O bebê vem aí? Conheça os tipos de parto e prepare-se

Maternidade

26/08/2021

Parto normal ou cesariana? A resposta para uma das perguntas mais ouvidas pelas futuras mamães é muito mais abrangente do que parece. Aprenda mais sobre os tipos de parto e quais são as suas indicações.

6 min de leitura

O bebê vem aí? Conheça os tipos de parto e prepare-se

O nascimento de um filho é uma jornada carregada de expectativas. Conhecer o rostinho do bebê é o momento mais esperado da gestação e diversos fatores podem influenciar como ele será conduzido.

Condições como a estrutura da bacia da mãe e a posição do bebê no útero, podem interferir na forma da chegada do pequeno ao mundo.

Embora algumas situações durante o trabalho de parto possam mudar os planos de última hora, buscar informações e planejar o seu parto adequado é essencial. Nesse sentido, você pode contar com a equipe de saúde que participa do seu pré-natal para se informar e construir seu plano de parto.

Mas a Unimed-BH também ajuda você a saber mais sobre o assunto! Continue lendo esse post e aprenda sobre os tipos de parto e suas indicações.

Parto Normal

Muitas mães de primeira viagem podem se perguntar como é o parto vaginal, também chamado parto normal. Trata-se da saída natural do bebê através da vagina, impulsionada por contrações uterinas.

Podemos dividir o trabalho de parto nos estágios de dilatação, expulsivo e dequitação. O estágio de dilatação é dividido em 2 fases: latente e ativa.

Na fase latente, a dilatação do colo do útero alcança o máximo de 4 cm e as contrações ocorrem de forma rítmica, e costumam vir com intervalo de 5 a 20 minutos. A duração desse período é variável.

A fase ativa do estágio de dilatação é o momento de ir para a maternidade! O colo já atingiu a dilatação de 5 cm e alcançará a dilatação total de 10 cm. Nessa fase, as contrações são mais intensas e com intervalos mais curtos. A duração da fase ativa também pode variar, mas geralmente não se prolonga além de 12h.

O estágio expulsivo começa quando a dilatação total do colo é atingida (10 cm) e termina com o nascimento do bebê. Sua duração geralmente é inferior a 3 horas.

O estágio de dequitação compreende o período entre o nascimento do bebê e a expulsão da placenta.

Benefícios do parto vaginal

Por se tratar de um processo natural do corpo, o parto vaginal possui inúmeros benefícios para a saúde da mãe e do bebê. O primeiro deles é a interação plena com o bebê, desde o primeiro minuto do seu nascimento, favorecendo a criação do vínculo e a amamentação.

Por não se submeter a um procedimento com riscos (uma cirurgia), mulheres que dão a luz por meio do parto vaginal também são contempladas com outros benefícios, como:

  • A recuperação e possibilidade de alta hospitalar mais rápidas
  • A menor incidência de dores após o parto
  • O menor risco de infecção
  • A ausência de cicatrizes

O bebê também é beneficiado pelo parto vaginal: ao passar pelo canal vaginal, o tórax é comprimido, favorecendo a expulsão do líquido amniótico dos pulmões. Esse processo acelera a maturidade do pulmão do bebê e fortalece o sistema imunológico, diminuindo o risco de problemas respiratórios ao nascimento.

Esse tipo de parto também ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 1, asma, alergias e doenças autoimunes, através da colonização do intestino do bebê por bactérias maternas, formando uma microbiota intestinal que previne essas doenças.

Além da prevenção de doenças, o parto vaginal melhora as chances de sucesso na amamentação e da alta hospitalar mais rápida para o pequeno.

Parto normal e parto natural são a mesma coisa?

Não, podemos dizer que o parto natural é um parto vaginal em que não ocorrem intervenções médicas, como administração de medicamentos para dor ou as contrações, ou corte cirúrgico, para aumentar a abertura vaginal (episiotomia).

Em partos naturais, a equipe de saúde atua como suporte à mãe, apenas acompanhando o trabalho de parto para eventuais necessidades.

Parto Cesáreo

A cesariana é uma cirurgia realizada para retirar o bebê quando há algum fator que coloca em risco a saúde da mulher, do bebê ou de ambos.

O Brasil é o 2º país no mundo em percentual de cesarianas, que atinge mais de 80% dos partos na rede particular de saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde esse percentual deveria atingir o máximo de 15% do total de partos, considerando as indicações de cesariana baseadas em evidências científicas.

As situações relacionadas ao bebê que podem levar à indicação da cesariana, são:

  • Bebês muito grandes: bebês > 4,5 Kg, especialmente em mães que estão na primeira gravidez
  • Sinais de que o bebê está em sofrimento dentro do útero
  • Situações em que o bebê não esteja de cabeça para baixo no útero, estando sentado ou de lado: em alguns casos pode ser realizada uma manobra para tentar mudar a posição do bebê no útero, a partir de 36 semanas de gravidez
  • Placenta baixa (previa) ocluindo a abertura do útero
  • Descolamento prematuro da placenta
  • Saída do cordão umbilical antes da saída do bebê, chamado prolapso de cordão
  • Bebês com malformações congênitas que inviabilizam o parto vaginal
  • Gestação gemelar em que o primeiro bebê não está de cabeça para baixo.

Pode-se optar pelo parto vaginal em gestações gemelares onde o primeiro bebê ou ambos estão de cabeça para baixo, considerando as características da gestação e a ausência de complicações. E ao contrário do que se pode imaginar, bebês prematuros ou muito pequenos não são indicação de parto cesariano.

A indicação de parto cesariano também pode acontecer para mães que tiveram lesão de herpes genital no último trimestre da gestação, ou que possuem HIV positivo, não são adequadamente tratadas e não apresentam baixa carga viral.

Além disso, gestantes com três ou mais cesarianas anteriores também devem optar pelo parto cesariano.

Cesáreas de urgência

As cesáreas de urgência são necessárias quando há risco eminente de vida para o bebê ou para a mãe. Podem ocorrer antes do início do trabalho de parto, como nos casos de Eclâmpsia, ou durante um parto normal.

A cesárea de urgência intraparto acontece quando, em meio ao trabalho de parto normal, a equipe médica identifica alguma anormalidade que possa comprometer a saúde da mãe e do bebê. Como nos casos em que o trabalho de parto não evolui, ou quando há a constatação de sofrimento fetal agudo.

Cesárea eletiva

O agendamento do parto sem a concomitância do trabalho de parto é denominado cesárea eletiva. Ela pode ser feita por escolha da gestante que não quer passar pelo parto normal, ou por indicação clínica devido à identificação, no decorrer da gravidez, de alguma situação de risco para o parto normal, como na placenta prévia ou bebê em posição sentada.

É importante lembrar que a cesárea eletiva só deve ser agendada a partir da 39ª semana de gestação, a fim de reduzir o risco de o bebê apresentar complicações após o parto por não estar plenamente desenvolvido.

Cada semana a mais no útero representa mais chances de o bebê nascer saudável, afinal nas últimas semanas de gravidez, ocorre maior ganho de peso, maturidade cerebral e pulmonar.

Desvantagens do parto cesariano

Quando necessárias, as cesarianas salvam a vida da mãe e do bebê. Porém, se realizadas sem necessidade, ou seja, sem indicação clínica, trazem mais riscos do que benefícios. Algumas das desvantagens para a mulher, são:

  • Dor mais intensa no pós-parto;
  • Maior risco de infecção, hemorragia e necessidade de transfusão de sangue;
  • Maior probabilidade de sequelas – cicatrizes, aderências, lesões de outros órgãos;
  • Maior tempo para o útero voltar ao tamanho normal;
  • Maior dificuldade e tempo de recuperação;
  • Maior chance de placenta prévia (localização anormal da placenta) em gestações posteriores;
  • Maior risco de tromboembolismo – sangue coagulado de uma veia que se desloca de seu local de formação e migra para um dos pulmões;
  • Maior risco de problemas renais;
  • Maior dificuldade para amamentar;
  • Maior tempo de separação entre mãe e bebê logo após o nascimento;
  • Maior dificuldade na formação do vínculo com o bebê;
  • Maior risco de depressão pós-parto;
  • Maior tempo de internação hospitalar;
  • Maior risco de nova cesárea em gestação futura.

Desvantagens para o bebê

Se por um lado, o parto vaginal traz benefícios para o bebê, por outro, o parto cesariano aumenta a chance de o bebê apresentar problemas, especialmente os respiratórios, após o nascimento. Além disso, ele pode desenvolver algumas doenças crônicas como diabetes e asma, e tem menor chance de sucesso na amamentação.

Parto Vaginal Após Cesárea

A sigla VBAC significa, em inglês, Vaginal Birth After Cesarean, sendo traduzido para o Português por “Parto Vaginal Após Cesárea” (PVAC). Trata-se de um termo utilizado para se referir às mulheres que realizam parto normal, após parto(s) cesariano(s).

Assim como qualquer decisão relativa à gravidez e ao parto, a indicação para o Parto Vaginal após cesárea (PVAC) deve ser discutida juntamente com a equipe médica.

Converse com o seu médico

A possibilidade de discutir as opções de parto com o seu médico é um dos pilares do Projeto Parto Adequado.

A iniciativa desenvolvida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde, tem como objetivo proporcionar o procedimento mais seguro à futura mamãe e seu bebê, combinando o protagonismo da gestante a modelos recomendados de atenção ao parto.

Qual é o melhor tipo de parto?

O melhor tipo de parto é aquele que ouve o seu corpo e leva em consideração tudo que ele tem a dizer. E foi assim que a Maysa de Paula Pacheco Batista, deu à luz à Luísa por meio de um PVAC. Conheça o relato completo na página do Projeto Parto Adequado:

Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
Conteúdo validado por Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH

Equipe responsável por prover conteúdos em soluções assistenciais para clientes, profissionais e prestadores da Unimed-BH, assim como para a sociedade como um todo.

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