Tudo o que você precisa saber sobre doação de medula óssea

Prevenção e Controle

09/08/2021

Você sabia que a doação e o transplante de medula óssea podem beneficiar o tratamento de aproximadamente 80 doenças? Veja as respostas às dúvidas mais comuns sobre o assunto.

3 min de leitura

Tudo o que você precisa saber sobre doação de medula óssea

Atualmente, a principal barreira na realização da doação de medula óssea, procedimento que pode salvar milhares de vidas todos os anos, é a dificuldade na busca por doadores compatíveis.

Estima-se que a chance de encontrar um doador compatível seja de 1 para cada 100 mil pessoas. Para entender melhor o processo de doação, respondemos algumas dúvidas frequentes sobre o tema.

O que é medula óssea?

Trata-se de um tecido líquido-gelatinoso que ocupa as cavidades dos ossos. É exatamente na medula óssea que são produzidos os elementos que compõem o sangue, como aqueles responsáveis pela coagulação (plaquetas). Mas, também os glóbulos vermelhos (hemácias) e os glóbulos brancos (leucócitos).

Como é feito o transplante de medula óssea?

Este tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea. O objetivo é reconstituir uma medula nova e saudável.

O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente, ou alogênico, quando o tecido vem de um doador. Ele também pode ser realizado a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

Quem se beneficia com o transplante?

Beneficiam-se com o procedimento pessoas com doenças que afetam a produção normal das células do sangue. Isso corresponde ao tratamento de cerca de 80 doenças, em diferentes estágios e faixas etárias. As principais patologias são:

  • Leucemias originárias das células da medula;
  • Linfomas;
  • Transtornos originadas do sistema imune em geral;
  • Disfunções dos gânglios e do baço;
  • Anemias graves (adquiridas ou congênitas), dentre outras.

Como é feita a doação da medula óssea?

O procedimento é realizado em centro cirúrgico e dura aproximadamente 90 minutos. As células são coletadas por meio de punções no osso do quadril, mas há ainda outra forma de doação chamada coleta por aférese.

Neste método, o doador utiliza um medicamento por cinco dias com o objetivo de aumentar o número das células precursoras (células-tronco) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação através de uma máquina de aférese.

O equipamento colhe o sangue da veia do doador, separa as células precursoras e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação, nem de anestesia.

As células-tronco têm o potencial de recompor tecidos danificados e, assim, auxiliar no tratamento de doenças.

A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, sendo avaliada em cada caso.

Por que se tornar um doador?

Este é um ato de solidariedade e pode ajudar pessoas que têm o transplante como a única chance de cura. São raras as oportunidades de encontrar uma medula óssea compatível.

Como se trata de herança genética, a possibilidade maior de existir um doador é entre irmãos, com cerca de 30% de chance de ter compatibilidade. Esta taxa cai expressivamente quando a busca é feita entre doadores sem parentesco.

Por isso, é necessário um número elevado de voluntários, para aumentar as chances de encontrar um doador compatível de medula óssea. Ao se tornar um doador, portanto, você ajuda a diminuir essa distância.

Quais os requisitos para a doação?

O Ministério da Saúde estabelece alguns critérios para o processo de doação. Veja quais são:

  • Idade entre 18 e 55 anos.
  • Apresentar bom estado de saúde.
  • Não possuir nenhuma doença infecciosa que seja transmissível pelo sangue, como HIV e Hepatite.
  • Não ter histórico de câncer (doença neoplásica), nem doenças do sangue ou autoimunes como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide.

Algumas complicações de saúde não impedem a doação, analisadas caso a caso.

Há riscos para os doadores?

O efeito mais relatado após a punção da medula óssea é a dor no quadril, que costuma desaparecer em alguns dias. Poucas semanas depois, a medula do doador estará inteiramente recuperada.

Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do voluntário, visando orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório.

Já na doação por aférese, pode haver um quadro gripal durante o uso dos medicamentos para estimular as células precursoras, mas o doador poderá retornar às suas atividades um dia após a doação.

Como ser um doador de medula?

Para doar medula óssea, o primeiro passo é preencher um cadastro e fazer a coleta de uma amostra de sangue para passar por um teste de compatibilidade (HLA). Este processo pode ser feito em hemocentros de todo o país.

O resultado obtido através de um exame de laboratório bastante comum é colocado no Registro dos Doadores de Medula (Redome), um banco de dados do Ministério da Saúde. Ao ser identificada a compatibilidade com um paciente, o doador é contatado para fazer outros testes.

Gostou da ideia de ter a oportunidade de mudar a vida de alguém? Acesse a cartilha digital da Unimed-BH e se informe para se tornar um doador: Conscientização sobre a doação de medula óssea.

Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
Conteúdo validado por Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH

Equipe responsável por prover conteúdos em soluções assistenciais para clientes, profissionais e prestadores da Unimed-BH, assim como para a sociedade como um todo.

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