Obesidade infantil: riscos, como evitar e a importância da boa alimentação
11/10/2021
Atualizado em 07/10/2024
Vamos tratar de um assunto que afeta milhões de crianças no Brasil: a obesidade infantil. Veja quais são os principais riscos para a saúde das crianças e como evitar essa condição.
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A obesidade infantil é reconhecida globalmente como um problema de saúde pública complexo e pode atuar como fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças.
A estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Veja agora por que é tão importante tratarmos da obesidade infantil, quais são os seus riscos e como evitá–la.
Obesidade infantil no Brasil
A partir de 6 meses de idade, quando começa a introdução da alimentação complementar, são acompanhados alguns parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para classificar o estado nutricional infantil.
As chamadas curvas de crescimento que foram estabelecidas pela OMS monitoram o crescimento e o estado nutricional das crianças ao longo do tempo. Esses dados são obtidos a partir de cálculos que levam em consideração a idade e variáveis como peso e altura.
Para facilitar o acompanhamento, tanto pelos pais quanto pelos profissionais da saúde, esses indicadores estão disponíveis na própria Caderneta de Saúde da Criança: peso para idade, estatura para idade e Índice de Massa Corpórea (IMC) para idade.
O IMC pode ser calculado dividindo o peso pelo quadrado da altura, e tem um importante papel de referência para considerar se o peso corporal está proporcional à altura. A partir desses parâmetros, é possível avaliar o diagnóstico do excesso de peso e, consequentemente, da obesidade.
Dados da obesidade infantil no Brasil
O percentual de crianças que está acima do peso ou já em situação de obesidade no Brasil, como já adiantamos, está alto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2030, a tendência é que o país alcance o 5° lugar no ranking mundial de crianças e adolescentes com obesidade.
Em 2019, o Ministério da Saúde reuniu todos os dados sobre esse tema em um documento intitulado Atlas da Obesidade Infantil. O material revela que, a cada 5 crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos, 3 estão acima do peso.
Na população de até 2 anos, foi constatado que 18,9% têm excesso de peso, e entre as crianças de 2 a 4 anos, 14,3% são obesas.
É fundamental enxergar a obesidade infantil como uma questão de saúde. Nessa fase da vida, o excesso de peso pode impactar diversos aspectos do bem-estar da criança, indo além da saúde física e representando também um fator de risco para possíveis dificuldades emocionais.
Os números assustam, pois, junto a eles, podem ocorrer uma série de condições de saúde na vida da criança obesa.
A obesidade na infância pode predispor doenças crônicas como:
- Câncer
- Hipertensão
- Diabetes
- Colesterol elevado
- Doenças cardiovasculares
Além disso, a condição pode piorar quadros de doenças respiratórias e problemas emocionais podem ser enfrentados em virtude do aumento do peso.
Crianças e adolescentes com obesidade podem ser vítimas de bullying, encontrar dificuldades em realizar atividades e brincadeiras comuns na infância. Além disso, elas podem enfrentar problemas de relacionamento e até disfunções alimentares, como anorexia e bulimia.
Por isso, é muito importante o acompanhamento da criança para que se identifique a necessidade de acompanhamento multiprofissional.
Causas da obesidade infantil
A obesidade infantil apresenta causas multifatoriais como fatores genéticos, ambientais e comportamentais que podem influenciar no contexto familiar, social e cultural em que a criança está inserida.
Além dos fatores genéticos, os fatores associados ao ambiente que a criança está inserida estão entre os principais determinantes para a obesidade infantil. Os hábitos dos pais, seja relacionado à alimentação ou à atividade física, são entendidos e absorvidos pelas crianças e adolescentes.
Dessa forma, atenção especial deve ser dada ao consumo de alimentos não saudáveis, ou seja, os alimentos ultraprocessados (biscoitos, salgadinhos, refrigerantes, fast food entre outros).
