Compulsão alimentar: fome emocional x real

Qualidade de Vida

03/02/2021

Entenda como funciona a compulsão alimentar e veja algumas dicas de como diminuir a ansiedade

4 min de leitura

Compulsão alimentar: fome emocional x real

Tempos difíceis geram muita ansiedade, tristeza e preocupação pelo que há de vir. Nessas circunstâncias, é muito comum buscarmos alívio e compensação em algo que gostemos. E o que geralmente é mais acessível, tanto pela proximidade quanto pelo preço? Ir até a cozinha ou comprar “aquele” doce é bem mais fácil, certo?

No entanto, logo depois de comermos, vem a sensação da culpa – sabemos que não é uma escolha saudável, pois, muitas vezes, estamos tentando controlar o peso, e aí ficamos ainda mais tristes e ansiosos, repetindo o ciclo.

Fome ou compulsão alimentar?

Às vezes, a alimentação está tão ligada às questões emocionais que fica difícil discernir em que momento acaba o apetite e começa a ansiedade, particularmente em situações de estresse, decepção, apatia ou em períodos de grande incerteza. Isso pode ser sinal de um transtorno de comportamento alimentar – ou compulsão alimentar.

Os episódios de compulsão alimentar costumam ser caracterizados pela ingestão de grandes quantidades de alimento. Eles são normalmente acompanhados da sensação de angústia, vergonha e até nojo, mas, diferentemente da bulimia, portadores de hipergafia não sentem o desejo de vomitar após a ingestão excessiva. Isso faz com que ocorra um rápido aumento de peso.

Nem sempre é possível perceber que não se trata de fome, mas do resultado de um sentimento de culpa, nervosismo, baixa autoestima e frustração. O açúcar é o alimento mais escolhido nessa hora pela sensação de plenitude e tranquilidade que ele traz.

Alguns indícios de que você pode estar desenvolvendo quadro de compulsão alimentar:

  • comer muito mais rápido que o normal.
  • comer até sentir-se desconfortável fisicamente.
  • ingerir grandes quantidades de comida, mesmo estando sem fome.
  • comer sozinho por sentir-se envergonhado da quantidade de comida ingerida.
  • sentir-se culpado e/ou deprimido após o episódio.

Ansiedade e comida

Existem algumas dicas que nos ajudam a diferenciar a fome real da vontade de comer causada por uma dor emocional. Ao conseguir identificar essas características, ganhamos ferramentas para retomar o controle dos nossos hábitos alimentares.

Estou mesmo com fome?

A primeira dica é: pergunte a si mesmo – estou com fome? O estômago está roncando? Faz tempo que me alimentei? Se a resposta for sim para qualquer uma das perguntas, é hora de se alimentar. Entretanto, se a resposta for não, muito provavelmente você está deixando suas emoções determinarem a comida.

Ou seja, você comerá pelos motivos errados: para diminuir a ansiedade, para reduzir a tristeza ou mesmo para ter o que fazer.

Salada ou chocolate?

A vontade de comer vem normalmente associada a desejos. Você não vai querer um prato de legumes ou uma salada quando a intenção, mesmo que inconsciente, é aliviar alguma questão emocional. Normalmente seu corpo pede comidas pobres em nutrientes e muito calóricas, como doces ou alimentos ricos em gorduras saturadas.

Repare nos gatilhos

Tenha consciência dos gatilhos que acionam a vontade de comer. Repare: quando surge o desejo? É em um momento estressante? Você está tentando preencher um vazio que não está necessariamente no estômago? A comida acaba trazendo um alívio momentâneo e que vai durar enquanto a digestão estiver sendo feita.

Você está sozinho?

Muita gente, quando come emocionalmente, se esconde para fazer isso. Muitas vezes por vergonha ou culpa. Esse é um ritual solitário. Em algumas ocasiões, a própria solidão é o gatilho.

Como diminuir a ansiedade

Vamos quebrar o vínculo de ansiedade e comida. Ocupar o tempo com outras atividades que você goste, como pintar, desenhar, fazer qualquer tipo de trabalho manual, cuidar do jardim, arrumar armários, sair para uma caminhada ou até dançar dentro do quarto.

O importante é aliviar toda a tensão com coisas que deixarão você mais leve e mais alegre. E, quanto mais nos concentramos em alguma atividade, menos comemos por impulso ou por ansiedade.

Confira outras dicas:

Respire

Respire de 6 a 10 vezes antes de comer quando você está na fissura por comida. A técnica pode reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Evite distrações

Comer na frente do computador ou da TV tira o foco de atenção do prato, o que faz você comer mais. Sente-se à mesa.

Deixe as guloseimas de lado

Outra dica é evitar comprar guloseimas. Mas se as tiver em casa, guarde-as, não as deixe em cima da mesa, ou com fácil acesso. Assim, você terá tempo de pensar enquanto caminha até o armário para as procurar. Se for na geladeira, guarde-as mais no fundo da prateleira, não as deixe à vista.

Beba mais água

Você poderá também ingerir mais água, o que pode ajudar a driblar a vontade de comer sem fome.

Lembre-se, a função da alimentação é nutrir, e não preencher espaços vazios de emoções.

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Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
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