Diabetes e suas complicações: saiba quais são e como identificá-las

Prevenção e Controle

10/03/2021

Atualizado em 30/10/2023

Conheça as principais complicações do diabetes mellitus e saiba como evitá-las neste artigo do Viver Bem.

6 min de leitura

Diabetes e suas complicações: saiba quais são e como identificá-las

O diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta boa parcela da população brasileira. De acordo com o Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF), em 2021 havia 15,7 milhões de pessoas com idade entre 20 e 79 anos vivendo com a condição.

São muitas as possíveis complicações causadas pelo diabetes quando não há o tratamento adequado. Diante desse cenário, o Viver Bem, portal de saúde da Unimed-BH, preparou este artigo especial para tirar suas dúvidas a respeito.

Conheça o Glossário do Diabético

Neste texto, você vai encontrar uma série de termos ligados ao diabetes mellitus. Para facilitar a leitura, indicamos que acesse o Glossário do Diabético, um e-book gratuito do Viver Bem que explica os principais termos sobre essa doença para facilitar o seu entendimento e esclarecer suas dúvidas.

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O que é diabetes?

Para entender o que é diabetes, é necessário conhecer a relação entre a insulina e a glicose.

A insulina é um hormônio produzido e liberado pelo pâncreas para controlar os níveis de glicose (substância utilizada como fonte significativa de energia para o corpo) no sangue. É esse hormônio que vai definir, de acordo com a demanda do organismo, a quantidade de glicose transformada em energia e armazenada, mantendo as taxas dessa substância ideais para a saúde do corpo.

O diabetes mellitus, por sua vez, é uma doença crônica que afeta a produção de insulina ou a forma como ela atua no organismo, ocasionando a elevação da glicose na corrente sanguínea.

Você pode se informar melhor sobre o diabetes no oitavo episódio da websérie Saber Pra Cuidar, da Unimed-BH. Nele, a Dra. Ana Paula Oliveira, médica endocrinologista e cooperada da Unimed-BH, traz inúmeras informações úteis sobre a doença. Veja:

Tipos de diabetes

A condição se apresenta em três tipos: tipo 1, tipo 2 e gestacional. No diabetes tipo 1, o organismo não produz nenhuma quantidade do hormônio; com isso, a glicose ingerida permanece no sangue sem se transformar em energia.

Já no tipo 2, o pâncreas produz a insulina, mas não o suficiente para que ela faça o controle glicêmico. E, no diabetes gestacional, o pâncreas da mulher não aumenta a produção de insulina para suprir a demanda provocada pelas mudanças causadas no corpo durante a gravidez.

Em todos eles, o efeito é o mesmo: a elevação dos níveis de glicose no sangue. Por isso, o controle da doença é fundamental, uma vez que, quando descontrolada, ela pode causar complicações, incluindo danos irreversíveis aos órgãos e vasos sanguíneos.

Sintomas da doença

Os principais sintomas se manifestam de maneira semelhante, independentemente do tipo da doença. São eles a fome e a sede frequentes e o aumento expressivo da frequência urinária.

Além desses sintomas, pacientes com diabetes tipo 1 apresentam outros sinais:

  • emagrecimento rápido;
  • fraqueza;
  • cansaço constante;
  • mudanças de humor;
  • náuseas e vômitos;
  • fome frequente;
  • sede constante;
  • vontade de urinar várias vezes.

Já o diagnóstico do tipo 2 está ligado aos seguintes sintomas:

  • formigamento nos pés e nas mãos;
  • infecções do trato urinário (ITU) frequentes;
  • infecções de pele;
  • feridas que demoram para cicatrizar;
  • visão embaçada;
  • fome frequente;
  • sede constante;
  • vontade de urinar várias vezes.

Na presença de sintomas associados, é recomendado ficar alerta e procurar orientação médica.

Complicações agudas

As principais complicações agudas do diabetes – que precisam de intervenção imediata – são a hipoglicemia e a cetoacidose diabética (CAD). A melhor forma de evitar tal complexidade é fazer o controle da glicose por meio de medidas prescritas por um médico especializado.

Entretanto, conhecer os sintomas é fundamental. Por dizer respeito a descompensações, a primeira medida a ser tomada após identificar qualquer sinal de cetoacidose diabética ou hipoglicemia é procurar atendimento médico de urgência para tratar a complicação o mais rápido possível.

Hipoglicemia

A hipoglicemia é uma complicação aguda do diabetes e é o extremo oposto do efeito da doença no organismo, ou seja, representa a redução dos níveis de glicose no sangue. Está comumente relacionada ao uso de insulina ou hipoglicemiantes em doses inadequadas.

Quando utilizados de forma errada, esses medicamentos acarretam a redução das taxas glicêmicas no sangue (abaixo de 70mg/dl) e podem levar à perda de consciência e até mesmo ao coma em casos mais graves.

Fome, suor excessivo e visão turva são os sinais mais amenos da hipoglicemia. Por isso, é muito importante conhecê-los para conseguir reverter o quadro antes que ele avance. O tratamento da hipoglicemia inicial é a administração de carboidratos de ação rápida (doces, balas e o açúcar propriamente dito) em doses suficientes apenas para diminuir os sintomas.

Casos mais graves da hipoglicemia – normalmente quando há perda de consciência – pedem tratamentos por via endovenosa, como a administração de glicose.

Você pode se informar melhor sobre hipoglicemia em um artigo completo compartilhado pelo Viver Bem. Acesse agora:

Hipoglicemia: o que é e como prevenir?

Cetoacidose diabética (CAD)

A cetoacidose diabética (CAD) também é uma complicação aguda da doença e uma urgência médica. Ao contrário da hipoglicemia, pacientes com CAD apresentam glicemias acima de 250 mg/dl, juntamente com corpos cetônicos e acidose metabólica – compensações metabólicas causadas pelo comprometimento nos estoques de energia do organismo e pelo acúmulo da glicose no sangue, respectivamente.

Por se tratar de uma descompensação, ou seja, uma complicação que pode causar efeitos graves, é indispensável saber identificar os seus sintomas. Destacam-se sede e fome excessivas, aumento do volume e da frequência urinária, confusão mental e halitose cetônica (hálito de acetona).

Saiba mais sobre a cetoacidose diabética neste artigo do Viver Bem:

Cetoacidose diabética: como reconhecer e prevenir essa complicação?

Diabetes e suas complicações: saiba quais são e como identificá-las

Consequências do diabetes descontrolado

Muitas são as perguntas relacionadas às consequências do diabetes descontrolado. Elas são diversas e podem aparecer em médio e longo prazo, afetando o organismo de diversas formas.

Todas as complicações, entretanto, têm algo em comum: longos períodos sem o controle adequado do diabetes e sem acompanhamento médico.

Como o diabetes afeta o coração?

O excesso de glicose na corrente sanguínea – efeito da condição no organismo – pode afetar os vasos sanguíneos e, consequentemente, o coração, ocasionando o surgimento de doenças cardiovasculares.

Estão entre as mais recorrentes a doença arterial coronariana, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a doença arterial periférica e o infarto agudo do miocárdio. Isso ocorre porque as altas taxas de glicose podem provocar a inflamação das artérias, tornando o sistema cardiovascular mais frágil e propício ao desenvolvimento das condições.

O que é retinopatia diabética?

A retinopatia diabética é a consequência das alterações na visão causadas pela doença. É uma complicação de longo prazo muito comum, mas, por outro lado, não dá sinais até alcançar estágios mais avançados. Trata-se de uma lesão na retina – camada dos olhos responsável pela visão de cores e detalhes.

Para evitar o surgimento da retinopatia diabética, é fundamental fazer o rastreamento precoce e manter o acompanhamento médico com um oftalmologista para avaliação da retina, aliado ao controle da glicose e demais tratamentos do diabetes.

O que é nefropatia diabética?

A nefropatia diabética é uma complicação renal do diabetes e é uma das causas mais comuns de doença renal crônica em países desenvolvidos. Ela se manifesta devido aos efeitos dos altos índices de glicose no sangue, que danificam os vasos sanguíneos dos rins, e pode não apresentar sintomas até alcançar estágios avançados.

Além do controle glicêmico, é imprescindível controlar também a pressão arterial para prevenir a doença e sua evolução para quadros mais graves.

O que é pé diabético?

O pé diabético está entre as maiores causas de amputação de membros inferiores no mundo todo. Ele geralmente está associado à neuropatia diabética, condição que compromete o metabolismo dos neurônios e afeta nervos do corpo inteiro, incluindo os dos pés.

A perda da sensibilidade é o principal sintoma do pé diabético e também um importante ponto de atenção dessa complicação, pois, se o paciente não sente dor ou incômodo, pode não identificar o surgimento de feridas no membro.

Por fim, a inflamação dos vasos sanguíneos, comum em pacientes de diabetes, pode reduzir o fluxo sanguíneo dos pés, o que dificulta a cicatrização de feridas e, consequentemente, a recuperação dessa complicação.

Algumas medidas podem ser tomadas para a prevenção de lesões, como avaliar diariamente a integridade da pele, ter atenção especial com o corte da unha de modo a não causar traumas, hidratar a pele dos pés para prevenir que o ressecamento leve a rachaduras e avaliar a região entre os dedos e observar se há alguma alteração. Além disso, se há alguma ferida essa deve ser avaliada para que seja feito o tratamento adequado.

Em termos gerais, para evitar o desenvolvimento de complicações do diabetes – sejam elas agudas, sejam elas de longo prazo –, é crucial fazer o controle regular da glicose, mudar o estilo de vida e o tipo de alimentação e visitar seu médico regularmente.

Leia outros conteúdos sobre diabetes

O diabetes é uma doença crônica que merece atenção. O conhecimento é sinônimo de saúde, e você pode conhecer mais detalhes em outros conteúdos especiais já publicados pelo Viver Bem.

Acesse alguns deles agora:

Equipe de Atenção à Saúde Unimed-BH
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