Pílula do dia seguinte: as principais dúvidas sobre o tema

Prevenção e Controle

22/02/2022

Entenda quais os efeitos este método contraceptivo de emergência têm em seu organismo e quando ele é realmente necessário.

4 min de leitura

Pílula do dia seguinte: as principais dúvidas sobre o tema

Quando o assunto é a anticoncepção de emergência, muitas dúvidas podem surgir. Afinal, a pílula do dia seguinte faz mal? Ela é realmente eficaz para evitar uma gravidez? Quando ela é necessária?

Para responder a estas e outras perguntas, é preciso entender, primeiro, como este anticoncepcional age no organismo e qual a sua composição. Neste artigo, esclareça suas dúvidas sobre o tema.

Pílula do dia seguinte: o que é e para que serve?

Diferentemente de outros métodos contraceptivos femininos, nos quais o objetivo é prevenir uma gestação, a pílula do dia seguinte (PDS) é utilizada após a relação sexual para evitar a gravidez. Por isso, ela também é denominada método contraceptivo de emergência.

Comercializada em farmácias sem a necessidade de prescrição médica, a PDS possui doses elevadas do hormônio utilizado nas pílulas anticoncepcionais tradicionais, o levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética. Ela também pode ser combinada com outros tipos de hormônios, como o estrogênio.

A pílula age para impedir ou retardar a ovulação, a fim de evitar a fecundação, ou causar a descamação do endométrio, podendo antecipar a menstruação. Ela pode ser administrada em dose única, ou fracionada em duas doses.

Recomendações médicas da contracepção de emergência

Importante ressaltar que a PDS não deve ser utilizada como um método contraceptivo contínuo. Somente, em caso de emergência, quando a anticoncepção tradicional falhar. Seja um preservativo estourado ou esquecimento de tomar pílulas da cartela de anticoncepcionais.

Embora seja chamada de pílula do dia seguinte, não é preciso esperar 24 horas para tomar o comprimido caso queira evitar uma gravidez indesejada. Ela pode ser administrada logo após uma relação sexual desprotegida e, em no máximo, 72 horas.

7 principais dúvidas sobre a pílula do dia seguinte

efeitos colaterais no uso da PDS? É verdade que quanto mais eu demoro a tomar a pílula, menos eficácia ela tem? E se eu já estiver grávida, seu uso pode prejudicar o feto ou causar um aborto?

Veja, a seguir, as respostas para as principais dúvidas sobre o uso da pílula do dia seguinte.

1. Qual a eficácia do medicamento?

A cartilha sobre anticoncepção de emergência do Ministério da Saúde, define algumas formas para testar a efetividade da pílula. Mas em todas elas, o índice de eficácia vai caindo com o passar do tempo.

Segundo o Ministério da Saúde, o medicamento é capaz de evitar 3 de cada 4 gestações que poderiam ocorrer em caso de falha dos métodos contraceptivos regulares.

A taxa de falha é de cerca de 2% quando o comprimido é ministrado em até 1 dia após a relação, e de 4,7% se a pílula for ingerida entre 49 e 27 horas.

Isso significa que quanto mais rápido você tomar a PDS, maior eficácia tem o fármaco. Por isso, a recomendação é tomar a pílula em até 3 dias, sendo que quanto antes, melhor.

2. Quais impactos pode causar no organismo?

A pílula do dia seguinte pode provocar efeitos colaterais, tais como:

  • Desregular o ciclo menstrual;
  • Pequenos sangramentos;
  • Diarreia;
  • Dor de cabeça;
  • Cólicas abdominais;
  • Dor nos seios;
  • Náuseas e vômito.

Caso haja incidência de vômito em até 2 horas após a ingestão da PDS, é necessário repetir a dose, pois a absorção do fármaco pode ter sido afetada.

3. Quanto tempo dura o efeito?

A recomendação é tomar a pílula em até 72 horas após a relação, mas ela pode ter efeitos em até 5 dias após o sexo. Neste caso, contudo, a eficácia se torna bem inferior.

Vale lembrar que a anticoncepção de emergência age para impedir a ovulação de forma pontual. Por isso, a mesma pílula não tem validade para uma segunda relação sexual desprotegida.

Mesmo após ingerir a PDS, é necessário continuar adotando os devidos métodos de contracepção regular para evitar uma gravidez indesejada nas próximas relações.

4. Como a contracepção de emergência interfere no ciclo menstrual?

Com a injeção de uma dose elevada de hormônios de uma vez só no organismo, o fármaco pode causar irregularidade no ciclo menstrual.

Até porque, um de seus efeitos pode ser a menstruação em até 72 horas após o uso da pílula, além de alterações no período de ovulação.

5. “Bomba de hormônios”: mito ou verdade?

Verdade, já que realmente a pílula do dia seguinte tem doses elevadas de hormônios. Seria o equivalente a tomar meia cartela de pílulas anticoncepcionais tradicionais.

6. Em caso de falha, há risco para o feto?

Caso o método contraceptivo de emergência falhe, não há risco de malformação do feto ou qualquer outro problema. A pílula é utilizada para evitar a gravidez, e não para interferir na formação do feto.

É a mesma lógica dos anticoncepcionais tradicionais, utilizados para impedir a gestação. Em caso de falha, a gravidez seguirá normalmente. O uso desses medicamentos também não tem ação abortiva. Ou seja, não servem para interromper uma gestação já em curso.

7. Alternativas para evitar o uso indiscriminado da pílula emergencial?

Como você viu, a pílula do dia seguinte é restrita a casos de emergência e não deve ser utilizada com frequência.

Para prevenir a gravidez, há vários tipos de métodos contraceptivos regulares, como as pílulas anticoncepcionais, contraceptivos injetáveis, diafragma, DIU, dentre outros.

Consulte o seu ginecologista para saber qual o melhor método para você, e lembre-se: nenhum deles previne as ISTs. Por isso, a dica é sempre combinar a anticoncepção com o uso de preservativos.

Para saber mais sobre fertilidade, recomendamos o seguinte conteúdo da Unimed-BH: Período fértil da mulher: saiba o que é e como calcular.

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