O consumo desses alimentos deve ser evitado. Esses alimentos, além de excessos de açúcar e sal, apresentam também uma densidade de calorias aumenta. Com isso, deve-se estimular o consumo de alimentos in natura, como frutas, verduras, carnes, arroz e feijão.
Além disso dos fatores associados a má alimentação, a diminuição de atividades físicas aliados ao comportamento sedentário, que podem estar relacionados ao uso excessivo de telas como smartphones e videogames, podem fazer com que crianças e adolescentes com obesidade apresentem dificuldades respiratórias e, tenham risco aumentado de fraturas.
Como evitar a obesidade infantil: 3 dicas para combater desde cedo
A seguir, confira algumas dicas para ajudar o seu filho a adotar e gostar de hábitos saudáveis, evitando o sedentarismo e a alimentação inadequada.
1. Atividades em casa para crianças
Conciliar as tarefas domésticas, o trabalho e, ainda, encontrar formas de entreter e movimentar as crianças certamente não é uma missão fácil. Mas é possível desenvolver algumas atividades e brincadeiras que podem tirá-las da frente da TV e do sofá.
Uma dica é incluir a participação delas em suas tarefas domésticas e, assim, embutir algumas responsabilidades, além de estimular brincadeiras em casa.
2. Alimentação equilibrada para toda a família
Fazer uma reeducação alimentar, permeando o cardápio de toda a família com alimentos in natura, ajudará as crianças a seguir o exemplo. Reduza o consumo dos industrializados e deixe frutas, cereais e outras opções saudáveis ao alcance dos pequenos.
É importante também controlar o consumo de doces em casa. O excesso de açúcar pode trazer vários problemas para a saúde e, para uma criança, esses problemas podem acompanhá-la por toda a vida.
Caso precise de ajuda nessas mudanças, é importante acionar um especialista para ajudá-lo.
Preparamos também um artigo com dicas de alimentação saudável para as crianças iniciarem este hábito desde cedo: leia e aprenda mais sobre a pirâmide alimentar infantil
3. Combate ao sedentarismo
É comum que crianças e adolescentes de hoje passem boa parte de seu tempo diante de telas, como os celulares, os tablets e a TV. Ainda que essas sejam fontes de entretenimento para elas, é preciso ter cuidado para não exagerar na dose e evitar que o seu filho passe tempo demais nesses dispositivos.
Por isso, limite o acesso das crianças aos dispositivos eletrônicos e as estimule a fazer atividades físicas, mesmo que elas venham em forma de brincadeiras. Andar de bicicleta, correr ao ar livre, pular corda ou andar de skate são algumas das opções.
Também é possível estabelecer uma rotina de atividades físicas específicas para crianças. Para inspirar pais e mães com opções de exercícios diversas, confira algumas sugestões de atividades:
11/10 – Dia Nacional de Prevenção à Obesidade
A questão da obesidade na infância tem tanta importância que ganhou seu próprio dia de conscientização. O Dia Nacional de Prevenção à Obesidade é celebrado em 11 de Outubro, um dia antes do Dia das Crianças.
Instituída pela Lei 11.721 de 2008, a data é uma forma de mobilizar e conscientizar a população sobre a importância da prevenção da obesidade.
Dentro dessa temática, a prevenção e tratamento da obesidade na infância é fundamental para evitarmos que as nossas crianças se tornem adultos obesos, podendo sofrer de doenças associadas à obesidade. Para isso, entram em pauta questões como os hábitos alimentares e comportamentais de crianças e adolescentes.
Mudancinha de hábito: material gratuito
E já que a mudança de hábitos deve acontecer desde cedo, preparamos um conteúdo especial com diversos tipos de atividades educativas que vão despertar a curiosidade das crianças para aprender sobre alimentação saudável.
Nosso guia está disponível para ser baixado e impresso pelos pais, e conta com brincadeiras como caça-palavra, figuras para colorir, labirinto e muito mais. Confira gratuitamente aqui > Hora de brincar e aprender sobre alimentação saudável.