Reabilitação cardiopulmonar: mais bem-estar para pacientes cardíacos
06/04/2021
Conheça mais sobre a reabilitação cardiopulmonar, um programa de cuidados que garante mais bem-estar e qualidade de vida a pacientes com insuficiência cardíaca e outras comorbidades cardiovasculares
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Pacientes com doenças cardiovasculares ou pulmonares ou com insuficiência cardíaca costumam pensar que a prática de atividade física pode sobrecarregar o coração e agravar o quadro clínico. O que muitos não sabem é que, em muitos casos, exercícios regulares fazem parte da reabilitação cardiopulmonar.
Eles podem ajudar a diminuir sintomas e proporcionar bem-estar e qualidade de vida àqueles que vivem com alguma comorbidade que afeta a função cardiovascular.
Mesmo as atividades mais simples podem fazer toda a diferença no dia a dia de pessoas em processo de reabilitação cardiopulmonar; basta procurar orientação médica antes de começar a prática física para saber quais as melhores opções.
O que importa é se manter em movimento com responsabilidade e acompanhamento especializado de modo a promover benefícios para a saúde do coração.
Reabilitação cardiopulmonar: o que é?
Uma dúvida comum é o que é reabilitação cardiopulmonar. Trata-se de um programa completo de acompanhamento, recuperação e estabilização de pacientes que passaram por episódios cardiológicos graves como infarto agudo do miocárdio, que têm comorbidades como insuficiência cardíaca ou que se submeteram a procedimentos relacionados ao coração.
A reabilitação cardiopulmonar (RCP) consiste em uma série de exercícios físicos supervisionados somados a medidas educacionais para promover qualidade de vida, bem-estar e controle de fatores de risco de doenças cardiopulmonares.
O objetivo é melhorar o condicionamento físico do paciente por meio de práticas físicas em frequência, tempo e ambiente adequados, reduzindo sintomas e transformando o estilo de vida do paciente.
Para quem é indicada?
A reabilitação cardiopulmonar é recomendada, em geral, para pacientes que têm comorbidades cardíacas como insuficiência cardíaca, histórico de infarto agudo do miocárdio recente e angina.
Também é indicada para pacientes que estão se recuperando de procedimentos cardíacos como implante de stent, transplante de coração ou outras cirurgias semelhantes.
Mas é sempre bom lembrar: para iniciar o programa de RCP, é preciso se orientar com um médico para saber se você é elegível e, caso positivo, receber o encaminhamento.
Fases da reabilitação cardiopulmonar
Existem quatro fases da reabilitação cardiopulmonar e cada uma delas tem uma função específica no controle dos fatores de risco do paciente. São elas:
– Fase intra-hospitalar – O paciente passa por essa fase quando se submete à cirurgia cardíaca ou quando há ocorrência de episódios de infarto agudo do miocárdio ou eventos semelhantes que necessitam de internação. O objetivo é reduzir ações prejudiciais à saúde no primeiro momento de recuperação e evitar a alta precoce.
– Fase extra-hospitalar I – Com duração de 3 a 6 meses, essa fase tem o objetivo de auxiliar o paciente a recuperar as funções e iniciar as orientações de saúde e exercícios físicos.
– Fase extra-hospitalar II – A partir dos 6 até 24 meses após o início da reabilitação cardiopulmonar, essa fase tem o intuito de promover o aprimoramento do condicionamento físico por meio de exercícios de rotina.
– Fase extra-hospitalar III – O ideal é que essa fase dure o resto da vida. É o momento em que o paciente chega à estabilização e se acostuma com a reabilitação. O objetivo é manter o quadro clínico estável e alavancar o bem-estar e a qualidade de vida do paciente.
A reabilitação cardiopulmonar é um processo que deve ser contínuo, mas, durante seu estágio inicial, quando deve ocorrer a adaptação às práticas de atividade física, as sessões são indicadas de 2 a 5 vezes por semana.
O tipo de exercício e a intensidade do esforço serão prescritos e acompanhados individualmente, levando em consideração a condição cardíaca de cada paciente.
Após esse período, é recomendado que as práticas aprendidas durante a reabilitação cardiopulmonar permaneçam. E, mais do que nunca, o acompanhamento médico especializado é fundamental, contando com uma equipe multidisciplinar pronta para atuar nas principais demandas do paciente.
A atuação do fisioterapeuta em programas de reabilitação cardiopulmonar
Após intervenção cirúrgica ou não, a atuação do fisioterapeuta em programas de reabilitação cardiopulmonar é essencial. Esse profissional acompanha todas as fases do programa, desde a intra-hospitalar, caso o paciente passe por ela, até o momento de estabilização das atividades físicas.
O fisioterapeuta tem a função de acompanhar as primeiras fases de adaptação do paciente e, no segundo momento da reabilitação cardiopulmonar (as fases extra-hospitalares), é o responsável por educá-lo e conduzi-lo, com os profissionais de educação física, na execução dos exercícios físicos e na adoção de hábitos saudáveis do dia a dia.
Diretrizes da reabilitação cardiopulmonar
Para cumprir com as diretrizes da reabilitação cardiopulmonar, a equipe médica deve conduzir o programa com uma abordagem multidisciplinar e acompanhar, constantemente, a adaptação do paciente ao treinamento físico. Uma boa diretriz de reabilitação cardiopulmonar deve levar em consideração os seguintes aspectos:
– Exercícios físicos regulares (de 2 a 5 vezes por semana) e supervisionados pela equipe responsável.
– Controle do tratamento medicamentoso.
– Aconselhamento nutricional.
– Cuidados com o estresse e a promoção da saúde mental e emocional.
– Interrupção do tabagismo e do alcoolismo.
– Aconselhamento para mudança de hábitos e controle de fatores de risco cardiovascular e pulmonar.
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Quais são as vantagens?
As vantagens da reabilitação cardiopulmonar são comprovadas por meio de estudos. Ela ajuda a prevenir eventos como infarto agudo do miocárdio e cirurgias cardíacas; auxilia no controle de fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e colesterol alto; e reduz o risco de internações e morte relacionadas a cardiopatias.
Com aconselhamento médico adequado e condução correta em cada uma das fases, pacientes indicados para fazer a reabilitação cardiopulmonar alcançam um patamar elevado de qualidade de vida, contemplando aspectos da saúde em geral, incluindo a cardíaca e mental.
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