Raiva humana: entenda o que é a doença e saiba como se prevenir
27/06/2022
Atualizado em 16/03/2025
A raiva humana é uma doença grave e que teve casos recentes confirmados em Minas Gerais. Entenda o que é a condição, quais são os sintomas, o tratamento e saiba como evitar tal doença.
3 min de leitura
A raiva humana é uma doença de importância na saúde pública. A doença é muito grave e é importante conhecê-la e reconhecer situações em que é necessária a avaliação médica.
Neste artigo, falaremos a respeito dessa doença viral, incluindo detalhes sobre os sintomas mais comuns, o diagnóstico, os tratamentos empregados e as principais formas de prevenção.
O que é a raiva humana
A raiva humana é uma doença viral aguda conhecida por acometer mamíferos, incluindo os seres humanos.
A enfermidade é caracterizada principalmente por uma encefalite (tipo de infecção que acomete o cérebro) progressiva e tem alta taxa de letalidade.
Como a doença é transmitida?
A raiva humana é uma zoonose, ou seja, é uma doença transmitida de animais para humanos. A transmissão ocorre quando o ser humano tem contato com a saliva de um animal infectado por meio principalmente de mordida, mas também por arranhadura ou lambedura desses animais.
As transmissões mais frequentes são provenientes de cães e morcegos, mas qualquer mamífero pode ser o hospedeiro da doença.
Período de incubação
O período de incubação é variável entre as espécies, podendo durar de alguns dias até anos, com uma média de 45 dias nos seres humanos — sendo geralmente mais curto em crianças.
Esse período depende de diversos fatores, como:
- a localização, a extensão e a profundidade da mordedura, arranhadura ou lambedura;
- a proximidade da porta de entrada do vírus em relação ao cérebro e aos troncos nervosos;
- a quantidade de partículas virais inoculadas;
- a cepa viral envolvida.
Os sintomas da raiva humana
No início da doença, surgem sinais e sintomas inespecíficos, como os citados a seguir:
- Mal-estar
- Febre baixa
- Falta de apetite
- Vômitos e desconforto gastrointestinal
- Inquietação e ansiedade
Podem ocorrer aumento dos linfonodos, aumento da sensação de dor e dormência no trajeto de alguns nervos periféricos próximos ao local da mordedura além de alterações de comportamento.
Agravamento da doença
Mais tarde, com o agravamento da doença e o aumento da inflamação no cérebro (encefalite), os sintomas neurológicos tendem a piorar e podem surgir as seguintes complicações:
- Ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes
- Febre
- Delírios
- Espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões
Os espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquidos, resultando em uma sialorreia intensa — conhecida como “hidrofobia”.
Com a progressão do quadro, os espasmos musculares evoluem para paralisia, causando alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e constipação intestinal. Também podem estar presentes sintomas como disfagia (dificuldade de engolir), aerofobia (sensibilidade à correntes de ar), hiperacusia (sensibilidade auditiva aumentada) e fotofobia (sensibilidade excessiva à luz).
O diagnóstico
Os sintomas característicos da raiva humana auxiliam o profissional de saúde a fazer o diagnóstico da doença. O acompanhamento clínico dos pacientes que sofreram mordedura, arranhadura ou lambedura de animais raivosos ou suspeitos permite o diagnóstico em 80% dos casos.
Qual o tratamento contra a raiva humana?
A raiva humana é uma doença quase sempre fatal. Por essa razão, o mais importante é a prevenção com as vacinas de pré ou pós exposição.
O tratamento da doença instaurada é realizado em ambiente hospitalar com medicamentos antivirais, indução de coma profundo e aplicação de medicamentos específicos de acordo com o quadro. A maioria dos pacientes não sobrevive e por isso a prevenção é tão importante.
Como prevenir a raiva humana?
O principal meio de prevenção contra a raiva humana é a administração da vacina antirrábica. Ela é indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva em atividades ocupacionais como as de médicos-veterinários, funcionários de zoológico, pessoas que trabalham em cavernas (espeleólogos), dentre outros.
A vacinação anual dos cães e dos gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que previne por consequência a raiva humana. Deve-se evitar se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
No caso de algum acidente com algum animal, deve-se procurar um médico para avaliação. A limpeza da ferida deve ser realizada com água e sabão o mais rápido possível. Além disso, deve-se avaliar se o animal é observável.
Quando o acidente ocorre na rua e o animal é de responsabilidade de outra pessoa, é importante manter contato com o tutor responsável pelo animal avaliar o estado de saúde do animal. O período de observação é de 10 dias, para avaliar se o animal manifesta a doença, é levado a óbito ou permanece saudável.
O esquema da profilaxia da raiva deve ser direcionado para avaliar a indicação de observação, aplicação de vacina e/ou soro.
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