Asma: tudo o que você precisa saber para conviver com a doença e manter a qualidade de vida
25/02/2021
Atualizado em 04/04/2023
Saiba como funciona a asma, quais são os sintomas, os gatilhos, o diagnóstico e como conviver com essa doença respiratória sem perder a qualidade de vida.
7 min de leitura
A asma é um dos problemas respiratórios mais comuns entre os brasileiros. De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que pelo menos 23% da população viva com essa condição.
Trata-se de uma doença crônica; por isso, muitas pessoas precisam conviver com seus sintomas durante toda a vida – principalmente porque, na maior parte dos casos, ela se desenvolve ainda durante a infância.
Neste artigo, o Viver Bem reúne as informações mais importantes sobre a asma, como os sintomas, os gatilhos e o diagnóstico da condição, além de dicas para ter uma vida saudável mesmo convivendo com tal doença.
O que é asma?
Também chamada de “bronquite asmática” ou “bronquite alérgica”, a asma acomete os pulmões do indivíduo, causando uma inflamação nos brônquios – tubos responsáveis por levar o ar aos pulmões. A condição acaba gerando um muco, que provoca o estreitamento desses canais.
O ar fica preso nos pulmões e provoca a sensação de sufoco no paciente. Com o passar dos anos e o avanço da medicina, as pessoas acometidas pela asma encontraram diversos medicamentos e outros mecanismos que ajudam a manter a qualidade de vida. O distúrbio, no entanto, não tem cura.
É verdade que a doença pode se desenvolver em qualquer idade, mas é muito comum que ela apareça em crianças de até cinco anos. Na maioria dos casos, é possível levar a vida normalmente e praticar esportes, exceto em momentos de crise.
Sintomas e gatilhos
A dificuldade para respirar é o sintoma mais comum, mas os pacientes costumam enfrentar outras alterações, como:
- Falta de ar
- Tosse
- Chiado no peito e sensação de aperto
- Cansaço
Vale destacar que esses sintomas podem variar, e, por essa razão, o paciente deve ficar atento. Normalmente, eles ficam muito mais perceptíveis em períodos de crise. Boa parte das pessoas não nota os sintomas durante tarefas comuns do dia a dia.
Em alguns casos, no entanto, a doença pode se manifestar, por exemplo, durante ou depois da realização de atividades físicas. Os sinais costumam desaparecer sozinhos, mas cada organismo reage de uma forma.
Também é comum que os fatores ambientais sejam gatilho para a manifestação da condição. Alguns deles estão presentes no cotidiano e podem agravar o quadro. Veja alguns deles abaixo:
Ácaros
Os ácaros são parasitas que se alimentam de células mortas. Microscópicos, são facilmente encontrados em locais com poeira acumulada. Alguns dos exemplos são móveis, travesseiros, tapetes e até mesmo animais de estimação com pelo. Esses microrganismos, assim como as substâncias que eles produzem, aumentam o risco de uma inflamação.
Fungos
Os fungos são microrganismos que se proliferam nas estações mais quentes. Eles também são chamados de “mofo” e encontrados principalmente em casas escuras, mal ventiladas e úmidas. Esses organismos podem causar inflamação nos brônquios e, consequentemente, piorar os sintomas da doença.
Pólen
O pólen também é um gatilho para pessoas asmáticas. Trata-se de grãos minúsculos produzidos pelas flores e pelas árvores e são mais predominantes na primavera.
Animais de estimação
Em muitos casos, os animais de estimação também podem ser causadores de uma inflamação dos brônquios. Os pelos dos bichinhos desencadeiam alergias em muitas pessoas.
Infecções virais
Infecções virais como a gripe ou o resfriado da mesma maneira podem causar crises ou piorar o quadro da condição. Algumas pessoas são mais sensíveis do que outras e apresentam mais risco em caso de uma infecção.
Quando procurar um médico?
É importante se atentar aos sintomas de asma citados. Muitos pacientes têm dúvidas sobre quando devem procurar um médico, porém, isso depende de cada caso. Um ponto de atenção são as noites de sono: talvez seja a hora de consultar um especialista se você tem acordado à noite com frequência, apresentando sinais de falta de ar.
A “bombinha” é uma grande aliada dos asmáticos e se tornou um item indispensável na bolsa de muitas pessoas. Quando o medicamento, em conjunto com inaladores, não consegue controlar uma crise, um médico precisa ser consultado com urgência. O paciente que apresenta dificuldade até em se alimentar por conta do cansaço também deve ficar cauteloso.
Também é fundamental observar os batimentos cardíacos muito rápidos, a respiração mais ofegante, dificuldades para andar e o cansaço extremo. Lábios roxos ou azuis também podem indicar uma crise mais séria.
7 perguntas sobre asma
Para facilitar a consulta e garantir que um eventual tratamento seja eficaz, alguns pontos já podem ser destacados durante uma consulta. Respondemos a 7 perguntas sobre a doença cujas respostas vão ajudar você a saber o que indagar ao especialista caso tenha dúvidas.
1 – Diagnóstico: como garantir que tenho asma, e não outra doença respiratória?
Por ser uma doença comum e que apresenta sintomas parecidos com outras condições, é necessário explicar detalhadamente quais são os indícios apresentados pelo paciente. Tem sentido, em conjunto, os sintomas que citamos anteriormente, como tosse, falta de ar ou cansaço?
Costuma ficar mais cansado quando faz atividades físicas ou outras tarefas menos tranquilas? Tem tido boas noites de sono? Também é preciso citar os casos em que a medicação inalatória melhora os sintomas.
Vale lembrar que, apesar de todos os indícios, apenas um médico poderá realizar o diagnóstico correto.
2 – Todas as pessoas têm os mesmos sintomas?
Conforme citamos acima, existem vários sintomas de asma e gatilhos que podem desencadear uma crise. Deve-se ressaltar que cada organismo reage de um modo e, além de indícios diferentes, a intensidade dos sintomas pode mudar.
Nas épocas mais frias do ano, as pessoas estão mais suscetíveis a ser diagnosticadas com doenças respiratórias, o que faz com que as crises aconteçam com maior frequência.
3 – Asmáticos podem praticar atividades físicas?
É possível manter uma vida normal mesmo sendo asmático. É necessário, no entanto, que o paciente fique atento aos gatilhos informados no texto, já que eles podem gerar crises. Se houver indicação médica, às vezes é necessário fazer uso de medicamentos, como da bombinha de asma antes ou depois de praticar as atividades físicas.
4 – Qual exame é capaz de diagnosticar a doença?
Em muitas situações, um médico tem condições de diagnosticar a doença apenas com os relatos do histórico do paciente e a investigação dos sintomas. Também é possível confirmar a condição com a espirometria, que avalia o fluxo de ar nos pulmões através de um aparelho chamado espirômetro.
Outro exame é denominado Peak Flow. Trata-se do fluxo mais elevado que o ser humano pode gerar durante um grande esforço respiratório, oriundo de uma inspiração máxima. O especialista tem como avaliar a gravidade da obstrução das vias aéreas e, assim, fazer um diagnóstico preciso.
5 – Quais são os tratamentos?
Os tratamentos variam de caso para caso, por isso a importância de procurar um médico. Algumas pessoas precisam usar medicamentos que controlem os sintomas, e eles são de dois tipos: os que previnem crises e aqueles que amenizam os sintomas no caso de uma crise. Esses medicamentos são disponibilizados em dispositivos inalatórios ou “bombinhas” de diversos tipos e marcas. É muito importante ter a indicação médica do tratamento correto e esclarecer todas as dúvidas sobre a técnica inalatória adequada para se usar as bombinhas da forma correta.
6 – Que medicamentos precisarei tomar para controlar a doença?
A essa pergunta também não há uma resposta geral. Quando o paciente não apresenta dificuldade na realização de tarefas cotidianas, não tem noites de sono interrompidas por sintomas e não precisa utilizar medicamentos que amenizem os indícios da asma, apenas a chamada “medicação de controle” é necessária.
