Diabetes gestacional: o que é, como diagnosticar e tratar
10/06/2022
O diabetes gestacional pode causar problemas de saúde na mãe e no bebê. Veja como diagnosticar, tratar e evitar a diabetes na gravidez.
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Diabetes mellitus é uma doença metabólica, caracterizada por hiperglicemia resultante da irregularidade na produção e/ou na ação de insulina pelo corpo. O diabetes mellitus gestacional, também conhecido apenas como “diabetes gestacional”, é definido como qualquer grau de intolerância à glicose, com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação.
O que causa diabetes gestacional?
O diabetes gestacional ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina suficiente durante a gravidez. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, que atua como uma chave para permitir que o açúcar do sangue entre nas células do corpo para ser utilizado como energia.
Durante a gravidez, o corpo produz mais hormônios e passa por outras mudanças, como ganho de peso. Essas mudanças fazem com que as células do corpo da gestante usem insulina de forma menos eficaz, uma condição chamada “resistência à insulina”. Dessa forma, há um aumento da necessidade desse hormônio no corpo da gestante.
Todas as mulheres grávidas têm alguma resistência à insulina durante o final da gravidez. No entanto, algumas delas têm resistência à insulina antes mesmo de engravidar. Essas mulheres são mais propensas a ter diabetes gestacional.
Quais são os fatores de risco associados ao diabetes gestacional?
Embora qualquer mulher possa desenvolver a doença durante a gravidez, alguns dos fatores que podem aumentar o risco incluem o seguinte:
- Sobrepeso ou obesidade.
- História familiar de diabetes.
- Idade (mulheres mais velhas correm maior risco de desenvolver diabetes gestacional do que mulheres mais jovens).
- Pré-diabetes, também conhecido como “tolerância diminuída à glicose”.
- Gravidez de gêmeos.
- Síndrome dos ovários policísticos.
Diagnóstico de diabetes gestacional
É importante fazer o teste de diabetes gestacional para que você possa iniciar o tratamento o quanto antes, a fim de proteger sua saúde e a saúde do seu bebê.
O diabetes gestacional geralmente se desenvolve por volta da 24ª semana de gravidez. Então você provavelmente será testada entre a 24a e a 28a semanas.
Entretanto, se você tem maior risco de diabetes gestacional, seu médico poderá testá-la mais cedo. Todavia, caso os níveis de glicose no sangue estejam mais altos do que o normal no início da gravidez, pode ser um indicativo de que você tem diabetes tipo 1 ou tipo 2 em vez de diabetes gestacional.
Informe-se mais sobre o diabetes no Saber Pra Cuidar, websérie da Unimed-BH. No oitavo episódio, a Dra. Ana Paula Oliveira, médica endocrinologista e cooperada da Unimed-BH, explica mais sobre os tipos, sintomas, fatores de risco e outros detalhes a respeito. Veja:
Complicações da diabetes após o parto
As complicações da diabetes que ocorrem durante a gravidez são geralmente gerenciáveis e evitáveis. A chave para a prevenção é o controle cuidadoso dos níveis de açúcar no sangue assim que o diagnóstico de diabetes é feito.
Os bebês de mães com diabetes gestacional são vulneráveis a desequilíbrios bioquímicos, como baixos níveis séricos de cálcio e magnésio, mas, em geral, existem dois grandes problemas do diabetes gestacional: macrossomia e hipoglicemia. Vejamos:
Macrossomia: Macrossomia refere-se a um bebê consideravelmente maior que o normal. Todos os nutrientes que o feto recebe vêm diretamente do sangue da mãe. Se o sangue materno tem muita glicose, o pâncreas do feto sente os altos níveis de glicose e produz mais insulina na tentativa de usar essa glicose.
O feto converte a glicose extra em gordura. Mesmo quando a mãe tem diabetes gestacional, o feto é capaz de produzir toda a insulina de que necessita. A combinação de altos níveis de glicose no sangue da mãe e altos níveis de insulina no feto resulta em grandes depósitos de gordura que fazem com que o feto cresça excessivamente.
Hipoglicemia: A hipoglicemia refere-se ao baixo nível de açúcar no sangue do bebê imediatamente após o parto. Esse problema ocorre se os níveis de glicose no sangue da mãe estiverem consistentemente altos, fazendo com que o feto tenha alto nível de insulina em sua circulação.
Após o parto, o bebê continua a ter valores elevados de insulina circulante, mas não tem mais o alto nível de açúcar de sua mãe, resultando em hipoglicemia. A glicemia do bebê é verificada depois do nascimento, e, se estiver muito baixa, pode ser necessário administrar glicose ao bebê por via intravenosa.
A glicose no sangue é monitorada muito de perto durante o trabalho de parto. A insulina pode ser administrada para manter o açúcar no sangue da mãe em uma faixa normal, abaixando assim a quantidade de insulina produzida pelo bebê, o que evita a queda excessiva da glicemia do recém-nascido após o parto.
Leia também o nosso artigo sobre diabetes em crianças e como lidar com a doença.
Prevenção
Antes de engravidar, é possível prevenir o diabetes gestacional, controlando seu peso, se estiver acima do peso recomendado, e praticando atividade física regular.
Depois do início da gravidez, porém, o contexto é outro. Não tente perder peso se já estiver grávida. Você ganhará algum peso – não muito rapidamente – referente ao desenvolvimento da placenta, do líquido amniótico e do seu bebê, que está se desenvolvendo.
Converse com seu médico sobre quanto peso você deve adquirir para ter uma gravidez saudável.
Tratamento para diabetes gestacional
O tratamento específico para diabetes gestacional será determinado pelo seu médico com base em alguns critérios avaliados por ele. A decisão em relação ao tratamento vai depender de fatores como:
- Sua idade, saúde geral e histórico médico
- Gravidade da doença
- Sua tolerância a medicamentos, procedimentos ou terapias específicas
- Expectativas para o curso da doença
Você pode fazer muito com o intuito de controlar o diabetes gestacional. Vá a todas as suas consultas de pré-natal e siga seu plano de tratamento, incluindo alguns procedimentos:
- Verifique seu açúcar no sangue frequentemente para garantir que seus níveis permaneçam em uma faixa saudável.
- Coma alimentos saudáveis, na quantidade certa, nos momentos certos. Siga um plano de alimentação saudável criado pelo seu médico, por nutricionista ou por nutrólogo.
- Mantenha-se ativa. A atividade física é muito importante para auxiliar no controle da glicemia. Entretanto, verifique com seu médico que tipo de atividade física você pode fazer e se há algum tipo que você deve evitar.
- Monitore a saúde do bebê. O seu médico vai verificar o crescimento e o desenvolvimento do seu bebê.
Se uma alimentação saudável e atividade física não forem suficientes para controlar o açúcar no sangue, seu médico poderá prescrever insulina ou outro tratamento mais indicado para o caso.
A fim de ajudar a evitar o diabetes gestacional e os quadros desenvolvidos em consequência dele, confira nossas dicas para ajudar na prevenção e na promoção da saúde: