O que é glaucoma? Como prevenir a doença e como manter a saúde dos olhos em dia
24/05/2022
O glaucoma pode trazer danos irreversíveis à visão. Veja agora como prevenir, retardar e tratar os efeitos dessa doença dos olhos
4 min de leitura
O glaucoma é uma das principais causas de cegueira em adultos no Brasil. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos mais velhos.
Também é importante citar que muitas formas de glaucoma não apresentam sinais de alerta. O efeito é tão gradual que você pode não notar uma mudança na visão até que a condição esteja em um estágio avançado.
Para entender melhor o que é e como identificar a doença e tratá-la corretamente, continue lendo este artigo.
O que causa glaucoma?
O glaucoma é o resultado de danos ao nervo óptico. À medida que esse nervo se deteriora gradualmente, pontos cegos se desenvolvem no campo visual. Por razões que os médicos não entendem completamente, esse dano nervoso geralmente está relacionado ao aumento da pressão no olho.
A pressão ocular elevada é em razão do acúmulo de um fluido que escoa por todo o interior do olho. Quando o fluido é superproduzido ou o sistema de drenagem não funciona adequadamente, ele geralmente não flui em sua taxa normal, o que faz com que a pressão ocular aumente.
O glaucoma tende a ocorrer em famílias. Em algumas pessoas, os cientistas identificaram genes relacionados à alta pressão ocular e danos ao nervo óptico.
Os tipos incluem:
Glaucoma crônico simples ou de ângulo aberto
O glaucoma de ângulo aberto é a forma mais comum da doença. O ângulo de drenagem formado pela córnea e pela íris permanece aberto, mas a malha trabecular é parcialmente bloqueada. Isso faz com que a pressão no olho aumente gradualmente e danifique o nervo óptico. Isso se dá tão lentamente que você pode perder a visão antes mesmo de perceber um problema.
Glaucoma de ângulo fechado
O glaucoma de ângulo fechado ocorre quando a íris se projeta para a frente, estreitando ou bloqueando o ângulo de drenagem formado pela córnea e pela íris. Como resultado, o fluido não pode circular pelo olho, e dessa forma a pressão aumenta. Algumas pessoas têm ângulos de drenagem estreitos, aumentando o risco de glaucoma de ângulo fechado.
O glaucoma de ângulo fechado pode ocorrer repentinamente (agudo de ângulo fechado) ou gradualmente (crônico de ângulo fechado).
Glaucoma de tensão normal
No glaucoma de tensão normal, o nervo óptico fica danificado mesmo que a pressão ocular esteja dentro da faixa normal. Você pode ter um nervo óptico sensível ou pode ter menos sangue sendo fornecido ao nervo óptico. Esse fluxo sanguíneo limitado muitas vezes é causado por aterosclerose – o acúmulo de depósitos de gordura (placa) nas artérias – ou por outras condições que prejudicam a circulação.
Além desses tipos, existem o glaucoma secundário, quando a doença é decorrente de enfermidades como diabetes, uveítes, cataratas, dentre outras; e o glaucoma congênito, forma mais rara e que acomete os recém-nascidos.
Sintomas
A maioria das pessoas com glaucoma de ângulo aberto não apresenta sintomas. Se os sintomas se desenvolverem, geralmente é em fases mais avançadas da doença. O sinal principal é na maior parte das vezes uma perda de visão lateral ou periférica.
Os sintomas do glaucoma de ângulo fechado em geral aparecem mais rápido e são mais óbvios. Os danos podem acontecer rapidamente. Se você tiver algum destes sintomas, procure atendimento médico:
- Perda de visão
- Vermelhidão no olho
- Olho que parece turvo
- Dor de estômago ou vômito
- Dor intensa nos olhos
Diagnóstico
O diagnóstico de glaucoma é feito por um profissional de oftalmologia.
Os testes para avaliar se uma pessoa tem glaucoma são indolores e não demoram muito. O seu oftalmologista vai testar a sua visão, usando gotas para dilatar as pupilas e posteriormente examinar os olhos.
O profissional, então, vai verificar seu nervo óptico em busca de sinais de glaucoma. Visando comparar a evolução ou não da doença, na consulta o médico pode tirar fotos dos olhos para que seja feita uma avaliação na sua próxima visita, se houve alteração. Você será submetido a um teste chamado “tonometria” para verificar a pressão ocular. Outra ação que pode ser realizada diz respeito a um teste de campo visual a fim de investigar se houve perda da visão periférica.
Se suspeitar de glaucoma, o seu médico pode solicitar exames de imagem especiais do seu nervo óptico.
Fatores de risco
Como há a possibilidade de as formas crônicas de glaucoma prejudicarem a visão antes que quaisquer sinais ou sintomas sejam aparentes, é importante prestar atenção aos fatores de risco. Os principais deles são:
- Ter alta pressão ocular interna (pressão intraocular)
- Ter mais de 40 anos
- Ter uma história familiar de glaucoma
- Ter certas condições de saúde, como diabetes, doenças cardíacas, pressão alta e anemia falciforme
- Ter sofrido uma lesão ocular ou certos tipos de cirurgia ocular
- Tomar medicamentos corticosteroides, especialmente colírios, por um longo tempo
Tratamento:
Os danos causados não podem ser revertidos, mas o tratamento e os exames regulares ajudam a retardar ou a prevenir a perda de visão, evitando a progressão da doença, especialmente se a doença for identificada em seu estágio inicial.
O glaucoma é tratado diminuindo a pressão ocular (pressão intraocular). Geralmente, no início, o tratamento é feito com o uso de colírios, mas, dependendo da situação, as opções podem incluir medicamentos orais, tratamento a laser, cirurgia ou uma combinação de qualquer um deles.
Como prevenir o glaucoma
Considerando que não há a possibilidade de a perda de visão ser recuperada, é importante fazer exames oftalmológicos regulares que incluam medições da pressão ocular, a fim de que um diagnóstico possa ser feito no estágio inicial da doença e que essa seja tratada adequadamente.
Além disso, algumas ações no dia a dia podem ajudar a proteger os olhos visando evitar a doença. São elas:
Faça exames oftalmológicos regularmente
Exames oftalmológicos regulares podem ajudar a detectar o glaucoma em seu estágio inicial, antes que ocorram danos significativos.
Pessoas que apresentam fatores de risco precisarão de exames com maior frequência. Por isso, é fundamental pedir ao seu médico que recomende o cronograma de triagem certo para você.
Conheça o histórico de saúde ocular de sua família.
Levando em consideração que ele tende a ocorrer em famílias, levante informações sobre o histórico familiar em relação à doença. Caso haja algum diagnóstico a esse respeito e/ou esse seja frequente, procure logo um profissional de oftalmologia.
Exercite-se com segurança
O exercício regular e moderado pode ajudar a prevenir, reduzindo a pressão ocular. Converse com seu médico sobre um programa de exercícios apropriado.
Use regularmente os colírios prescritos
Os colírios podem reduzir significativamente o risco de que a pressão ocular elevada progrida para o glaucoma. Para serem eficazes, os colírios prescritos pelo seu médico precisam ser usados regularmente, mesmo que você não tenha sintomas.
Quer continuar aprendendo como cuidar melhor da sua visão? Então confira o nosso artigo sobre como cuidar da saúde ocular.