Cuidados com o idoso: quando é necessário ter um cuidador e como abordar o assunto

Prevenção e Controle

25/11/2022

Durante o processo de envelhecimento, muitas vezes, a ajuda de um cuidador é necessária. Mas como abordar o tema? Neste artigo, informe-se sobre cuidados com o idoso.

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Cuidados com o idoso: quando é necessário ter um cuidador e como abordar o assunto

Envelhecer com saúde e bem-estar é um objetivo de qualquer indivíduo. Com o passar dos anos, no entanto, particularidades podem surgir e, em algum momento, pode ser necessário ampliar os cuidados com o idoso com a presença de um cuidador.

Na terceira idade, algumas atividades corriqueiras, como tomar banho, alimentar-se, escovar os dentes, ir ao banheiro ou até mesmo fazer alguns movimentos podem se tornar muito desafiadoras e difíceis de serem executadas sem ajuda.

Para a família, um dos primeiros desafios é como abordar esse assunto com seu familiar idoso. Devemos sempre ter zelo, amor e carinho nessa abordagem, garantindo que a pessoa que precisa de auxílio não tenha a sensação de que se tornou um peso ou que está atrapalhando a vida de quem ama.

Este artigo é baseado no 7º episódio do ‘Pod Isso, Doutor?’, podcast do Viver Bem, e você vai saber mais sobre os cuidados com o idoso, quando perceber os sinais de que um cuidador é necessário, como falar sobre o tema e outras questões relacionadas.

Demência: quando perceber os possíveis sinais?

Em primeiro lugar, é importante destacar que todos nós estamos sujeitos a pequenos esquecimentos em nosso dia a dia. No entanto, quando eles interferem na rotina do indivíduo, é o momento de começar a se preocupar.

Uma simples visita ao supermercado ou a administração dos afazeres da casa, por exemplo, podem se tornar difíceis e alertar que há a possibilidade de que o idoso esteja apresentando um quadro de demência.

Familiares, amigos e outras pessoas próximas costumam notar esses sinais antes mesmo da pessoa. Diante deles, é importante começar a pensar em procurar uma ajuda especializada.

Em muitos casos, esse pode ser o momento de contar com a ajuda de um cuidador.

Demência: sintomas e principais cuidados para pessoas com este quadro

Cuidados com o idoso: como falar sobre o cuidador?

Mas como falar sobre a necessidade de incluir um cuidador na rotina de uma pessoa na terceira idade? Abordar esse assunto é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores desafios quando falamos sobre os cuidados com o idoso.

O tema pode trazer muita preocupação para a família, em diversas dimensões. Ele está relacionado a questões médicas, psíquicas, sociais e até jurídicas. Quando o indivíduo demonstra que não consegue se manter em segurança sem auxílio, entretanto, é chegado o momento de contar com um cuidador.

O diálogo é o melhor caminho, mas, ainda assim, o assunto é delicado. Muitas vezes, o idoso entende que está sendo invadido. O primeiro passo é conversar abertamente, elencando as razões que te levam a pensar que ele precisa de ajuda em sua rotina.

Para argumentar, é importante explicar os benefícios que um cuidador pode trazer para o dia a dia do idoso, como, por exemplo:

  • Ele poderá voltar a realizar atividades que ficaram esquecidas, como sair para passear e ter momentos de lazer.
  • Quando o idoso tem dificuldade de locomoção, vale destacar que a ajuda de um acompanhante vai melhorar sua mobilidade e locomoção.
  • Caso ele tome muitos medicamentos, o cuidador vai ajudá-lo a manter esse controle.

Diante da necessidade de contratar um cuidador profissional, é muito importante encontrar bons acompanhantes. O manejo, o respeito e a atenção com o indivíduo fará toda a diferença.

Nesse caso, questões financeiras, jurídicas e burocráticas também podem ser discutidas. Falamos sobre o assunto no sétimo episódio do ‘Pod Isso, Doutor?’, que você ouve clicando aqui.

Cuidados com o idoso

Cuidados com o cuidador

Além de manter os cuidados com o idoso, também é muito importante voltar o olhar para o cuidador. Muitas vezes, principalmente quando não há a possibilidade de contratação de um profissional, membros da família se colocam nesse papel.

Em muitas ocasiões, esse processo não é harmonioso e pode causar desentendimentos entre os familiares.

Afinal, como definir como funcionará esse processo? Questões do tipo vão depender de cada caso e é importante colocar na balança as particularidades do idoso e da família.

