Excesso de álcool: o que acontece no corpo após beber?
16/02/2022
Por que temos ressaca após uma noite de consumo excessivo de bebidas alcoólicas? Como o nosso organismo recebe o álcool? Saiba tudo sobre o assunto neste artigo.
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O consumo excessivo de álcool pode trazer prejuízos instantâneos à saúde assim como a longo prazo. Isso porque o álcool afeta diversos órgãos e funções do organismo, como o fígado, a imunidade e a pele.
A bebida também pode causar dependência, condição conhecida como alcoolismo, que afeta cerca de 10% da população brasileira.
Neste artigo, você irá entender o que acontece no corpo quando consumimos bebidas alcoólicas e quais as consequências de uma noite regada à álcool.
Efeitos do álcool no organismo: durante a ingestão
Uma pessoa que bebe pode se sentir mais feliz, expansiva e eufórica. Mas por trás disso, há muita coisa acontecendo. Afinal, o que o álcool faz no organismo?
A bebida absorvida pelo estômago percorre outros órgãos por meio da corrente sanguínea. Por isso, ela também afeta o cérebro e todo o sistema nervoso central, diminuindo os reflexos e podendo causar variações de humor.
Os efeitos comportamentais da embriaguez podem ser muito particulares. Mas além do cérebro, o excesso de bebida alcoólica também pode causar outros sintomas no curto prazo, como:
- Diarreia e gases: o álcool e até mesmo os carboidratos de algumas bebidas alcoólicas, como a cerveja, provocam um tipo de fermentação no intestino, afetando a flora intestinal. Por isso, muitas pessoas que bebem sentem dor de barriga, têm diarreia e excesso de gases.
- Azia: a bebida também provoca irritação nas mucosas do estômago, e sua ação ácida no organismo pode dar a sensação de queimação após o consumo, a famosa azia.
- Náuseas e vômito: o vômito é uma reação do nosso corpo para livrar o organismo do volume excessivo de álcool e das toxinas presentes na bebida. Ele pode ocorrer logo após a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, ou no dia seguinte, durante a ressaca.
- Coma alcoólico: quando se chega a este estado de inconsciência, é sinal de que houve uma ingestão de álcool superior à capacidade do fígado de metabolizar. É que o órgão transforma o álcool em glicose, mas devido ao consumo abusivo da substância, pode ocorrer a intoxicação de diversos órgãos, como o cérebro. É por isso também que pessoas que bebem em excesso podem ter a chamada amnésia alcoólica.
- Dor de cabeça: é uma das consequências da ressaca, e ocorre devido a uma combinação de fatores desencadeados pelo álcool, como a perda de água no organismo, a vasodilatação (aumento do tamanho dos vasos sanguíneos) causada pelo álcool.
Além disso, beber muito causa ressaca, e o álcool acelera os batimentos cardíacos e aumenta a pressão arterial e pode causar um desequilíbrio hormonal. Também provoca diurese, por isso, sentimos vontade frequente de urinar após consumir muitas cervejas.
Isso acontece porque o álcool inibe a produção de um hormônio em nosso corpo responsável por regular a urina. É a vasopressina, ou Hormônio Antidiurético (ADH), que atua nos rins, e é importante para promover a reabsorção de água, evitando grandes perdas do líquido em nosso organismo.
Por este mesmo motivo, o excesso de álcool também pode levar à desidratação, causando muita sede durante a ressaca e conferindo uma aparência ressecada à pele.
Consequências a longo prazo
O consumo exagerado de bebidas alcoólicas pode trazer, ainda, outros efeitos para além da ressaca, especialmente quando se trata de uma prática frequente.
Vale lembrar que o álcool causa uma alteração na produção das enzimas no fígado, irrita as mucosas estomacais e afeta diversos órgãos. Por isso, no longo prazo, quem bebe demais pode estar sujeito a desenvolver:
- Pressão alta e doenças cardíacas: o consumo excessivo de álcool prejudica o controle da pressão arterial, podendo levar à hipertensão e, consequentemente, ao risco de problemas cardíacos.
- Cirrose: é o resultado de constantes lesões e inflamações no fígado, causadas pela bebida, prejudicando as funções deste órgão.
