Causas, sintomas e prevenção do pé diabético
10/03/2021
O pé diabético é uma complicação recorrente em pacientes com diabetes descontrolado. Saiba o que é e como evitar as consequências desse problema.
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O diabetes é uma doença crônica causada pela deficiência de insulina ou resistência à sua ação, o que acarreta elevação dos níveis de glicose no sangue.
Essa elevação, quando persistente, pode causar lesões irreversíveis de vários órgãos – como olhos, rins, coração, cérebro, nervos e vasos sanguíneos –, resultando em perda de visão, necessidade de hemodiálise, redução do funcionamento do coração, predisposição a infecções e amputações.
O pé diabético é um dos grandes vilões do diabetes descontrolado. Por isso, é preciso conhecer essa complicação de perto para evitar suas consequências, que são, em muitos casos, irreversíveis.
O que é pé diabético?
O pé diabético é uma das complicações mais comuns do diabetes não controlado e uma das causas mais recorrentes de amputação de membros inferiores não traumática (por acidentes ou fatores externos).
Para entender o que é pé diabético, é necessário entender outra complicação comum do diabetes: a neuropatia diabética. Pacientes que desenvolvem neuropatia diabética têm os nervos periféricos danificados pelas alterações causadas nos vasos sanguíneos e no metabolismo.
Esses danos causam problemas em diversas partes do corpo, e a perda da sensibilidade dos pés, denominada pé diabético, é um dos problemas mais comuns.
O que provoca a neuropatia diabética?
A neuropatia diabética é uma complicação muito comum entre pacientes com diabetes. O que provoca a neuropatia diabética é o comprometimento do sistema nervoso periférico pelos efeitos do excesso de glicose na corrente sanguínea. Os níveis elevados dessa substância no sangue, a longo prazo, acarretam alterações nos vasos e no metabolismo dos nervos, desencadeando a complicação.
A neuropatia diabética não tem cura, mas existem tratamentos para desacelerar sua evolução, diminuir o nível glicêmico e os sintomas principais – formigamentos e dores neuropáticas.
Normalmente, a neuropatia diabética se manifesta em médio e longo prazos e está associada ao diabetes descontrolado – característica que acomete pacientes que não fazem o controle regular da glicemia e não adotam demais medidas de prevenção para conter o avanço da doença.
Pé diabético: sintomas
A perda da sensibilidade é o mais característico sintoma de pé diabético. Mas é possível identificar outros sinais de alerta que podem se apresentar durante o desenvolvimento dessa complicação do diabetes não controlado. São eles:
- Formigamento
- Queimação e dormência nas pernas e nos pés
- Fraqueza nas pernas
- Sensação de pontadas nos pés
- Câimbras
Pacientes com pé diabético relatam uma piora considerável dos sintomas à noite. Por isso, é importante ficar sempre alerta. Identificar o surgimento dessa complicação de forma precoce auxilia a evitar consequências como dificuldades no tratamento e até mesmo a amputação, muito comum em casos de pé diabético.
Tratamento do pé diabético
O tratamento do pé diabético deve ser preventivo. Manter o controle de sintomas e fatores agravantes do diabetes é a forma mais eficaz de evitar o surgimento dessa e de outras complicações.
Uma vez diagnosticado com o pé diabético, o paciente precisa ter atenção diária a qualquer alteração no membro, pois feridas e infecções são sinais preocupantes e podem levar a consequências graves como a amputação.
Por que o diabético deve cuidar dos pés?
O pé diabético está associado à neuropatia diabética e tais complicações são consideradas as mais comuns do diabetes descontrolado. Por afetar a sensibilidade do membro, o pé diabético faz com que o paciente não sinta dor nem mesmo quando sofre uma agressão, como pisar no chão quente ou em objetos pontiagudos, bater o pé e se ferir, usar sapatos que machucam.
A falta de atenção aos pés pode fazer com que feridas e rachaduras – recorrentes em pacientes com neuropatia diabética devido ao ressecamento excessivo da pele – não sejam percebidas, ganhando proporções maiores e viabilizando infecções e outros distúrbios.
Outro problema do pé diabético é que a redução do fluxo sanguíneo nas extremidades, consequência do diabetes descontrolado, favorece o surgimento de feridas e infecções e, por outro lado, dificulta a cicatrização.
O pé diabético é recorrente entre pacientes diagnosticados com a doença e ainda mais em pessoas com diabetes descontrolado. Por se tratar de uma complicação que une vários fatores agravantes, é importante manter redobrados os cuidados com os pés.
O controle da glicemia e as demais medidas para conter a evolução da doença são igualmente importantes. Apenas com atenção plena a todos os pontos é possível evitar as consequências do pé diabético – que incluem, entre outras coisas, a amputação do membro e, até mesmo, das pernas.
Como cuidar de um pé diabético?
Para evitar o surgimento da neuropatia diabética e do pé diabético, é fundamental seguir as recomendações gerais de prevenção da progressão da doença: controlar a glicose, mantendo a hemoglobina glicada dentro das metas estabelecidas com o seu médico, além de adotar um estilo de vida e hábitos alimentares mais saudáveis.
Interromper o tabagismo também traz impactos positivos nos cuidados com o pé diabético.
Entre as recomendações diárias de como cuidar de um pé diabético, incluem: lavar, secar, hidratar e avaliar os membros com cuidado. Durante a avaliação, deve ser checado se há feridas, calosidades, rachaduras ou bolhas.
Outra forma de cuidar do pé diabético é promover conforto, usando meias de algodão e sapatos confortáveis e evitando caminhar descalço. As unhas também devem ser avaliadas e cortadas com cautela, para que haja menos chances de encravar.
Seguir as recomendações com cuidado e atenção permite que feridas e infecções sejam detectadas precocemente e evita que elas evoluam. Em caso de alterações e sinais que possam indicar o surgimento do pé diabético, seu médico deverá ser informado com urgência.
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