Cetoacidose diabética: como reconhecer e prevenir essa complicação?
06/04/2021
A cetoacidose diabética é uma complicação aguda do diabetes mellitus. Conhecer os sintomas é essencial para evitar consequências graves.
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A cetoacidose diabética é uma complicação aguda recorrente em pacientes com diabetes mellitus, doença crônica causada pela deficiência – parcial ou total – da insulina no sangue.
Ela geralmente se manifesta em casos em que a doença não é controlada ou ainda é desconhecida pelo indivíduo, podendo levar a consequências graves e até mesmo irreversíveis.
Saber reconhecer os sinais e sintomas da cetoacidose é tão importante quanto manter o tratamento do diabetes em dia, porque, quanto antes ela for identificada, mais fácil e eficaz será o tratamento.
O que é cetoacidose?
Entender o que é cetoacidose é fundamental para evitar essa complicação tão perigosa para a saúde do paciente diabético.
A cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação metabólica do diabetes mellitus. Ela é caracterizada pela presença de índices altíssimos de glicose no sangue – acima de 250mg/dl – e acontece quando não há insulina suficiente para transformar essa substância em energia.
Ao mesmo tempo em que o organismo sofre essa alta de glicose, chamada hiperglicemia, o corpo busca os estoques de gordura para suprir a falta de energia. E essa soma de eventos metabólicos ocasiona o desequilíbrio do pH do sangue, denominado acidose metabólica.
A acidose metabólica apresenta riscos graves à saúde do paciente acometido pela CAD. Se esse quadro não for avaliado e tratado imediatamente, pode levar ao coma e até mesmo à morte.
Sintomas de cetoacidose diabética
Por se tratar de uma complicação que pode levar à morte, conhecer os sintomas de cetoacidose diabética é essencial. São eles:
- sede e fome excessivas;
- aumento de frequência e volume urinário;
- hálito com odor de acetona;
- náuseas e vômitos;
- desânimo, sonolência e confusão mental.
Na presença de qualquer um dos sinais e sintomas da cetoacidose diabética, o paciente deve procurar atendimento médico-hospitalar imediatamente para confirmar o diagnóstico.
Este é feito por meio de exames laboratoriais, que vão identificar se há hiperglicemia, acidose metabólica no sangue (pH desequilibrado) e corpos cetônicos na urina. Caso seja confirmada tal complicação, o tratamento deve ser imediato.
Cetoacidose diabética: diagnóstico e fatores de risco
Para reconhecer e diagnosticar um episódio de cetoacidose diabética, é necessário conhecer os sintomas e os fatores de risco associados.
O que acontece, em alguns casos, é que essa complicação é o primeiro contato com o diabetes mellitus: pacientes que não têm conhecimento sobre o diagnóstico – principalmente crianças e jovens adultos – não passam pela regulação da insulina e pelo tratamento adequado, podendo desenvolver a cetoacidose diabética sem nem mesmo saber o motivo que levou ao quadro.
O desconhecimento do diagnóstico é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da complicação, mas existem outros cenários que podem levar ao surgimento de casos de cetoacidose diabética.
Por exemplo, o uso incorreto da insulina (quanto à dose, forma de administração ou prazo de validade), infecções e ingestão excessiva de carboidratos e bebidas alcóolicas.
Já o uso de corticoides e condições como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral são fatores de risco menos comuns, mas também associados ao desenvolvimento da cetoacidose diabética.
Saiba mais a respeito O que é insulina e como deve ser utilizada.
CAD diabetes: como evitar e tratar?
O tratamento da cetoacidose diabética só pode ser feito no hospital, porque, antes de mais nada, é necessário realizar exames para confirmar o diagnóstico.
A partir dessa confirmação, o médico responsável vai iniciar uma série de procedimentos para estabilizar os níveis de insulina, equilibrar o pH do sangue e acompanhar os níveis de consciência do paciente, que podem ser modificados pela complicação.
Para evitar a cetoacidose diabética, é preciso ter conhecimento sobre os sintomas, fazer o controle diário da glicemia e promover mudanças na alimentação e no estilo de vida. Além disso, fazer a administração correta do tratamento prescrito é uma atitude decisiva para viver bem e sem essa e outras complicações.
A CAD é apenas uma entre as complicações que o diabetes descontrolado pode acarretar no organismo do paciente.
Por isso, a prevenção é o melhor caminho. Atitudes que tenham o intuito de evitar a cetoacidose diabética devem ser incluídas na rotina do paciente com diabetes mellitus e seguidas com atenção e cuidado por toda a vida.
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