- Gastrite: por irritar as mucosas estomacais, vulnerabilizando a camada protetora do estômago, o excesso de álcool pode levar à gastrite, uma inflamação nas paredes do órgão.
- Hepatite alcoólica: também conhecida como gordura no fígado, essa condição ocorre quando o fígado, órgão responsável pela metabolização do etanol, tem sua capacidade de cumprir essa função ultrapassada pelo volume excessivo e constante de álcool. Desta forma, as substâncias tóxicas da bebida ficam concentradas ali, prejudicando o funcionamento do órgão com o passar do tempo.
O ato de consumir bebida alcoólica, geralmente, está associado a comemorações, descontração e relaxamento. É um hábito comum a pelo menos 55% da população brasileira. Mas é preciso estar atento às consequências.
Sintomas de ressaca: quais são e como evitar?
As consequências do consumo excessivo de álcool também podem ser sentidas no dia seguinte, com a famosa ressaca. Sede intensa, sensação de boca seca, dor de cabeça, náusea e tontura são alguns sintomas.
Esses efeitos também podem contribuir para reduzir a produtividade da pessoa. Então, se você precisa trabalhar ou estudar no dia seguinte, vale a pena refletir se uma noite de exageros compensa o dia perdido.
Além disso, para prevenir a ressaca, opte por beber mais devagar e espaçadamente, cuidando para consumir bastante água concomitantemente à bebida alcoólica, se alimentar corretamente e reduzir o consumo de álcool.
5 dicas para quem exagerou na dose
O melhor remédio para ressaca, certamente, é evitá-la. Se isso não for possível e as consequências de uma noite de excessos são inevitáveis, se atente às dicas:
- Beba bastante água para compensar a desidratação causada pelo excesso de álcool e repor o líquido perdido pelo organismo.
- Se alimente corretamente, mesmo que se sinta enjoado; aposte em refeições leves e frutas. Isso é importante para otimizar o processamento do álcool em seu organismo.
- Descanse e deixe o seu corpo se recuperar para recuperar as energias e também para que o fígado volte a realizar normalmente suas funções.
- Reponha os sais minerais perdidos com bebidas isotônicas.
- Ingerir um bom café preto ao acordar também é recomendado, pois ele ajuda a dilatar os vasos sanguíneos, facilitando a circulação do sangue. Mas cuidado com o excesso, pois pode irritar ainda mais o estômago.
Quando o assunto é ressaca, há uma série de mitos e verdades envolvidos. Afinal, todo mundo tem uma receitinha caseira para combatê-la, certo? Mas atenção às fake news sobre a ressaca.
Beber mais ajuda a combater a ressaca?
Quem nunca ouviu dizer que para rebater a ressaca, é preciso beber mais? Mas essa afirmação não tem nenhum respaldo científico.
Afinal, durante a ressaca, é preciso deixar o corpo descansar e se recuperar para que o fígado volte a trabalhar corretamente, certo? Portanto, nada de beber mais!
Comer doces é bom para a ressaca?
A glicose não ajuda a eliminar o álcool presente no organismo. Entretanto, como explicado anteriormente, a geração de glicose pelo fígado está prejudicada e é importante alimentar-se bem.
Prefira consumir alimentos que possuem “açúcar” natural, como frutas. Aproveite e saiba mais sobre os perigos do consumo excessivo de açúcar no artigo: A importância de reduzir o consumo de doces.
Alimentos gordurosos ajudam a diminuir os efeitos do álcool?
A verdade é que após uma noite de bebedeira, o fígado já está sobrecarregado o suficiente. Por isso, é melhor não consumir alimentos que darão mais “trabalho” ao órgão no dia seguinte, como frituras e demais alimentos gordurosos.
Para evitar as consequências desastrosas do álcool em nosso corpo, nada melhor que conhecer os próprios limites, certo?
Se atente aos sinais que o seu corpo dá quando você está ingerindo bebidas alcoólicas e, ao perceber que está passando da conta, interrompa o consumo. Lembre-se que o organismo cobrará o preço no dia seguinte.
Para te ajudar a entender melhor sobre os perigos da bebida em excesso, acesse também este conteúdo da Unimed-BH e se informe > Alcoolismo: como saber que estou dependente.