É possível fazer um “rodízio” entre os familiares?

Não são raros os casos de famílias que optam por fazer uma espécie de “rodízio”, no qual, muitas vezes, o idoso fica uma semana na casa de um familiar, normalmente dos filhos, e é levado para outro local na semana seguinte.

Para muitas famílias, essa é a única solução plausível e, por isso, é importante compreender que cada situação tem suas particularidades. Não há uma regra, apenas considerações e recomendações.

Vale destacar, no entanto, que os “rodízios” podem não ser tão positivos para o idoso. Deixar o seu ambiente habitual pode trazer alterações de comportamento e até desorientação espacial e temporal.

Se possível, manter o indivíduo em sua própria casa é o ideal. Quando isso não é viável, a família deve ter atenção redobrada sobre as alterações comportamentais que o idoso pode vir a manifestar e sempre devem buscar pelo apoio de profissionais de saúde capacitados, para receberem as orientações necessárias para exercerem seu papel da melhor maneira possível.

O adoecimento do idoso também é o adoecimento do cuidador e vice-versa. O mais indicado é fazer um planejamento prezando o bem-estar de todos.

O cuidador também precisa ser cuidado

O recomendado é que os cuidadores não assumam a responsabilidade sozinhos. Todos nós precisamos de momentos de descanso, de lazer e de autocuidado, para a manutenção da própria saúde e da mente.

O acompanhante também tem suas necessidades e precisa se alimentar adequadamente, ter boas noites de sono, fazer atividades físicas e descansar. Afinal, trata-se de uma jornada cansativa.

Outros cuidados com o idoso

Uma outra questão que preocupa as famílias, principalmente quando falamos de indivíduos com um quadro mais avançado de demência ou de declínio cognitivo, são os pacientes que se recusam a tomar banho, alimentar-se ou fazer outras atividades corriqueiras.

Trata-se de um problema comum, e o ponto de partida é tentar entender o motivo da recusa. É interessante se perguntar:

Estou oferecendo alimentos que o idoso não tem mais paladar para perceber?

  • A deglutição está difícil?
  • Estou oferecendo um banho muito quente?
  • Será que o momento é o mais propício?

É importante entender que, de fato, algumas questões são delicadas. O banho é um momento íntimo e, muitas vezes, os idosos não se sentem confortáveis em dividir esse cuidado com outras pessoas, ainda que entendam a necessidade.

O ideal é fazer com que ele se sinta mais confortável e o menos invadido possível, tentando promover o máximo de independência, sem forçá-lo ou obrigá-lo a fazer certas atividades.

Se o banho foi oferecido e o idoso se recusou, tente voltar a oferecê-lo em outro momento. Muitas vezes, quando há essa recusa, é indicado promover apenas uma limpeza nas áreas do corpo mais necessárias, evitando desgastes emocionais que podem desencadear outros transtornos.

Uma dica é oferecer o banho em momentos em que o paciente está mais bem disposto. Por isso, é importante conhecer sua rotina para compreender quais são esses momentos.

Ouça o 7º episódio do ‘Pod Isso, Doutor?’

Os assuntos relacionados aos cuidados com o idoso rendem outros tópicos e questões. O sétimo episódio do ‘Pod Isso, Doutor’ se aprofunda ainda mais em diversos aspectos, incluindo alguns detalhes que vão além dos citados neste artigo.

Temas presentes no episódio:

  • A introdução do cuidador;
  • Questões financeiras, jurídicas e burocráticas;
  • Dicas e orientações de cuidados com o idoso;
  • Como lidar com o idoso que não reconhece o cuidador;
  • Diretivas antecipadas (cuidados com pacientes no fim da vida);
  • Casas de repouso podem ser a solução? Como lidar com o assunto?

Para falar sobre o tema, o Dr. Alberlúcio Pessoa, médico cooperado da Unimed-BH, recebe o Dr. Estevão Valle, médico geriatra também cooperado da Unimed-BH, e Adriana Hermont, terapeuta ocupacional que atua na área de Gerontologia.

E não para por aí: ouça também os últimos episódios do Consulta Rápida, que abordam temas como:

Unimed-BH
Por Unimed-BH

Há mais de 50 anos a Unimed-BH segue firme em seu propósito de cuidar e está presente na vida de mais de 1,5 milhão de pessoas oferecendo assistência completa e de alta qualidade.

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