Tais medicamentos são introduzidos de forma gradual, até que os sintomas e as crises sejam totalmente controlados. Eles agem para reduzir a inflamação dos brônquios e costumam ser elaborados com corticoides inalatórios. Em algumas circunstâncias, o uso correto da medicação de controle poderá, com o tempo, até eliminar a necessidade de remédios.
Quando o asmático não consegue evitar as crises com a medicação de controle, é necessário usar a chamada “medicação de resgate”, que visa aliviar rapidamente os sintomas de uma crise. Nesses casos, além de ser necessário evitar os gatilhos para a doença, é preciso que as duas medicações sejam utilizadas.
Em situações em que o paciente faz uso do tabaco, é primordial que esse seja totalmente cortado. Essa mudança de hábito é mais importante do que qualquer medicamento.
É fumante e não sabe como parar de fumar? Confira essas dicas do Viver Bem:
Cessação do tabagismo: 8 dicas para parar de fumar
7 – E a bombinha de asma?
A bombinha de asma é um dos objetos mais conhecidos para as pessoas acometidas com a doença. Ela nada mais é do que o recipiente que permite que os asmáticos inalem os medicamentos de tratamento contra a condição, e eles podem ser vários.
Em comparação com a via oral e parentérica (as injeções), o tratamento por vias inalatórias maximiza os efeitos terapêuticos dos medicamentos. Para aprender a usar os aparelhos de inalação corretamente e saber para que eles servem, acesse o artigo que o Viver Bem preparou sobre o assunto:
Aparelho de inalação: conheça os tipos de aparelhos e saiba como usá-los
Saber utilizar a bombinha corretamente é fundamental. Para te ajudar, a Unimed-BH preparou para você um episódio especial da websérie Saber Pra Cuidar, em que a Dra. Luciana Gomide, pediatra, pneumologista pediátrica e médica cooperada da Unimed-BH traz todas as informações e orientações sobre aparelhos inalatórios. Assista no YouTube:
Qualidade de vida: dicas para lidar com a asma
A doença não tem cura, mas é possível ter uma vida normal e manter um dia a dia comum e sem aborrecimentos causados por ela. É necessário, entretanto, atentar-se a alguns pontos para conservar a qualidade de vida.
Mudanças nos hábitos são armas contra a condição. Confira alguns tópicos:
- Não fumar.
- Fazer exercícios físicos regulares.
- Manter uma alimentação saudável, evitando principalmente a ingestão de derivados do leite, que interferem diretamente no desenvolvimento de doenças respiratórias e dermatites.
- Evitar a obesidade.
- Tomar sol nos horários indicados, estimulando a produção de vitamina D, capaz de articular e melhorar o sistema imune.
Dia Mundial de Combate à Asma
Pela importância do tema, é celebrado anualmente em todo o mundo o Dia Mundial de Combate à Asma. A celebração sempre se dá na primeira terça-feira do mês de maio.
Segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, o evento foi realizado pela primeira vez, em 1998, e foi organizado pela Global Initiative for Asthma (GINA), que colabora com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
A celebração se tornou uma das mais importantes de conscientização e faz um apelo para que as pessoas conheçam mais profundamente a doença e possam manter boa qualidade de vida.
A campanha tem como objetivo principal evitar equívocos a respeito da condição, inclusive combatendo as falsas notícias como a de que a asma é uma doença infantil e infecciosa.
Doenças respiratórias: como fazer a prevenção?
As doenças respiratórias são muito comuns, especialmente durante o outono e o inverno. Nos períodos com baixas temperaturas, as pessoas tendem a se aglomerar e permanecer por mais tempo em locais fechados.
Além disso, elas fazem menos atividades ao ar livre e muitas vezes não abrem as janelas para ventilar o ambiente. Tudo isso acaba aumentando as chances do desenvolvimento de determinadas condições.
Para ajudar você a prevenir as doenças respiratórias, o Viver Bem preparou um artigo especial em que traz uma série de dicas e orientações para você e sua família ficarem mais seguros durante esse período do ano. Acesse no link abaixo.