Setembro amarelo: a importância do cuidado com a depressão e da prevenção ao suicídio
27/08/2021
Atualizado em 27/08/2025
Reconhecer os sinais da depressão é um passo importante para buscar apoio. Neste Setembro Amarelo, informe-se, converse e esteja aberto ao cuidado. Falar sobre o que se sente pode salvar vidas.
6 min de leitura

Durante o mês de setembro, conhecido como Setembro Amarelo, há uma intensificação de ações de comunicação voltadas à população e aos profissionais de saúde para falar sobre saúde mental. O objetivo é ampliar o diálogo, promover informação de qualidade e incentivar atitudes de prevenção ao suicídio.
A depressão, doença que pode aumentar o risco de suicídio, afeta vários aspectos da vida de uma pessoa. Ela pode tornar difícil a realização de tarefas simples do dia a dia, desde obrigações profissionais até ações cotidianas, como escovar os dentes ou sair da cama.
Para enfatizar a importância do Setembro Amarelo, o Viver Bem traz um artigo detalhado sobre como identificar os sintomas da depressão, entender seus fatores de risco e conhecer as opções de tratamento disponíveis.
Informe-se e compartilhe essas informações com quem possa precisar.
O que é depressão?
A depressão se manifesta através de alterações no humor, caracterizadas por sentimentos persistentes de tristeza, ansiedade, vazio, desesperança e desânimo. Para ser diagnosticada como transtorno depressivo, esses sintomas precisam estar presentes por mais de duas semanas. A depressão é uma das principais causas de suicídio, geralmente associada a outros transtornos mentais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, e cerca de 11,3% dos brasileiros enfrentam algum quadro depressivo. Quando não tratada, a depressão compromete a qualidade de vida e aumenta o risco de suicídio.
O que é e como surgiu o Setembro Amarelo?
O Setembro Amarelo é uma campanha nacional criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao suicídio.
Embora a campanha seja realizada no mês de setembro, a prevenção ao suicídio deve ser um esforço contínuo ao longo de todo o ano, incluindo cuidados regulares com a saúde mental, como a prática de atividade física regular e o acompanhamento psicológico, quando necessário.
Fatores de risco para a depressão
A depressão pode ser desencadeada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e sociais. Os principais fatores de risco incluem:
- Histórico familiar;
- Transtornos psiquiátricos correlatos;
- Estresse e ansiedade crônico;
- Disfunções hormonais;
- Dependência de álcool e drogas ilícitas;
- Traumas psicológicos;
- Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras;
- Conflitos conjugais;
- Mudança brusca de condições financeiras e desemprego.
Quais são os sintomas da depressão?
Os sintomas que as pessoas podem apresentar são:
- Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. Percebem as dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de por fim a um estado penoso. Os pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar morto até planos detalhados de se matar. Esses pensamentos devem ser sistematicamente investigados;
- Retardo motor, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, falta de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa;
- Insônia ou sonolência: A insônia geralmente é intermediária ou terminal. A sonolência está mais associada à depressão chamada Atípica;
- Apetite: geralmente diminuído, podendo ocorrer em algumas formas de depressão aumento do apetite, com maior interesse por carboidratos e doces;
- Redução do interesse sexual;
- Dores e sintomas físicos difusos como mal-estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia, sudorese.
Os episódios depressivos podem variar de leves a graves, dependendo da intensidade dos sintomas.
- Episódio depressivo leve: A pessoa pode ter dificuldades em realizar tarefas no trabalho e participar de atividades sociais, mas consegue manter algum nível de funcionamento.
- Episódio depressivo grave: O indivíduo encontra grandes dificuldades em realizar qualquer tipo de atividade social, profissional ou doméstica, afetando significativamente sua qualidade de vida.
A depressão pode se manifestar de forma crônica, com episódios recorrentes ao longo do tempo, especialmente se não houver tratamento adequado. Durante os episódios, a pessoa pode experimentar perda de interesse e prazer, falta de energia e uma redução significativa nas atividades diárias, além de sintomas adicionais, como ansiedade, distúrbios do sono e do apetite, sentimento de culpa, baixa autoestima, dificuldade de concentração e sintomas físicos sem explicação clínica.
Transtorno Afetivo Bipolar
Esse transtorno é caracterizado por alternâncias entre episódios de mania e depressão, separados por períodos de humor normal. Nos episódios de mania, a pessoa pode apresentar um humor exageradamente exaltado ou irritado, aumento das atividades, fala acelerada, autoestima inflada, necessidade reduzida de sono e pensamentos rápidos.
O Setembro Amarelo é um momento de reforço da importância de cuidar da saúde mental e prevenir o suicídio, mas o cuidado deve ser constante. Compartilhe informações, ajude a quebrar o estigma e, se necessário, busque ou incentive a busca de ajuda profissional. A prevenção salva vidas.
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Setembro Amarelo: diagnóstico de depressão pode salvar vidas
Uma avaliação médica cuidadosa é essencial para identificar sinais de depressão, já que não existe um exame laboratorial ou de imagem que confirme esse diagnóstico.
Durante a consulta, o profissional de saúde realiza uma escuta atenta sobre os sintomas e queixas relatadas, além de um exame físico detalhado. Em alguns casos, podem ser solicitados exames complementares para descartar outras condições que apresentam sintomas semelhantes — como alterações na tireoide, deficiência de vitaminas ou anemia.
Esse processo é importante para garantir um olhar completo e respeitoso sobre o que a pessoa está vivenciando, oferecendo o cuidado mais adequado possível.
A fim de auxiliar no diagnóstico de depressão, alguns questionários podem ser aplicados pelo médico para melhor avaliação do quadro. Reconhecer os sinais da doença pode salvar vidas, e esse é o objetivo do Setembro Amarelo.
Existe tratamento para depressão?
Sim, existem tratamentos eficazes para depressão, especialmente nos casos moderados e graves. Profissionais de saúde oferecem uma variedade de intervenções, como terapias psicológicas — incluindo ativação comportamental, terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal —, além de medicamentos antidepressivos.
É importante que os profissionais de saúde avaliem os potenciais efeitos adversos dos antidepressivos, considerando também outras opções de tratamento e as preferências individuais do paciente. Tratamentos psicológicos podem ser realizados individualmente ou em grupo, dependendo do caso.
Para casos de depressão leve, tratamentos psicossociais têm demonstrado eficácia. Embora os antidepressivos sejam úteis em casos moderados a graves, eles não são a primeira escolha para depressão leve e devem ser usados com cautela, especialmente em crianças e adolescentes.
Quais os sinais de alerta para o suicídio?
Existem alguns sinais que são sinais de alerta para o suicídio, dentre eles temos:
- Mudanças de comportamento por pelo menos duas semanas.
- Falas sobre morte ou desesperança, escritas, verbais ou em desenhos.
- Expressões diretas de intenção suicida, como:
“Vou desaparecer.”
“Queria dormir e nunca mais acordar.”
“É inútil tentar mudar, só quero me matar.”
- Isolamento social e afastamento de atividades antes prazerosas.
- Desinteresse por contatos e redes sociais.
- Fatores que aumentam a vulnerabilidade:
Exposição a agrotóxicos.
Perda de emprego.
Discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero.
Agressões físicas ou psicológicas.
Conflitos familiares ou luto.
Doenças crônicas ou incapacitantes.
Sofrimento no trabalho.
Falta de autocuidado.
Esses sinais não devem ser ignorados, especialmente quando aparecem em conjunto. A escuta empática e o apoio imediato podem salvar vidas. Procure ajuda ou apoie quem está passando por isso a procurar apoio.
Além do Setembro Amarelo: qual a importância das campanhas de prevenção ao suicídio?
O suicídio é um fenômeno complexo, com múltiplas causas, que pode afetar pessoas de todas as idades, origens, classes sociais, orientações sexuais e identidades de gênero. Embora seja um tema delicado, é possível prevenir — e falar sobre isso é um passo importante.
Reconhecer os sinais de sofrimento, seja em si mesmo ou em alguém próximo, pode ser o primeiro e mais significativo gesto de cuidado. Mudanças de comportamento, falas de desesperança ou isolamento merecem atenção e acolhimento. Estar disponível para ouvir, sem julgamentos, pode fazer toda a diferença.
Infelizmente, o suicídio ainda é cercado por estigmas. É essencial tratar qualquer ameaça ou tentativa com seriedade, oferecendo apoio imediato e acesso a ajuda especializada.
Campanhas como o Setembro Amarelo têm um papel fundamental na conscientização, promovendo diálogos abertos sobre saúde emocional e facilitando o acesso à informação e ao cuidado. Falar sobre sentimentos, escutar com empatia e buscar apoio são atitudes que salvam vidas.
Precisa conversar? LIGUE 188
O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional por telefone e atende de forma gratuita. As sensações de desamparo, desesperança e pensamentos negativos podem ser aliviadas com uma boa conversa.
Cuide da saúde mental
A saúde mental é um assunto de extrema importância. Não apenas durante o Setembro Amarelo, mas em todos os períodos do ano, é importante cuidar da mente e mantê-la saudável.
Para cuidar da saúde mental e prevenir possíveis agravamentos é preciso manter um estilo de vida saudável e:
- Ter uma dieta equilibrada;
- Praticar atividade física regularmente;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Não usar drogas ilícitas;
- Diminuir as doses diárias de cafeína;
- Manter uma rotina de sono regular;
- Combater o estresse com atividades prazerosas;
- Não interromper tratamento sem orientação médica.
Mas, afinal de contas, como assegurar os cuidados com a saúde mental? Qual é a importância de fazer esse acompanhamento? Confira os artigos do portal Viver Bem sobre o assunto e cuide-se com o apoio da Unimed-BH.
- Você sabe cuidar da saúde mental? Saiba como mantê-la em dia
- A importância do acompanhamento da saúde mental
Acesse também uma cartilha especial elaborada pela Unimed-BH. São 10 dicas e orientações muito importantes e relevantes para que você possa cuidar melhor da sua saúde mental e emocional. Acesse! Clique aqui ou no link abaixo.
Saber Pra Cuidar: assista ao episódio
Além disso, a saúde mental também foi tema da websérie Saber Pra Cuidar, que está disponível no YouTube da Unimed-BH.
No quarto episódio da websérie, o psiquiatra e médico cooperado da Unimed-BH Dr. Maurício Leão fala sobre esse assunto, trazendo muitas orientações e informações úteis e seguras a respeito.
Assista agora: