Antibióticos: confira a importância do uso consciente
06/09/2021
Atualizado em 19/09/2022
Muitas pessoas estão usando os antibióticos de forma errada e indiscriminada, o que faz com que esses medicamentos não consigam mais combater certas bactérias. Confira e saiba quais são os cuidados durante o uso.
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Se você já foi acometido por uma infecção bacteriana, certamente fez uso de antibióticos para tratá-la. Esse tipo de medicação é uma das formas de tratamento mais eficazes contra doenças causadas por bactérias, afinal, atuam inibindo o crescimento bacteriano ou causando a morte destes microrganismos, impedindo sua multiplicação e progressão da doença.
Da mesma forma que os antibióticos são tão importantes para tratar algumas doenças, o prejuízo causado pelo seu uso indiscriminado também pode ser grande.
Assim como qualquer medicação, os antibióticos devem ser usados a partir da indicação médica ou do cirurgião dentista. Além de existirem uma série de cuidados que devem ser tomados para que ele, de fato, cumpra o seu papel no organismo. Continue lendo o conteúdo a seguir e saiba quais são eles.
Antibiótico: o que é, e para que serve?
Os antibióticos são substâncias utilizadas no tratamento de infecções bacterianas. Estes medicamentos possuem a capacidade de impedir a multiplicação das bactérias ou de as destruir, permitindo assim tratar os quadros causados por esses invasores.
O uso de antibiótico é apenas indicado em infecções diagnosticadas pelo médico, como sendo causadas por bactérias, pois não têm qualquer efeito contra os vírus, sendo por isso inúteis para tratar doenças como a gripe, causada pela infecção viral.
Existem diversos tipos de antibióticos, e cada um deles só atua sobre um certo tipo de bactérias, deixando outras intactas.
Por esse motivo, o uso dessas medicações deve ser feito por meio de prescrição médica ou do cirurgião dentista, onde o especialista indicará todos os detalhes a respeito da utilização — frequência diária, tempo de utilização, dosagem etc.
Uso indiscriminado de antibióticos: riscos para a saúde
Se, por um lado, essas medicações representam uma forma eficaz de tratamento, por outro, o uso de antibióticos sem recomendação, pode acarretar diversos riscos para a saúde.
Quando falamos nesse assunto, entretanto, não nos referimos apenas à automedicação, e, sim, a qualquer comportamento que esteja fora da orientação prescrita na receita. Alguns exemplos dessa prática são:
- A interrupção do tratamento antes do tempo previsto, devido à melhora dos sintomas;
- A ingestão da medicação em doses incorretas;
- O uso desnecessário de antibióticos para tratar doenças que não são causadas por bactérias, com as doenças virais.
Tudo isso pode levar, a longo prazo, a consequências na relação do seu organismo com os antibióticos e uma delas é a resistência bacteriana.
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Resistência bacteriana: o que é?
A resistência bacteriana se refere à capacidade da bactéria de suportar a ação de alguns antibióticos, devido ao desenvolvimento de mecanismos de adaptação e de resistência, o que é muitas vezes consequência do uso indevido de antimicrobianos.
Ou seja, quando a pessoa faz o uso de antibiótico sem orientação médica, ou interrompe o tratamento antes do tempo previsto, por exemplo.
Quando uma bactéria adquire resistência a determinado antibiótico, ela torna-se capaz de proliferar independente da presença do remédio. Além de ter a capacidade de causar infecções mais graves e de difícil tratamento.
Recomendações para o uso adequado de antibióticos
Para que os antibióticos tratem de forma adequada as infecções bacterianas, algumas recomendações com relação ao seu uso devem ser seguidas:
- Em hipótese alguma opte pela automedicação. O uso de antibióticos deve ser feito com base na análise de sinais e sintomas por um profissional de saúde.
- Siga rigorosamente a prescrição médica.
- Não interrompa o tratamento após melhora dos sintomas, nem prolongue o uso da medicação sem orientação médica.
- Tome o antibiótico sempre no horário informado pelo médico.
- Não use antibióticos por conta própria, nem por indicações de balconistas de farmácia, vizinhos, amigos ou parentes.
- Atente-se à dosagem e ao prazo da validade da medicação.
- Guarde os medicamentos em locais seguros, arejados e fora do alcance de crianças.
Sobre o público infantil, outras substâncias também precisam de armazenamento seguro. Aprenda mais aqui Intoxicação exógena: o que é, como prevenir e proteger as crianças.
Dúvidas sobre uso dos antibióticos
Algumas dúvidas são comuns com relação ao uso dos antibióticos. Confira as mais frequentes:
Posso “beber” tomando antibiótico?
Seu médico sempre irá passar a orientação precisa se o medicamento prescrito perde a eficácia, ou não, com a ingestão de bebidas alcoólicas. A maioria dos remédios contra infecções não sofrem interações com o álcool e no momento da consulta você pode tirar as dúvidas com o seu médico.
Contudo, quantidades acima de 50 gramas diárias de álcool, o que equivalente a três latas de cerveja ou uma dose de uísque, por exemplo, já causam queda na imunidade, o que dificulta o tratamento.
Este é um motivo pelos quais os médicos desencorajam a ingestão de bebida alcoólica durante o tratamento com antibiótico.
O antibiótico corta o efeito do anticoncepcional?
Essa constatação não é uma verdade absoluta na medicina, que ainda pesquisa o porquê de alguns antibióticos reduzirem a atuação de determinados anticoncepcionais.
O que se sabe é que, durante o uso de antibióticos, que matam bactérias perigosas, outras bactérias que atuam na flora intestinal podem ser afetadas.
Como elas também são responsáveis pela reativação do estrogênio, essa equação da fertilidade é uma hipótese, mas não uma constatação definitiva. Na dúvida, é melhor usar preservativo.
O perigo da caixinha de remédios: você tem uma?
É comum encontrar na casa dos brasileiros a famosa caixinha de remédios. Mesmo se tratando de uma funcionalidade importante para emergências, é preciso estar atento às medicações disponíveis, sua validade e condições de armazenamento.
Isso pode ser um perigo porque, em termos gerais, a automedicação é prejudicial para a saúde. Isso inclui também não guardar antibióticos sobressalentes de outros tratamentos para uso posterior, junto aos itens de primeiros socorros.
Outros tipos de medicação também devem ser usados com cuidado e orientação profissional, para evitar a intoxicação medicamentosa. Não sabe o que é isso? Confira o conteúdo exclusivo da Unimed-BH sobre o assunto: