Uso excessivo do celular: quais os riscos e dicas para equilibrar
16/11/2021
Atualizado em 31/10/2022
Os aparelhos eletrônicos se tornaram parte da nossa vida. Mas como lidar com o uso excessivo do celular? Entenda os riscos e como equilibrar esse uso.
6 min de leitura
Nos últimos anos, os aparelhos eletrônicos ganharam ainda mais espaço em nossa vida e fazem parte do dia a dia. É importante, no entanto, atentar-se aos riscos do uso excessivo do celular.
Utilizamos as telas para estudar, trabalhar, nos divertir, manter contato com outras pessoas, acompanhar as notícias, entre outras muitas atividades desempenhadas pelos dispositivos.
No entanto, você deve entender os perigos da utilização além do recomendado. Neste artigo, você vai conhecer esses riscos e receber dicas para evitar o uso excessivo do celular.
Por que rever o uso excessivo do celular?
Se você se considera dependente do celular, dorme próximo do aparelho, leva-o para todos os lugares e nunca está “desconectado”, é fundamental saber identificar os sinais do uso excessivo do celular e entender quando isso pode prejudicar você.
Como saber se estou usando em excesso?
O livre acesso à tecnologia é uma realidade na maior parte dos lares brasileiros. A última pesquisa feita pelo IBGE sobre o tema, realizada em 2019, aponta que 8 de cada 10 domicílios têm acesso à internet no país.
Nesse contexto, também houve um aumento do uso do celular na comparação entre 2018 e 2019, sendo o aparelho mais utilizado pelos brasileiros maiores de 10 anos para acessar à internet.
Se você também faz parte dessa estatística, veja a seguir como identificar os principais sinais do uso excessivo do celular. Caso sua resposta seja positiva para estas perguntas, talvez seja o momento de rever alguns dos seus hábitos.
Você sente dor ou tensão muscular no pescoço e nos ombros?
Quando passamos muito tempo mexendo no celular, a postura mais comum é a cabeça para baixo, olhando para a tela. Isso pode causar dor nos pescoço e nos ombros, tensão muscular e desconforto na coluna. Atenção ao risco ergonômico!
Risco ergonômico: o que é e como cuidar da postura no trabalho?
Você leva o celular para a cama e tem insônia?
Quem não consegue se desconectar das telas, nem na hora de dormir, pode encontrar mais dificuldade para pegar no sono. Se você tem esse hábito, lembre-se de que a qualidade do sono é essencial para a saúde. A propósito, quando foi a última vez que você teve o prazer de abrir e ler um livro físico?
Já se percebeu olhando diversas vezes para o celular com medo de perder alguma novidade?
O hábito de olhar as redes sociais com frequência e a necessidade de se manter atualizado sobre tudo está associado a um fenômeno conhecido como FOMO (Fear of Missing Out), sigla em inglês para “o medo de estar perdendo algo”.
Mais um problema do mundo moderno que predispõe à ansiedade, podendo causar danos à saúde mental, estando diretamente ligado ao uso excessivo do celular.
Tem dificuldades de concentração?
O vício em celular também torna mais difícil se concentrar, seja para realizar tarefas simples, como ver um filme, ler um livro, seja para manter uma conversa sem o smartphone na mão, seja até em aspectos mais importantes.
A falta de concentração no trabalho, por exemplo, pode causar sérios prejuízos à vida profissional. Enquanto lê este artigo, quantas vezes você parou para dar uma olhada nas suas redes sociais ou no WhatsApp?
Doenças causadas pelo uso excessivo do celular
Além dos sintomas já citados, como tensão muscular, insônia, ansiedade e falta de concentração, a lista de problemas causados pelo vício em celular é ainda mais extensa:
Problemas na visão
O uso excessivo do celular pode deixar os olhos ressecados, abrindo as portas — ou as pálpebras — para uma série de problemas da saúde ocular, como:
- Surgimento de infecção
- Inflamação
- Fadiga visual
- Dor de cabeça e nos olhos
- Visão embaçada
Comprometimento das articulações
A posição das mãos para mexer no celular e o movimento repetitivo dos dedos na tela podem favorecer o surgimento de problemas nos tendões e nas articulações, causando desconforto nas mãos, nos dedos e, em alguns casos, até nos cotovelos.
A má postura ao usar o celular também causa tensão muscular que pode se reverter em dor crônica, inclusive em alteração da coluna cervical.
Sedentarismo
Passar horas no sofá mexendo no celular e não aproveitar o tempo para praticar atividades físicas é uma característica comum do sedentarismo, hábito que pode levar à obesidade e a problemas de saúde.
Disformia corporal
Pessoas que passam muito tempo nas redes sociais tendem a se comparar com os padrões de imagem estabelecidos, muitos deles regidos por filtros e um estilo de vida inalcançável.
Isso acaba gerando insatisfação com a própria imagem, podendo causar um transtorno mental conhecido como “disformia corporal”. Diante da comparação, a pessoa tende a maximizar, em si mesma, o que considera defeitos.
O problema impacta a saúde mental e a autoestima, especialmente de mulheres adolescentes e jovens. O resultado é o aumento de procedimentos estéticos nesse público. Outro comportamento que tem sido destacado é a cobrança excessiva por um ideal de perfeição estética e de estilo de vida, o que pode causar outros transtornos mentais, como a depressão.
Depressão: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
Como evitar o uso excessivo do celular: dicas de equilíbrio
Não só é possível, como também saudável, reduzir o uso indiscriminado de celular. Para isso, é necessário perceber os problemas que esse exagero traz, como isso afeta você e quais benefícios você terá ao mudar esse hábito.
Veja algumas dicas que poderão ajudar a minimizar os danos do vício em celular:
- Antes de dormir, coloque o celular em modo avião. Assim, você diminui a tentação de dar aquela zapeada pelas redes sociais antes de pegar no sono e logo ao acordar.
- Evite usar o celular quando estiver deitado na cama.
- Fique atento à postura quando estiver mexendo no seu smartphone e evite passar muito tempo com a cabeça voltada para baixo.
Além disso, tente aproveitar o seu tempo livre para fazer alguma atividade que seja produtiva e benéfica à sua saúde.
Exercícios físicos, ler um livro, preparar a comida, meditação, yoga, passear com o cachorro e assistir a um bom filme sem a interferência do celular são alguns exemplos.
Como definir um período limitado de acesso por dia?
Use a própria tecnologia a seu favor nessa missão. Há aplicativos gratuitos que contabilizam o tempo de acesso em cada rede social.
Visualizando tal relatório diariamente, você terá uma melhor dimensão do período que passa nas redes. Com base nisso, será possível estabelecer metas para reduzir o uso do celular.
Visando fugir da procrastinação no trabalho, determine períodos espaçados para visualizar suas redes sociais. Sabemos que fugir da tentação de olhar o celular não é fácil, mas estabelecer alguns minutos específicos para isso nos intervalos da sua jornada pode ajudar a saciar o “vício”.
Silenciar ou desabilitar as notificações das redes sociais da sua tela também ajuda a reduzir o uso. Outra dica é fazer um planejamento da sua rotina incluindo atividades ao ar livre que diminuam os níveis de ansiedade e promovam o contato com a natureza.
Uso excessivo do celular na infância: como moderar?
As crianças estão cercadas por diferentes gerações, como daqueles que viveram a maior parte da vida fora do universo digital. Entre avós, tios(as) e pais, há sempre um protagonista nostálgico das famosas brincadeiras de rua, por exemplo.
Brincar de queimada, peteca, elástico, pique-esconde, pega-pega ou andar de carrinho de rolimã são algumas atividades que os mais novos desconhecem ou não demonstram tanto interesse, diante de todas as possibilidades tecnológicas.
Há, ainda, a geração que conheceu o videogame durante a infância, mas só se tornou, de fato, conectada à rede a partir da adolescência ou do início da fase adulta.
Independentemente do grupo em que você se encaixa, é preciso compreender que as crianças da era tecnológica já cresceram inseridas no universo digital, participaram da popularização dos smartphones e da acessibilidade das redes.
É imprescindível ter cuidado com o uso excessivo do celular na infância, além de tablet ou computador, limitando esse acesso. Mas sem desconsiderar os impactos positivos da tecnologia para esse público que tem maior domínio e participação ativa on-line.
Celular na sala de aula
Um exemplo é o uso excessivo do celular na sala de aula, tema recorrente em escolas do mundo todo. Como ferramenta de pesquisa e aprendizado, o aparelho pode ser um ótimo aliado da educação.
Já o uso demasiado incita desafios maiores, podendo levar a hábitos prejudiciais para a saúde e o rendimento escolar como:
- Falta de concentração nos estudos.
- Sedentarismo e obesidade infantil.
- Ansiedade e depressão.
Além dessas consequências, o uso ilimitado de celular por crianças também pode desencadear outros transtornos psicológicos ou alimentares.
A participação dos pais no uso saudável das redes
Afora limitar e controlar o acesso ao celular, os pais podem participar, junto aos os filhos, de atividades e brincadeiras que fazem sucesso entre crianças e adolescentes nas redes.
Uma ideia é escolher e baixar um vídeo de dancinha em grupo no TikTok, rede queridinha do público infantil. A rede até permite que os pais controlem o tempo de acesso dos filhos.
Ao longo da semana, será permitido acessar o conteúdo offline para a família “ensaiar” os passinhos, evitando a distração com as sugestões incessantes no tempo real da conexão. Ao final do prazo combinado, a família grava, publica o vídeo e a criança pode acompanhar os acessos e compartilhar com os colegas.
Mas, extrapolando as redes, há outras opções de atividades para a família. Levar os filhos para andar de skate é uma sugestão a fim de estimular o convívio e a prática de atividades físicas. Há também várias opções para brincar em casa de forma offline.
Uso de telas
A utilização de telas entre as crianças, aliás, está cada vez mais comum, não somente com o uso excessivo do celular, como também de computador, televisão, tablet e videogame com muita frequência.
Essa dependência pode trazer impactos negativos para o crescimento e o desenvolvimento infantil. Por essa razão, é muito importante que os pais, dentro do possível, tentem impor limites seguros.
Diante da relevância do assunto, o Viver Bem preparou um artigo especial a respeito do tema, com dicas, recomendações e informações relevantes. Acesse agora:
Uso de telas na infância: os impactos no desenvolvimento das crianças