Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs): o que são e como prevenir
07/12/2021
Atualizado em 09/07/2024
Neste artigo, você vai conhecer as principais ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), como identificar os sintomas e quais são as formas de tratamento e de prevenção.
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É muito provável que você já tenha ouvido falar do termo IST, que se refere às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Como o próprio nome sugere, elas são infecções transmitidas em relações sexuais desprotegidas.
De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de novos casos são registrados diariamente, em todo o mundo. Por isso, a importância em falar sobre o assunto.
Neste artigo do Viver Bem, você vai conhecer melhor as principais ISTs, entender como elas ocorrem, quais são as formas de tratamento e como é possível se proteger contra elas.
O Dezembro Vermelho no combate às ISTs
Os dados da OMS citados na introdução deste texto refletem a importância de conscientizar a população sobre os cuidados necessários contra as ISTs, já que a desinformação ainda é um problema mundial.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, apenas em 2019, aproximadamente um milhão de pessoas contraíram Infecções Sexualmente Transmissíveis. O IBGE afirma que 0,6% da população acima dos 18 anos afirmou algum diagnóstico do tipo.
Com o propósito de democratizar o acesso à informação, foi criado o Dezembro Vermelho, que promove diversas campanhas informativas visando combater as Infecções Sexualmente Transmissíveis.
O último mês do ano foi escolhido em razão do Dia Mundial de Combate ao HIV, celebrado no dia 1º de dezembro. Deve-se destacar um ponto: a presença de uma IST aumenta significativamente o risco de uma pessoa transmitir um tipo de IST ou adquirir outro.
Conheça as principais ISTs
Existem mais de 30 tipos de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Certamente você já ouviu falar sobre algumas delas, mas nem sempre as informações relacionadas a essas doenças estão claras.
Veja quais são as principais ISTs:
HIV
A sigla HIV vem do inglês e significa vírus da imunodeficiência humana. Trata-se de um retrovírus que altera o DNA dos linfócitos (responsáveis pela defesa do organismo) para fazer cópias de si mesmo.
Após se multiplicar, o vírus rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. A doença causada pelo HIV é a AIDS. Pessoas com carga viral negativa, há pelo menos seis meses, em tratamento regular, não transmitem o HIV.
Apesar de ter sido considerado um dos vírus mais mortais da humanidade, hoje, com os tratamentos à base de antirretrovirais, é possível viver com o HIV e ter a sua carga viral indetectável. Nestes casos, não há transmissão do vírus.
Sífilis
Exclusiva do ser humano, a sífilis é uma infecção curável, causada por bactéria. Os principais sintomas desse tipo de IST são ferida (geralmente única, no local de entrada da bactéria) e manchas no corpo, que muitas vezes não coçam. Pode ocorrer também febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
É importante lembrar que a sífilis também tem fases assintomáticas em sua evolução, e a melhora espontânea dos sintomas não significa a cura da doença.
Herpes genital
Herpes genital é causada pelo vírus do herpes simples (HSV) e provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. O herpes não tem cura: uma vez que haja infecção, a pessoa carregará o vírus pela vida inteira.
O vírus pode permanecer assintomático por muitos anos. A doença costuma aparecer em momentos de imunidade baixa, como estresse, alteração hormonal ou outras infecções.
Vale lembrar, ainda, que o vírus pode ser transmitido de mãe para filho durante o parto. Além disso, a doença ativa próxima ao parto é indicação da necessidade da realização de uma cesariana.
Gonorreia e infecção por clamídia
Causadas por bactérias, na maior parte dos casos a gonorreia e a infecção por clamídia aparecem de forma associadas, causando infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos.
Apesar de serem assintomáticas na maioria dos casos, os sintomas mais frequentes são corrimento vaginal com dor no baixo ventre na mulher e, nos homens, corrimento no pênis e dor ao urinar.
Infecção pelo papilomavírus (HPV)
O HPV vem da sigla em inglês para papilomavírus humano. Trata-se de um vírus que infecta a pele ou as mucosas (oral, genital ou anal), provocando verrugas nas regiões genital e anal; há a possibilidade de causar até câncer.
A transmissão desse tipo de IST se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada e pode ocorrer mesmo que a pessoa infectada não apresente sintomas da doença. No Brasil, a vacina contra o HPV é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:
- Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
- Pessoas que vivem com HIV, na faixa etária de 9 a 26 anos.
- Pessoas transplantadas, na faixa etária de 9 a 26 anos.
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Hepatites virais B e C
As hepatites virais são infecções que atingem o fígado e, apesar de comumente não apresentarem sintomas, quando presentes, se manifestam como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Estima-se que as hepatites causem cerca de 1,4 milhão de mortes, por ano, no mundo. Ainda que a hepatite B não tenha cura, a vacina contra essa infecção é ofertada pelo SUS. Já para a hepatite C, há tratamento medicamentoso.
Cancro mole
Conhecida como “cancroide” ou “cancro mole”, esta IST é característica das regiões tropicais (mais quentes). Causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, ela causa lesões ulcerosas na região genital. Tem alta transmissibilidade e acomete igualmente homens e mulheres, especialmente jovens sexualmente ativos (de 21 a 30 anos).
Quais são os sintomas das ISTs?
Alguns sintomas são comuns em casos de ISTs, mas vale destacar que as manifestações não aparecem apenas nos órgãos genitais. Elas também podem surgir em outros órgãos e, em determinados casos, ser assintomáticas.
As três principais manifestações clínicas das ISTs são:
- Ferida
- Corrimento
- Verruga nas regiões genital e anal
IST: conheça as formas de prevenção
Quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. Mesmo que aparente estar saudável, a pessoa pode estar infectada. Por isso, o uso da camisinha (masculina ou feminina), em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais), é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs.
Além disso, a recomendação é manter a vacinação em dia. Elas são muito seguras, efetivas e indicadas para prevenir hepatite B e infecções pelo vírus HPV.
Durante o parto ou até mesmo no momento da amamentação, muitas doenças podem ser transmitidas ao bebê. Esse problema pode ser evitado com um pré-natal de qualidade, que garante um parto adequado e informa as mães sobre as medidas que devem ser tomadas para evitar a contaminação da criança após o nascimento.
É fundamental observar o material utilizado por tatuadores e por salões de beleza. Eles devem estar devidamente esterilizados ou ser descartáveis. Uma dica importante é sempre levar o próprio material para o salão de beleza e não dividir seu uso com ninguém.
Não compartilhe seringas, agulhas e outros objetos que favoreçam a contaminação por ISTs.
Informe-se com a Unimed-BH
Agora que você sabe um pouco mais sobre as ISTs e a importância de se proteger, vale a pena ler outros conteúdos relacionados à saúde sexual. O Viver Bem preparou diversos artigos sobre os mais variados temas a fim de que você se mantenha informado.
Muitos assuntos ainda são tratados como tabus, mas a informação é o melhor caminho para a prevenção. Confira alguns materiais que a Unimed-BH preparou para você: