Ansiedade no trabalho e os impactos profissionais
19/02/2021
Atualizado em 14/03/2025
Você já sentiu que a ansiedade no trabalho atrapalha seu crescimento e sua autoconfiança? Confira a importância da saúde mental para otimizar o ambiente corporativo.
5 min de leitura
Quem nunca sofreu por antecipação, preocupado com algo que ainda nem aconteceu? Sentir ansiedade e preocupação é comum, especialmente em dias difíceis. Mas o alerta surge quando esse sofrimento é tão intenso a ponto de gerar crises de ansiedade, o que impacta o dia a dia e a qualidade de vida.
A ansiedade no trabalho é um exemplo. Desde o início da pandemia, os registros de depressão e transtornos de ansiedade tiveram aumento expressivo. De acordo com a OMS, são quase 20 milhões de brasileiros diagnosticados.
Saiba como controlar o medo e otimizar a saúde mental no trabalho, onde quer que você esteja, isto é, em modo presencial ou em home office.
O que é crise de ansiedade?
A ansiedade é uma emoção natural do ser humano, ou seja, uma resposta do cérebro ao estresse que nos ajuda a lidar com situações desafiadoras. Por isso, é normal sentir-se ansioso antes de uma prova, de uma reunião importante ou de uma grande decisão.
No entanto, quando é intensa e recorrente, essa sensação de “ameaça” pode desencadear uma crise de ansiedade. O que exatamente é isso?
Uma crise de ansiedade ocorre quando o corpo reage de forma exagerada a uma situação que, muitas vezes, não representa um perigo real. É como se o alarme do corpo fosse ativado sem motivo aparente, gerando um sofrimento físico e emocional.
Atualmente mais de 160 mil brasileiros pesquisam mensalmente na internet sobre transtornos de ansiedade, sendo a crise de ansiedade uma das principais dúvidas.
A preocupação não é apenas de quem vive essas crises, mas também de familiares, amigos e colegas. Continue lendo para entender como identificar e lidar com esse problema.
Ansiedade no trabalho: saiba identificar episódios
Como os episódios de crise são provocados por medo ou preocupação em excesso, os sintomas de ansiedade no trabalho podem se manifestar muito além do expediente com agitação, alterações no sono e mais:
- Boca seca;
- Falta de ar;
- Palpitações cardíacas;
- Medo associado ao ambiente ou atividade e desejo evitá-la ao máximo;
- Pensar no problema sem cessar (ruminação);
- Respiração ofegante ou mais acelerada que o normal (hiperventilação);
- Sensação de perigo iminente;
- Sudorese, formigamento ou queda de temperatura em mãos e pés;
- Tensão muscular;
- Tonturas ou náuseas.
É comum desenvolver alguns desses sinais somente em situações específicas e passageiras, que exigem maior concentração ou enfrentamento de desafios, mas é importante ficar atento quando esses sintomas se tornam persistentes.
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7 sintomas de ansiedade que merecem sua atenção
Como a ansiedade pode atrapalhar no trabalho?
Além de afetar a saúde mental do trabalhador, suas relações sociais e disposição para atividades de lazer, a ansiedade no trabalho trás pensamentos repetitivos e uma série de concepções negativas sobre seu próprio desempenho, resultando em:
- dificuldade de concentração;
- baixa produtividade, mesmo em tarefas comuns da profissão;
- insegurança sobre a própria capacidade de aprender novas funções;
- sensação constante de que pode perder o emprego;
- síndrome do impostor – quando a pessoa não reconhece ou não se sente responsável pelos esforços, e acredita que seu percurso profissional é uma farsa prestes a ser descoberta;
As duas últimas disfunções incluem outros sintomas mais complicados, por isso precisam de uma avaliação especializada. O tratamento pode incluir acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, combinando terapia e, quando necessário, o uso de medicamentos.
Em casos mais graves, a ansiedade no trabalho pode evoluir para a Síndrome de Burnout – cansaço físico e mental extremo –, geralmente observada em funcionários muito dedicados e que trabalham de forma intensa.
Saiba mais a respeito no artigo abaixo:
Síndrome de Burnout: saiba tudo sobre esse distúrbio
A importância da saúde mental do trabalhador
Até agora, vimos que a preocupação excessiva é só “a ponta do iceberg”. Ela pode trazer várias consequências para a vida, tanto no trabalho quanto fora dele. Por isso, cuidar da saúde mental no ambiente profissional é fundamental para manter o equilíbrio e o bem-estar.
Um passo relevante é entender a diferença entre ansiedade moderada, comum em situações desafiadoras, e transtornos de ansiedade, que precisam de atenção especial. Essa diferença está menos ligada ao contexto ou à pressão do trabalho e mais à forma como a pessoa reage às situações, considerando os sinais do corpo e da mente.
Alertas para buscar ajuda
Um profissional muito ansioso pode apresentar reações intensas, como desânimo profundo e até a sensação de estar “paralisado” diante de um desafio. Esse sentimento de incapacidade pode dificultar ou até impedir o planejamento de soluções visando enfrentar a situação.
Muitas vezes, esse medo não está ligado a fatos concretos, porém é alimentado por pensamentos e especulações que ampliam o problema, criando cenários que nem ocorreram, mas que geram sofrimento real.
Quando esses sintomas e percepções se tornam persistentes e começam a impactar o dia a dia, é essencial buscar ajuda especializada. Mais importante do que entender os gatilhos específicos da ansiedade é contar com o apoio profissional, a fim de identificar as causas e encontrar formas saudáveis de lidar com elas.
Qualidade de vida no ambiente de trabalho
Além de buscar apoio médico para tratar a angústia persistente, é essencial adotar práticas que fortaleçam a saúde mental e emocional.
Exercícios regulares e boas noites de sono são fundamentais para controlar a ansiedade e melhorar o bem-estar, especialmente em profissões de alto estresse.
Contar com o apoio de amigos, familiares ou um terapeuta sem dúvida traz novas perspectivas e aumenta a satisfação no trabalho. Se possível, conversar com a chefia para negociar prazos ou solicitar pequenas pausas pode ajudar a manter a energia e o desempenho, especialmente em ambientes de alta pressão.
Hábitos que fazem a diferença
A ginástica laboral é uma excelente forma de alongar o corpo e evitar ficar muito tempo na mesma posição. Em poucos minutos, ela ajuda a relaxar, corrigir a postura e aliviar tensões musculares, como as causadas pela digitação.
Além disso, técnicas que estimulam a plasticidade cerebral, como a meditação, podem reduzir a ansiedade e melhorar as tomadas de decisão, trazendo benefícios como maior concentração e criatividade.
O estresse pode afetar os hábitos alimentares. Optar por refeições nutritivas e fazer pausas para lanches tranquilos ajuda a manter o equilíbrio físico e mental.
Pequenas mudanças na rotina podem transformar o sofrimento causado pela ansiedade no trabalho em cuidados valiosos para a saúde física, mental e emocional. Mesmo que pareçam simples, não subestime o impacto positivo e o poder transformador desses novos hábitos!
Um passo de cada vez
Assim como essas mudanças simples, a ansiedade muitas vezes começa de forma discreta, em pequenas doses. Antes que se perceba, ela já tomou conta de boa parte do dia e das horas de trabalho, sobrecarregando a mente com preocupações e deixando pouco espaço para ações concretas.
É possível lidar com a ansiedade no trabalho com atitudes, como focar no momento presente, planejar as tarefas do dia e organizar prioridades. Isso ajuda a identificar os sinais de preocupação e agir de maneira prática e eficiente.
Com essas estratégias, é possível gerenciar as emoções de forma mais equilibrada e realizar as tarefas do dia a dia com mais tranquilidade, abrindo caminho para alcançar seus objetivos profissionais com confiança.
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