, pois as contrações intestinais dolorosas ocorrem durante o processo de esvaziamento do estômago. Amamentar o bebê novamente vai agravar ainda mais as dores.  
  • Realizar massagens na barriguinha com movimentos circulares e flexione as perninhas sobre o abdome do bebê (isso contribui para soltar os gases).  
  • Dar um banho morno ou aplicar compressa morna na barriguinha do bebê pode auxiliar. 
  • Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor; 
  • Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga; 
  • Fazer massagens circulares na barriga; 
  • Dar banho morno; 
  • Reduzir estímulos para o bebê (evitar locais com muito barulho ou excesso de pessoas); 
  • Procurar um ambiente tranquilo, pode colocar uma música ambiente suave;  
  • Estabelecer uma rotina para banho, sono, passeio e outras atividades. 

Nem todo choro inconsolável é cólica do lactente. Se o quadro persistir ou estiver associado a outros sintomas, uma consulta com o pediatra deve ser agendada. 

Consulta de puericultura

Além de todos os cuidados com o recém-nascido, o acompanhamento de puericultura também deve ser feito. Ele é essencial para avaliar o crescimento e o desenvolvimento do bebê. É um momento que também serve para tirar dúvidas e receber orientações sobre a saúde do seu filho. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as consultas para as crianças que não foram classificadas como de alto risco devem acontecer: 

  • no 5° dia de vida; 
  • mensalmente até os 6 meses de vida; 
  • de três em três meses, dos 6 meses até os 18 meses de vida; 
  • uma vez por ano, a partir dos 2 anos de idade. 

Procure tornar o ambiente da criança mais saudável

Os médicos não recomendam a presença de visitas nos primeiros 30 dias de vida. Evite levar o bebê a lugares movimentados e barulhentos, pois, durante os primeiros meses, a tranquilidade é fundamental para o desenvolvimento do bebê.  Evite o contato do bebê com fumaça, seja de cigarro, seja de outros poluentes;  

Sempre que possível deixe as janelas abertas para arejar a casa e evite usar produtos de limpeza com cheiro forte. 

Como estimular o desenvolvimento do bebê?

Conversar e brincar com o bebê desde o nascimento é uma ótima forma de estimular o seu desenvolvimento. É interessante também acompanhar os marcos do desenvolvimento e anotar cada vez que ele apresente novas capacidades – como sorrir, balbuciar e se sentar. 

Ao identificar sinais de que esse desenvolvimento não está adequado, o recomendável é conversar com o pediatra, só ele pode orientar e tranquilizar os pais. 

Existem muitas formas de incentivar o pequeno a se desenvolver. Utilize o afeto, o carinho e uma linguagem acolhedora durante essas interações, com os devidos cuidados, ele se sentirá protegido e pronto para cada nova etapa. 

Saiba tudo sobre aleitamento materno

Cuidar de um bebê recém-nascido é um desafio, principalmente os pais aqueles de primeira viagem.

Pensando nisso, a Unimed-BH produziu um material para ajudar no momento da amamentação. Acesse clicando aqui. 

Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
Conteúdo validado por Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH

Equipe responsável por prover conteúdos em soluções assistenciais para clientes, profissionais e prestadores da Unimed-BH, assim como para a sociedade como um todo.

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